DOR E SOFRIMENTO
PRODUÇÃO CIENTÍFICA NO BRASIL SOBRE ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO (2010-2020)
DOI :
https://doi.org/10.20873/2526-1487e022012Mots-clés :
Violência no trabalho; Saúde do trabalhador; Condições de Trabalho; Estresse Ocupacional; Ambiente de trabalho.Résumé
Realizou-se uma revisão sistemática da produção científica no Brasil sobre assédio moral no trabalho, no período compreendido entre julho de 2010 a julho de 2020. Levantaram-se estudos publicados em periódicos da Biblioteca Virtual em Saúde, por meio do protocolo Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). O levantamento final contou com 20 artigos, sendo 09 teóricos e 11 empíricos. Os estudos foram categorizados em quatro subtemas: caracterização do assédio moral (5%); aspectos organizacionais/institucionais e modos de prevenção (30%); perspectivas conceituais e medidas de avaliação (30%) e consequências do assédio (35%). Constatou-se concentração de estudos envolvendo categorias profissionais específicas, como profissionais da saúde/enfermagem e trabalhadores do ramo da indústria, comércio e serviços. Também se identificaram cinco classes de evidências de resultados dos artigos: atos negativos; grupos acometidos e situações mais comuns; causas; consequências; prevenção/intervenção. Muitos estudos apontaram a relação do assédio com modos de gestão. Constatou-se aumento da produção científica do tema. Identificaram-se lacunas a ser investigadas, principalmente quanto às estratégias de prevenção.
Références
Allan, N. A., Gizzi, J. S. & Cozero, P. T. (Orgs). (2015). Assédio moral organizacional: as vítimas dos métodos de gestão dos bancos. Bauru: Canal 6.
Amazarray, M. R. & Galia, R. W. (2016). Assédio Moral no Trabalho. In Gomide, P. I. C. & Staut, S. S. (Orgs). Introdução a Psicologia Forense (pp. 149-165). Curitiba: Juruá.
Araújo, R. & Alvarenga, L. (2011). A bibliometria na pesquisa científica da pós-graduação brasileira de 1987 a 2007. Encontros Bibli, 16(31), 51-70. https://doi.org/10.5007/1518-2924.2011v16n31p51.
Berlingieri, A. (2015). Workplace bullying: exploring an emerging framework. Work, Employment and Society, 29(2), 342–353. https://doi.org/10.1177/0950017014563105.
Bradaschia, C. A. (2007). Assédio moral no trabalho: a sistematização dos estudos sobre um campo em construção. [Dissertação de mestrado não-publicada]. Fundação Getulio Vargas EAESP - Escola de Administração de Empresas de São Paulo.
Brasil. (2001). Projeto de Lei PL 4742/2001. Dispõe sobre a alteração do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, que Introduz o art. 146-A no Código Penal Brasileiro (Código Penal), para tipificar o assédio moral como crime. Câmara dos Deputados. Brasília. https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=28692
Caran, V. C. S. (2007). Riscos psicossociais e assédio moral no contexto acadêmico [Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo]. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-07012008-134033/en.php
Caran, V. C. S., Secco, I. A. O., Barbosa, D. A. & Robazzi, M. L. C. C. (2010). Assédio moral entre docentes de instituição pública de ensino superior do Brasil. Acta Paulista de Enfermagem, 23(6), 737-744. http://www.scielo.br/pdf/ape/v23n6/04.pdf.
Cerqueira, V. S. (2015). Assédio moral organizacional nos bancos. São Paulo: LTr.
Chappell, D. & Di Martino, V. (2006). Violence at work (3a ed.). Geneva: International Labour Office. http://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---dgreports/---dcomm/---publ/documents/publication/wcms_publ_9221108406_en.pdf.
Cook, D. J., Mulrow, C. D. & Haynes, R. B. (1997). Systematic reviews: synthesis of best evidence for clinical decisions. Annals of Internal Medicine, 126(1), 376-80. https://annals.org/aim/article-abstract/710356.
Dejours, C., Dessors, D. & Desriaux, F. (1993). Por um trabalho, fator de equilíbrio. Revista de Administração de Empresas, 33(3), 98-104. https://dx.doi.org/10.1590/S0034-75901993000300009.
Duarte, R. (2004). Entrevistas em pesquisas qualitativas. Educar, (24), 213-225. http://www.scielo.br/pdf/er/n24/n24a11.pdf/.
Figueiredo, P. M. (2012). Assédio moral contra mulheres nas organizações. São Paulo: Cortez.
France. (2018). Article 222-33-2-2, tel que modifié par la loi n ° 2018-703 du 3 août 2018 - art. 11, qui prévoit l'intimidation dans le code pénal. Legifrance. https://www.legifrance.gouv.fr/affichCode.do;jsessionid=78660EB15B05B1308C7250EE5F36B8F4.tplgfr25s_3?idSectionTA=LEGISCTA000006165282&cidTexte=LEGITEXT000006070719&dateTexte=20190216.
Freitas, M. E., Heloani, J. R. & Barreto, M. (2017). Assédio moral no trabalho. São Paulo: Cengage Learning.
Garcia, I. S. & Tolfo, S. R. (2011). Assédio moral no trabalho: uma responsabilidade coletiva. Psicologia & Sociedade, 23(11), 190-192. https://www.redalyc.org/pdf/3093/309326567008.pdf.
Gaulejac, V. (2007). Gestão como doença social: ideologia, poder gerencialista e fragmentação social. São Paulo: Ideias e Letras.
Glina, D. M. R. & Garbin, A. (2005). Assédio moral no trabalho: aspectos conceituais, jurídicos e preventivos. Saúde. Ética & Justiça, 10(1-2), 38-47. https://doi.org/10.11606/issn.2317-2770.v10i1-2p38-47.
Glina, D. M. R. & Rocha, L. E. (2010). Saúde mental no trabalho: Da teoria à prática. São Paulo: Roca.
Glina, D. M. R. & Soboll, L.A. (2012). Intervenções em assédio moral no trabalho: uma revisão da literatura. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 37(126), 269-283. http://observatorio.fm.usp.br/handle/OPI/6192.
Guimarães, L. A. M. & Grubits, S. (1999). Saúde mental e trabalho. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Heloani, R. (2004). Assédio moral: um ensaio sobre a expropriação da dignidade no trabalho. RAE-eletrônica, 3(1), 1-8. http://www.scielo.br/pdf/raeel/v3n1/v3n1a12.
Heloisa, M. R., Cavalcante, R., Rocha, M. T. & Rodrigues, S. (2007). Auto relato de situações constrangedoras no trabalho e assédio moral nos bancários: uma fotografia. Psicologia & Sociedade, 19(3), 117-128. https://www.redalyc.org/pdf/3093/309326376016.pdf.
Inácio, A. (2012). Assédio moral no mundo do trabalho. São Paulo: Ideias e Letras.
International Labour Organization. (2018). Violence and harassment against women and men in the world of work: trade union perspectives and action. Geneve: ILO. http://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---ed_dialogue/---actrav/documents/publication/wcms_546645.pdf.
International Labour Organization. (2019, 10 de junho). C190 - Violence and Harassment Convention, [Anais]. 190th Convention concerning the elimination of violence and harassment in the world of work. International Labour Organization - ILO. Geneve, Switzerland. https://www.ilo.org/dyn/normlex/en/f?p=1000:12100:0::NO::P12100_INSTRUMENT_ID,P12100_LANG_CODE:3999810,es:NO.
Lancman, S. & Ghirardi, M. (2002). Pensando novas práticas em terapia ocupacional, saúde e trabalho. Revista de Terapia Ocupacional Da Universidade De São Paulo, 13(2), 44-50. https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v13i2p44-50.
Lancman, S., Ghirardi, M., Castro, E. D. & Tuacek, T. A. (2009). Repercussões da violência na saúde mental de trabalhadores do Programa Saúde da Família. Revista de Saúde Pública, 43(4), 682-688. https://www.redalyc.org/pdf/672/67240178015.pdf.
Leite, A. I. T. (2012). Assédio moral no âmbito hospitalar: estudo com profissionais de enfermagem [Dissertação de mestrado, Universidade Federal da Paraíba]. Repositório Institucional da UFPB. https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/tede/5073
Liberati, A., Altman, D. G., Tetzlaff, J., Mulrow, C., Gøtzsche, P. C., Ioannidis, J. P. A., Clarke, M., Devereaux, P. J., Kleijnen, J. & Moher, D. (2009). The PRISMA Statement for reporting systematic reviews and meta-analyses of studies that evaluate health care interventions: explanation and elaboration. PLOS Medicine, 6(7), e1000100. https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1000100.
Lima, C. Q. B., Barbosa, C. M. G., Mendes, R. W. B. & Patta, C. A. (2014). Assédio moral e violências no trabalho: caracterização em perícia judicial. Relato de experiência no setor bancário. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. 39(129), 101-110. https://dx.doi.org/10.1590/0303-7657000050313.
Lombardi, M. R. (2017). Engenheiras na construção civil: a feminização possível e a discriminação de gênero. Cadernos de Pesquisa, 47(163), 122-146. http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n163/1980-5314-cp-47-163-00122.pdf.
Martel, M. C. V. & Mateo, R. S. (2012). El mobbing: um problema ético em la gestión de empresas. Ciência Y Sociedad, 37(4), 407-434. http://repositoriobiblioteca.intec.edu.do/bitstream/handle/123456789/1416/CISO20123704-407-434.pdf.
Moraes, R. (1999). Análise de Conteúdo. Revista Educação 22(37), 7-32
Nunes, T. & Tolfo, S. (2013). A Dinâmica e os Fatores Organizacionais Propiciadores à Ocorrência do Assédio Moral no Trabalho. Revista de Gestão e Secretariado, 4(2), 90-113.
Padula, R., Pires, R., Alouche, S., Chiavegato, L., Lopes, A. & Costa, L. (2012). Análise da apresentação textual de revisões sistemáticas em fisioterapia publicadas no idioma português. Revista Brasileira de Fisioterapia, 16(4), 281-288. https://www.redalyc.org/pdf/2350/235023130012.pdf.
Piñuel, I. & Oñate, A. (2006). La evaluación y diagnóstico del mobbing o acoso psicológico en la organización: el barómetro Cisneros. Revista de Psicología del Trabajo y de las Organizaciones, 22(3), 309-332. http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=231317121005.
Pitta, A. (1991). Hospital: dor e morte como ofício. São Paulo: Editora Hucitec.
Seligmann-Silva, E. (1997). Saúde mental e automação: a propósito de um estudo de caso no setor ferroviário. Cadernos de Saúde Pública, 13(2), 95-110. https://www.scielosp.org/pdf/csp/1997.v13suppl2/S95-S109/pt.
Soboll, L. A. & Horst, A. C. (2015). O Assédio Moral como estratégia de gerenciamento: solicitações da forma atual de gestão. In Allan, N. A., Gizzi, J. S. & Cozero, P.T. (Orgs). Assédio moral organizacional: as vítimas dos métodos de gestão dos bancos (pp. 19-38). Bauru, SP: Canal 6.
Soboll, L. A. P. & Gosdal T. C. (2009). Assédio moral interpessoal e organizacional: um enfoque interdisciplinar. São Paulo: LTr.
Soboll, L. A. P. (2017). Intervenções em assédio moral e organizacional. São Paulo: LTr.
Urrútia, G. & Bonfill, X. (2010). Declaración PRISMA: una propuesta para mejorar la publicación de revisiones sistemáticas y metaanálisis. Medicina Clinica, 135(11), 507–11. https://es.cochrane.org/sites/es.cochrane.org/files/public/uploads/PRISMA_Spanish.pdf.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Patricia Andréa Barbosa Machado, Bruna Trus Schiavi, Nathália Paida da Silva, Mayte Raya Amazarray 2022
![Licence Creative Commons](http://i.creativecommons.org/l/by-nc/4.0/88x31.png)
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale 4.0 International.
Os direitos autorais dos artigos publicados pela Revista Trabalho EnCena permanecem propriedade dos autores, que cedem o direito de primeira publicação à revista. Os autores devem reconhecer a revista em publicações posteriores do manuscrito. O conteúdo da Revista Trabalho EnCena está sob a Licença Creative Commons de publicação em Acesso Aberto. É de responsabilidade dos autores não ter a duplicação de publicação ou tradução de artigo já publicado em outro periódico ou como capítulo de livro. A Revista Trabalho EnCena não aceita submissões que estejam tramitando em outra Revista. A Revista Trabalho EnCena exige contribuições significativas na concepção e/ou desenvolvimento da pesquisa e/ou redação do manuscrito e obrigatoriamente na revisão e aprovação da versão final. Independente da contribuição, todos os autores são igualmente responsáveis pelo artigo.