O FRACASSO ESCOLAR E A MEDICALIZAÇÃO DA APRENDIZAGEM E DO COMPORTAMENTO
DOI :
https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2024v10n1a30ptMots-clés :
Fracasso Escolar, Medicalização, Doenças-do-não-aprender, Doenças-do-não-se-comportar, NeoliberalismoRésumé
Este estudo investigou as relações entre o fracasso escolar e a medicalização dos comportamentos e das aprendizagens infantis desviantes da norma. Para isso, buscamos sustentar, no campo da Educação, têm-se construído um movimento político-econômico orquestrado por setores da sociedade que concentram o poder sobre a produção do conhecimento e sobre a economia. Esses setores têm demostrado forte empenho na invenção de doenças-do-não-aprender e de doenças-do-não-se-comportar. Um dos indicadores de tamanho empenho é o advento do quinto Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) e seus desdobramentos na sociedade. O que nos apontou para uma organização social que produz patologias e sofrimentos psíquicos em detrimento da sustentação das molas do neoliberalismo.
Téléchargements
Références
ABRASME - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAUDE MENTAL. Contribuições a Política Nacional de Saúde Mental. Teses da ABRASME. Rio de Janeiro, 2015.
BRASIL. Nota Técnica n. 11/2019 - CGMAD/DAPES/SAS/MS. Esclarecimentos sobre as mudanças na Política Nacional de Saúde Mental e nas Diretrizes da Política Nacional sobre Drogas. Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas Coordenação-Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas. 2019.
CARVALHO, S. R. et al. Medicalização: uma crítica (im)pertinente? Physis Revista de Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v. 25 n. 25, 2015.
COLLARES, C. A. L.; MOYSÉS, M. A. A. A transformação do espaço pedagógico em espaço clínico (A Patologização da Educação). Série Idéias, n. 23, São Paulo, p. 25-31. 1994.
COLLARES, C. A. L.; MOYSES, M. A. A. Fracasso escolar uma questão médica? Caderno Cedes, n.15, São Paulo, Cortez, 1985.
FRANCES, A. Voltando ao normal. Como o excesso de diagnósticos e a medicalização da vida estão acabando com a nossa sanidade e o que pode ser feito para retomarmos o controle. 1. ed. Rio de Janeiro: Versal Editores, 2016.
FREUD, S. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, análise fragmentária de uma histeria (o caso Dora) e outros textos. São Paulo: Companhia das letras, 2016.
GONÇALVES FILHO, J. M. Medicalização e humilhação social. In: OLIVEIRA, E. C. VIÉGAS, L.S. MESSEDER, H. S. Desver o mundo, perturbar os sentidos: caminhos na luta pela desmedicalização. Salvador: EDUFBA, 2021.
GOUSSOT, A. Abordagens críticas da infância: o olhar da educação. In: OLIVEIRA, E. C.; VIÉGAS, L.S.; NETO, H. S. M. (Org). Desver o mundo, perturbar os sentidos: caminhos na luta pela desmedicalização da vida. Salvador: EDUFBA, 2021, p. 26-34.
LACAN, J. O seminário, livro 14: a lógica do fantasma (1966-1967). Sessão de 10 maio 1967. Inédito.
MARINS, P. C. Habitação e vizinhança. In: SEVCENKO (Org.). História da Vida Privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, vol. 3, 1998.
MARTINHAGO, F.; CAPONI, S. Controvérsias sobre o uso do DSM para diagnósticos de transtornos mentais. Physis: Revista de Saúde Coletiva. v. 29, n. 2, 2019.
PATTO, M. H. S. A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia (4ª ed). São Paulo: Casa do Psicólogo, 2015.
ROSA, M. D. A clínica psicanalítica em face da dimensão sociopolítica do sofrimento. São Paulo: Escuta, 2018.
SOUZA, M. P. R. Retornando à patologia para justificar a não aprendizagem escolar: a medicalização e o diagnóstico de transtornos de aprendizagem em tempos de neoliberalismo. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2010.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Observatoire Journal 2024

Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale 4.0 International.
[PT] Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista, sem pagamento, o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License (CC BY-NC 4.0), permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Leia todos os termos dos direitos autorais aqui.