Capturas e resistências à terceirização: estudo com trabalhadores de uma universidade pública

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Resumo

RESUMO

Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa realizada com trabalhadores terceirizados do setor de limpeza de uma universidade pública brasileira. O estudo teve como principal objetivo analisar os riscos de sofrimento patogênico no trabalho desses sujeitos. A Psicodinâmica do Trabalho foi o referencial teórico utilizado e a metodologia escolhida baseou-se no Inventário de Riscos de Sofrimento Patogênico no Trabalho (IRST), aplicado em uma amostra de 139 sujeitos na própria universidade. O instrumento utilizado analisa três fatores específicos das situações de trabalho: utilidade, indignidade e reconhecimento. Os resultados da pesquisa indicam, principalmente, que tais trabalhadores apresentam sentimentos de indignidade em relação à realidade laboral, assim como gostariam de se sentir mais reconhecidos por suas atividades. Os fatores que mais geram riscos à saúde dos participantes estão ligados às condições físicas do trabalho e às situações de assédio moral. A Psicodinâmica considera a terceirização como dispositivo que resulta na fragmentação dos coletivos de trabalho, o que pode fragilizar a construção identitária dos trabalhadores e provocar adoecimentos, o que vai ao encontro dos resultados obtidos na pesquisa. Conclui-se que o processo de terceirização é produtor de fortes riscos para a saúde desses trabalhadores e, por isso, produções acadêmicas sobre esta temática se fazem cada vez mais necessárias.

PALAVRAS-CHAVE: Terceirização. Sofrimento patogênico. Psicodinâmica do Trabalho.

Biografia do Autor

Vinicius de Moura Barbati, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Bacharel em Psicologia pela universidade federal do Rio de Janeiro, com ênfase em Psicodinâmica do Trabalho. Ligado ao Núcleo Trabalho e Contemporaneidade (UFRJ) e ao Grupo Trabalho Vivo - Pesquisas em Arte, Trabalho, Ações Coletivas e Políticas. Possui também trabalho conjunto ao Núcleo de Solidariedade Técnica - Soltec (UFRJ).  Atualmente realiza especialização em Saúde do Trabalho e Ecologia Humana no Cesteh (Fiocruz).

Flávio Chedid Henriques, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Engenheiro de Produção pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com mestrado em Engenharia de Produção pela COPPE e doutorado e pós-doutorado em Planejamento Urbano e Regional pelo IPPUR/UFRJ. Técnico Administrativo da Universidade Federal do Rio de Janeiro lotado no Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (NIDES), exercendo as funções de docente do Programa de Pesquisa em Tecnologia para o Desenvolvimento Social no Mestrado Profissional com mesmo nome e de coordenador do Núcleo de Solidariedade Técnica - SOLTEC/UFRJ.

Sergio Dias Guimarães Junior, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Psicólogo formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestrando em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da mesma universidade. Possui mestrado em Recursos Humanos e Gestão Internacional pela Sorbonne Université - Panthéon-Assas Paris 2, de Paris. Atualmente atua como pesquisador colaborador do Núcleo de Pesquisa e Intervenção Trabalho Vivo do Instituto de Psicologia da UFRJ e como Docente e organizador das edições do Curso de Extensão em "Saúde do Trabalhador e Psicologia" oferecido pelo respectivo instituto. Também atua como psicólogo clínico tendo como base um referencial teórico transdisciplinar. 

João Batista de Oliveira Ferreira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Psicologia e da Graduação em Psicologia da UFRJ. Doutor em Psicologia Social e do Trabalho (UnB). Mestre em Psicologia (UnB). Psicólogo (UFRGS). Pesquisador do Grupo Psicodinâmica e Clínica do Trabalho do CNPq e da Associação Nacional de Pós-Graduação em Psicologia (Anpepp). Coordenador do Núcleo Trabalho Vivo - Pesquisas em Arte, Trabalho e Ações Coletivas.

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Publicado

2017-05-04

Como Citar

Barbati, V. de M., Henriques, F. C., Guimarães Junior, S. D., & Oliveira Ferreira, J. B. de. (2017). Capturas e resistências à terceirização: estudo com trabalhadores de uma universidade pública. Trabalho (En)Cena, 1(2), 110–127. Recuperado de https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/encena/article/view/2925

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa

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