AFRO-BRASILEIROS NO MUSEU PARANAENSE: silêncios, demandas públicas e ressignificações
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n2p113Palavras-chave:
Historia Pública, História do Paraná, Ensino de História, escravidão, pós-aboliçãoResumo
Pautado pelo interesse em refletir sobre a relação do público com o passado e sobre a construção de narrativas de passado destinadas a grandes públicos, este artigo insere-se no âmbito do que vem sendo designado História Pública. Nele, abordamos a maneira como a população afro-brasileiratem sido representada no Museu Paranaense, instituição de preservação da memória situada na cidade de Curitiba. Como essa entidade tem forte ação educativa junto a escolas da região, o artigo também tem relação constituída com o Ensino de História. Buscamos com ele demonstrar que, tendo sido constituído para forjar uma identidade paranaensefortemente marcada pela valorização da história da imigração de origem europeia, o museu tem silenciado sobre a presença de negros na formação populacional da região, esvanecendo ou limitando a abordagemdas experiências de escravidão e do pós-abolição na história local. Embora essa característica ainda se mantenha no circuito expositivo do museu, sob demandas sociais de grupos afrodescendentes, a instituição vem buscando recompor a narrativa histórica até então estabelecida. Desse percurso de silenciamento, dos desafios para a recomposição das histórias contadas é que trata esse artigo.
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