A ENTONAÇÃO VALORATIVA NA CONSTITUIÇÃO DE SENTIDOS NO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA EM MOÇAMBIQUE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2023v14n3p196-213

Palavras-chave:

Entonação Valorativa, Leitura, Língua Portuguesa

Resumo

Este artigo é resultado do recorte do trabalho de conclusão de curso intitulado “A Entonação Valorativa nos Géneros Discursivos do Livro Didáctico de Portuguesa do Ensino Primário em Moçambique.” Sendo assim, neste artigo procuramos discutir à luz dos pressupostos do dialogismo, como a entonação valorativa, enquanto conceito axiológico auxilia no processo de ensino e aprendizagem da leitura. Como recurso metodológico, partimos pelo uso da técnica denominada análise de conteúdo (AC), baseada na perspectiva da análise dialógica do discurso (ADD). Assim, os resultados desta pesquisa aduzem que a entonação valorativa enquanto conceito axiológico é fundamental na formação da atitude responsiva do aluno, bem como ajuda na formação do aluno-leitor activo. Portanto, a pesquisa demostrou que o conhecimento do professor destes elementos é bastante importante, uma vez que permite que o aluno na condição de aprendente possa reflectir e relacionar os géneros discursivos apresentados com situações reais do seu mundo. Por isso, este artigo sustenta-se em dois princípios essenciais. O primeiro refere-se ao argumento defendido pelo Círculo de Bakhtin, de que a linguagem se constitui na interacção entre os sujeitos, a considerar a posição ocupada por eles, dentro de um determinado tempo e espaço. O segundo, ao próprio processo de didatização dos géneros discursivos, visto que, ao serem disponibilizados nos livros didácticos, pensamos que podem concretizar a linguagem nas enunciações em sala de aula, o que implica constatar que os géneros são firmados nesse instrumento de ensino como a mais pura manifestação da linguagem em sociedade.

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Publicado

2023-12-24

Como Citar

Manuel, A. J. (2023). A ENTONAÇÃO VALORATIVA NA CONSTITUIÇÃO DE SENTIDOS NO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA EM MOÇAMBIQUE. EntreLetras, 14(3), 196–213. https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2023v14n3p196-213