A INFLUÊNCIA ANÁRQUICA E VIOLENTA DOS MEMES NA POLÍTICA BRASILEIRA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2018v4n1p730

Palavras-chave:

memes, internet, violência, política

Resumo

Este artigo reproduz uma investigação sobre os tipos de violência presentes nos memes que retrataram os candidatos à Presidência do Brasil em 2014, os quais advieram de uma questionável anarquia digital que ocorreu no arrogado período. A hipótese principal deste estudo é que os memes induziram os internautas a interpretações negativas sobre os candidatos e que estas representações foram, em parte, elaboradas por grupos políticos que se beneficiaram do anonimato gerado pelo ambiente digital para depreciar seus adversários. Dessa forma, o presente estudo enseja vislumbrar uma reflexão mais ampla sobre tais atividades aéticas praticadas na internet.

 

PALAVRAS-CHAVE: Memes; violência; política; internet; astroturfing.

 

 

ABSTRACT

This article reproduces an investigation about the types of violence present in memes that portrayed the candidates for the Presidency of Brazil in 2014, theese which came from a questionable digital anarchy that occurred in that period. The main hypothesis of this study is that memes have induced netizens to negatively ideas about candidates and that these representations, were partly, elaborated by political groups that benefited from the secrecy generated by the digital enviroment to depreciate their opponents. Thus, the present study provides a broader reflection on such ilegal activities practiced in the field of the internet.

 

KEYWORDS: Memes; violence; policy; internet; astroturfing.

 

 

RESUMEN

Este artículo reproduce una investigación sobre los tipos de violencia presentes en los memes que han retratado a los candidatos a la Presidencia de Brasil en 2014, los cuales advieram de una cuestionable anarquía digital que tuvo lugar en el arrogado período. La hipótesis principal de este estudio es que los memes han inducido a los internautas a interpretaciones negativas sobre los candidatos y que estas representaciones fueron, en parte, elaboradas por los grupos políticos que se han beneficiado del anonimato generado por el entorno digital para desacreditar a sus adversarios.

 

PALABRAS CLAVE: Memes; violencia; política; internet; astroturfing.

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Biografia do Autor

Heitor Pinheiro de Rezende, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Doutorando no Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PEPGCOS/PUC-SP) e integrante do Núcleo de Pesquisa em Comunicação Corporativa da Universidade Anhembi Morumbi e do Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Comunicação e Cibercultura (CENCIB) da PUC-SP; mestre pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Design da Universidade Anhembi Morumbi (PPGDESIGN); graduado em Publicidade e Propaganda e técnico em Gestão Empresarial pela Universidade Anhembi Morumbi. É professor desde 2010; ministra aulas nos cursos de Tecnologia em Produção Publicitária, Graduação em Publicidade e Propaganda, Pós-Graduação de Programação de TV e Pós-graduação em Mídias e Redes Sociais na Universidade Anhembi Morumbi; exerce a atividade de professor convidado nos cursos de Especialização em Marketing Político e Propaganda Eleitoral da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (MKTPOL ECA/USP). Trabalhou em corporações nos setores de marketing, pesquisa e comunicação e atuou como freelancer em agências de publicidade e propaganda nos setores de criação e mídia. E-mail: hprezende.escolacomunicacao@gmail.com. 

Luiz Alberto de Farias, Universidade de São Paulo

Pós-doutorado em Comunicação pela Universidade de Málaga/Espanha (2016). Doutor em Comunicação e Cultura pelo Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina (Prolam) da Universidade de São Paulo (2006); mestre em Comunicação e Mercado (2000), especialista em Teoria da Comunicação (1995) e graduado em Relações Públicas (1990) pela Faculdade Casper Líbero; graduado em Jornalismo pela Universidade Cruzeiro do Sul (2001). Professor visitante na Universidade de Málaga e professor conveniado como orientador de Doutorado na Universidade Nova de Lisboa (Portugal). Dirigiu de dezembo de 2013 a junho de 2016, a Escola de Comunicação e a Escola de Educação da Universidade Anhembi Morumbi, e desde julho de 2017, é diretor Acadêmico das Escolas de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Anhembi Morumbi (Laureate International Universities), onde também atua como professor colaborador no programa de pós-graduação Stricto Sensu em Comunicação. É professor-doutor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo desde 2003, onde coordenou o curso de Relações Públicas de 2012 a 2013, e em 2015, e atua no programa de pós-graduação Stricto Sensu em Ciências da Comunicação como professor permanente desde 2011; foi professor-titular da Faculdade Cásper Líbero, onde coordenou o curso de Relações Públicas de 2011 a 2013; foi professor e coordenador do Curso de Comunicação Social da Universidade Cruzeiro do Sul. Foi agraciado com a primeira edição do Prêmio Aberje - Educador do Ano "James Hefernan", no ano de 2014. Foi presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação Organizacional e Relações Públicas, e é editor da Organicom Revista Brasileira de Comunicação Organizacional e Relações Públicas (Qualis B1); criou e editou o Jornal Intercom (2008 a 2011); atuou como diretor administrativo da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), como diretor administrativo da Associação Brasileira de Pesquisadores de Relações Públicas e Comunicação Organizacional (Abrapcorp); foi vice-presidente de planejamento e, por duas gestões, presidente da Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP-SP); também atuou como conselheiro-suplente do Conselho Regional dos Profissionais de Relações Públicas 2a. Região (SP/PR). Na Rádio USP co-apresentou o Programa Trilha Profissional de 2012 a 2013.  E-mail: lafarias@usp.br. 

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Publicado

2018-01-01

Como Citar

DE REZENDE, Heitor Pinheiro; DE FARIAS, Luiz Alberto. A INFLUÊNCIA ANÁRQUICA E VIOLENTA DOS MEMES NA POLÍTICA BRASILEIRA. Revista Observatório , [S. l.], v. 4, n. 1, p. 730–750, 2018. DOI: 10.20873/uft.2447-4266.2018v4n1p730. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/3315. Acesso em: 3 dez. 2024.