A CRÍTICA DAS PRÁTICAS NO DIZER DO REPÓRTER

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2018v4n1p327

Palavras-chave:

Jornalismo, Práticas jornalísticas, Crítica, Crítica da mídia

Resumo

A presente reflexão trabalha pistas ofertadas por jornalistas no esforço de, pela crítica, problematizar o regime das práticas. De modo aproximado, amplia a compreensão sobre o jornalismo, os sujeitos e as mediações, a partir de textos em que jornalistas examinam como os acontecimentos se engendram ao mesmo tempo em que elaboram uma crítica articulada à experiência e ao lugar de fala. Os “textos” analisados foram recolhidos no Twitter e no Facebook em perfis pessoais de jornalistas brasileiros e perpassam as negociações nas redações, os constrangimentos enfrentados, a preferência pelas versões das agências, a dependência das fontes oficiais e de seus enredos, os erros ou elementos negligenciados no processo de produção. Evidenciam a decisão do jornalista em dar a ver a “si mesmo” e às práticas jornalísticas, que se naturalizam sem serem suficientemente expostas e refletidas.

 

PALAVRAS-CHAVE: Jornalismo; Práticas jornalísticas; Crítica.

 

 

ABSTRACT

This study analyzes clues left by journalists in their effort through criticism to problematize the practices regime. This study aims to contribute to the comprehension about journalism, the subjects and the mediations, based on texts in which journalists examine how events are engendered at the same time that they produce an articulated criticism of the experience and the speech condition. The “texts” analyzed were collected in personal Twitter and Facebook accounts by Brazilian journalists. These texts are pervaded by the negotiations in the newsrooms, the embarrassments faced, and the preference for the agencies versions, the dependency of official sources and its plots, the mistakes or elements neglected in the production process. It is evidenced the decision of the journalists of showing “themselves”, and the journalistic practices that are naturalized without being adequately exposed and reflected.

 

KEYWORDS: Journalism; Journalistic practices; Criticism.

 

 

 

RESUMEN

La presente reflexión discute pistas ofertadas por los periodistas en el esfuerzo de, por la crítica, problematizar el régimen de las prácticas. De modo aproximado, amplia la comprensión sobre el periodismo, los sujetos y las mediaciones, a partir de textos en que los reporteros examinan como los acontecimientos se engendran al mismo tiempo en que elaboran una crítica articulada hacia la experiencia y el lugar de habla. Los “textos” analizados fueron elegidos en Twitter y en Facebook en perfiles personales de periodistas brasileros y tratan de las negociaciones en las redacciones, a veces de situaciones vergonzosas enfrentadas, la preferencia por las versiones de las agencias, la dependencia de las fuentes oficiales y de sus enredos, los errores o elementos olvidados en el proceso de producción.  Evidencian la decisión del periodista en dejar verse a “sí mismo” y las prácticas periodísticas, que se naturalizan sin suficientemente ser expuestas y reflexionadas.

 

PALABRAS CLAVE:  Periodismo, Prácticas periodísticas; Crítica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Angela Zamin, Universidade Federal de Santa Maria

Doutora em Ciências da Comunicação (UNISINOS). Professora do Departamento de Ciências da Comunicação da UFSM-FW. Líder do Resto – Laboratório de Práticas Jornalísticas (CNPq/UFSM). Email: angelazamin@gmail.com

Referências

BORRAT, H. El Periódico, actor político. Barcelona: Gustavo Gili, 1989.

BOURDIEU, P. Sobre a televisão. A influência do jornalismo e os jogos olímpicos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.

BRAGA, J. L. A sociedade enfrenta sua mídia: dispositivos sociais de crítica midiática. São Paulo: Paulus, 2006.

_______. ‘Lugar de Fala’ como conceito metodológico no estudo de produtos culturais. In: MALDONADO, Alberto Efendy; FAUSTO NETO, Antonio; COGO, Denise; BRAGA, José Luiz et all. Mídia e processos socioculturais. São Leopoldo: Programa de Pós-Graduação em

Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2000. p. 159-184.

CHADE, J. Nos bastidores de um erro global. [S.l.], 2016a. Mensagem postada pelo autor na rede social Facebook em 1º fev. 2016; 22:44. Disponível em: <https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=10153255168066555&id=533916554>. Acesso em: 2 fev. 2016.

_______. Como se fabrica uma ilusão, 2016b. [S.l.], 2016b. Mensagem postada pelo autor na rede social Facebook em 3 mar. 2016; 12:55. Disponível em: <https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=10153309182656555&id=533916554>. Acesso em: 3 mar. 2016.

CORNU, D. Jornalismo e verdade. Lisboa: Instituto Piaget, 1994.

CHRISTOFOLETTI, R.; VIEIRA, L. Erro em portais noticiosos: considerações sobre qualidade e ética. In: 11º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo. Anais. Brasília, DF: UnB; SBPJor, 2013.

FÍGARO, R.; NONATO, C.; BULLA, O. O silêncio como prescrição para o trabalho do jornalista. In: III Colóquio Internacional Mudanças Estruturais no Jornalismo, 2015, Florianópolis. Anais. Florianópolis: Mejor, 2015, p. 228-241.

FISHMAN, M. La fabricación de la noticia. Buenos Aires: Tres Tiempos, 1983.

FLORESTA, C.; BRASLAUSKAS, L. Técnicas de reportagem e entrevista: roteiro para uma boa apuração. v. 3. São Paulo: Saraiva, 2009.

FOUCAULT, M. Arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008. (Ditos e escritos, v. II).

______. Qu’est-ce que la Critique?. Bulletin de la Société Française de Philosophie, Paris, t. LXXXIV, année 84, n.2, p.35-63, avr./juin. 1990.

______. História da sexualidade: o uso dos prazeres. v. 2. Rio de Janeiro: Graal, 1984.

FRAGOSO, S. et al. Métodos de pesquisa para internet. Porto Alegre: Sulina, 2011.

GANS, H. J. Deciding what´s news. New York: Vintage Books, 1980.

GROTH, O. O poder cultural desconhecido: fundamentos da Ciência dos Jornais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

LARROSA BONDÍA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, n. 19, jan.-abr. 2002.

LEAL, B. S.; LAGE, I. A retórica testemunhal em narrativas da Trip, Tpm E Rolling Stone. Brazilian Journalism Research, v. 1, n. 1, p. 64-81, 2015.

MAROCCO, B. A. Os procedimentos de controle e a resistência na prática jornalística. Galáxia (São Paulo, Online), n. 30, p. 73-85, dez. 2015.

MAROCCO, B.; BERGER, C. A dupla falta do editor de jornal, nos livros e cursos de jornalismo. In: FELIPPI, A. T. et al. (orgs). Edição em jornalismo: ensino, teoria e prática. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2006. p. 17-30.

MEYER, P. Os jornais podem desaparecer?: como salvar o jornalismo na era da informação. São Paulo: Contexto, 2007.

PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. Guia para a edição jornalística. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.

RECUERO, R. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.

RÜDIGER, Francisco. Crítica. In: MARCONDES FILHO, Ciro. Dicionário da comunicação. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Paulus, 2014. p. 122-123.

SANTOS, R. A negociação entre jornalistas e fontes. Coimbra: Minerva, 1997.

SILVA, A. R.; MAROCCO, B. Murmúrios de Aion. Tempo e Jornalismo. Verso e Reverso, v. 22, n. 49, ano XXII. São Leopoldo: Unisinos, 2008.

SILVA, C. E. L. Correspondente internacional. São Paulo: Contexto, 2011.

SILVA, L. M. Por que a imprensa erra? Cem casos e algumas hipóteses. In: X COMPÓS, 2001, Brasília. Anais. Brasília, DF, Compós, 2001.

SCHUDSON, M. Por que é que as notícias são como são? Revista de Comunicação e Linguagens, n. 14, p. 7-27, 1991.

TAMBOSI, O. Jornalismo e teorias da verdade. Intercom – Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, São Paulo, v. 30, n. 1, p. 35-48, jan.-jun. 2007.

TUCHMAN, G. La producción de la noticia: estudio sobre la construcción de la realidad. Barcelona: Gustavo Gili, 1983.

VAZ, P. Prefácio. In: BRAGA, J. L. A sociedade enfrenta sua mídia: dispositivos sociais de crítica midiática. São Paulo: Paulus, 2006. p. 13-18.

WOLF, M. Teorias da comunicação de massa. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

ZAMIN, A. Jornalismo de referência: o conceito por trás da expressão. Revista Famecos, PUCRS, Porto Alegre, v. 21, n. 3, p. 918-942, set-dez. 2014. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.15448/1980-3729.2014.3.16716>.

_______. Meios-fonte nas páginas de internacional de O Estado de S. Paulo. Galáxia, PUCSP, São Paulo, n. 22, p. 250-261, dez. 2011.

ZAMIN, A.; SCHWAAB, R. Um acidente no relato, um atentado na edição; e outras reflexões acerca das práticas jornalísticas. Galaxia, PUCSP, São Paulo, n. 34, jan-abr., 2017, p. 163-174. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/1982-2554201727205>.

Publicado

2018-01-01

Como Citar

ZAMIN, Angela. A CRÍTICA DAS PRÁTICAS NO DIZER DO REPÓRTER. Revista Observatório , [S. l.], v. 4, n. 1, p. 327–348, 2018. DOI: 10.20873/uft.2447-4266.2018v4n1p327. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/4596. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático II / Thematic dossier II / Dossier temático II

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.