Adoecimento mental no trabalho: Um estudo a partir da percepção dos profissionais da gestão de recursos humanos
DOI:
https://doi.org/10.20873/2526-1487e024007Palavras-chave:
Saúde Mental, Gestão de Recursos Humanos, Psicodinâmica do TrabalhoResumo
Este artigo buscou investigar a percepção dos profissionais da gestão de recursos humanos sobre os fatores que geram adoecimento mental nos trabalhadores dentro das organizações a partir das suas observações e vivências no contexto laboral. Foi realizado um estudo de campo com uma abordagem qualitativa, com delineamento não experimental e caráter descritivo e exploratório com a participação de 14 profissionais da gestão de recursos humanos de diferentes lugares do Brasil. Foram utilizadas entrevistas individuais norteadas pelos objetivos do estudo. A análise das informações aconteceu por meio da análise de conteúdo temática com o auxílio teórico da psicodinâmica do trabalho. Como resultado, destaca-se que o mau relacionamento com os líderes se apresenta como o fator que mais afeta o bem-estar nas organizações e como desencadeador de vivências de assédios, solidão e de sobrecarga. Os profissionais de recursos humanos vivenciam e testemunham contextos adoecedores com o peso da responsabilidade sobre a qualidade de vida no trabalho, o que gera sofrimento nos dilemas da sua atuação. Ressalta-se a importância do investimento em práticas de promoção de saúde nos subsistemas de recursos humanos por meio da abordagem da psicodinâmica do trabalho.
Referências
Alvares, K. P., & Souza, I. M. de. (2016). Sustentabilidade na gestão de pessoas: Práticas e contribuições às organizações. Revista Gestão Organizacional, 9(2), 24-38. doi: 10.22277/rgo.v9i2.3285 https://doi.org/10.22277/rgo.v9i2.3285
Antunes, R. (1999). Crise capitalista contemporânea e as transformações do mundo do trabalho. In Universidade de Brasília. CEAD. (1999). Cadernos de capacitação em serviço social e política social. Módulo 1: crise contemporânea, questãosocial e serviço social (19-31). Brasília, DF: Autor.
Barrena-Martínez, J., López-Fernández, M., & Romero-Fernández, P. M. (2019). Towards a configuration of socially responsible human resource management policies and practices: Findings from an academic consensus. The International Journal of Human Resource Management, 30(17), 2544-2580. doi: 10.1080/09585192.2017.1332669 https://doi.org/10.1080/09585192.2017.1332669
Barreto, M.; Heloani, R. (2015). Violência, saúde e trabalho: a intolerância e o assédio moral nas relações laborais. Serv. Soc. Soc., São Paulo, 123, 544-561
Borges, M. E. S. (2004). Trabalho e gestão de si: para além dos “recursos humanos”. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 7, 41-49. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37172004000100005&lng=pt&tlng=pt
Brasil. (2017). Secretaria da Previdência, Ministério da Fazenda. Adoecimento Mental e Trabalho:a concessão de benefícios por incapacidade relacionados a transtornos mentais e comportamentais entre 2012 e 2016. 1º Boletim Quadrimestral sobre Benefícios por Incapacidade.Brasília, DF: Secretaria da Previdência; 2017.
Bueno, M., & Macedo, K. B. (2012). A clínica psicodinâmica dotrabalho: de Dejours às pesquisas brasileiras. Ecos. 2012; 2 (2) :306-18.
Dejours, C. (2008). Avaliação do trabalho submetido à prova do real: Crítica aos fundamentos da avaliação. São Paulo: Editora Blucher.
Dejours, C. (2010). A banalizalização da injustiça social. Rio de Janeiro: FGV.
Dejours, C. (2017). Psicodinâmica do trabalho: casos clínicos. Porto Alegre: Dublinense.
Dejours, C. (2019). Psicanalista francês fala sobre a relação entre os adoecimentos mentais e o trabalho. Revista Proteção. http://www.protecao.com.br/materias/entrevistas/psicanalista_frances_fala_sobre_a_relacao_entre_os_adoecimentos_mentais_e_o_trabalho/JyjaAc
Demaegdt, C. (2020). Centralité du travail et sublimation. Topique, 29-40.
Evans, P. A. L. Pucik, V., & Barsoux, J. L. (2002). The global challenge: frameworks for international human resource management. New York: McGrawHill.
Felipe, I. F. R., Medeiros, V. R. Camargo, M. L., & Goulart J. E. (2021). Impactos da Pandemia de Covid-19 sobre Profissionais de Gestão de Pessoas. Revista Psicologia e Saúde, 13(2), 211-225. https://dx.doi.org/10.20435/pssa.v13i2.1090
Garcia Barboza, E. L., Bertolossi Dantas, E. L., & Santos, M. A. (2019). ADOECIMENTO MENTAL NO TRABALHO: UMA REALIDADE DOS DIAS ATUAIS. Trabalho (En)Cena, 4(2), 506–518. https://doi.org/10.20873/2526-1487V4N2P506
Gubman, E. H. R. (2004). Strategy and planning: from birth to business results. Human Resource Planning, v.27, n.1, p.13-23. 2004.
Hirigoyen, M.-F. (2017). Assédio moral: a violência perversa no cotidiano. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
Leymann, H. (1996a). Contenido y Desarrollo del Acoso Grupal/moral (“Mobbing”) en el Trabajo. In: European Journal os Work and Organizzational Psychology, 5(2), 165-184.
Martiningo Filho, A., & Siqueira, M. V. S.. (2008). Assédio moral e gestão de pessoas: uma análise do assédio moral nas organizações e o papel da área de gestão de pessoas. RAM. Revista De Administração Mackenzie, 9(5), 11–34. https://doi.org/10.1590/S1678-69712008000500002
Renteria, E., Peixoto, A. L. A, & Bastos, A. V. B (2020). Producción de conocimiento, práctica profesional y formación en psicología de las organizaciones y del trabajo: Desafíos presentados por el contexto latinoamericano. In J. Orejuela (Ed.), Desafíos en la formación de psicólogos de las organizaciones y el trabajo. Medellin: Editorial EAFIT.
Rocha, S. H., & Bussinguer, E. C. de A. (2016). A invisibilidade das
doenças mentais ocupacionais no mundo contemporâneo do trabalho. Pensar - Revista de Ciências Jurídicas, 21, 3, 1104-1122.
Seligman-Silva, E. (2010). Acidentes de Trabalho e a Dimensão Psíquica. São Paulo, p. 3.
Silva, C. L. O., & Torres, L. M. (2011). Gestão de Recursos Humanos: Ser ou Não Ser Estratégica, Eis uma Questão Discursiva. In: III Encontro de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho, 3º, 2011, João Pessoa. Anais... João Pessoa: Anpad, 2011.
Soboll, L. A. P. (2010). Organização do trabalho e prática do assédio moral: um estudo sobre trabalho bancário. In: D. M. R. Glina; & Rocha, L. E. Saúde mental no trabalho: da teoria à prática (pp. 358-368). São Paulo: Roca.
Ulrich, D. Os Campeões de Recursos Humanos: inovando para obter os melhores resultados. São Paulo: Futura, 1998.
Zanelli, J. C., & Kanan, L. A. (2018). Fatores de riscos, proteção psicossocial e trabalho: organizações que emancipam ou que matam. Lages: Editora Uniplac
Ybema, J. F., Vuuren, T. van, & Dam, K. van. (2020). HR practices for enhancing sustainable employability: Implementation, use, and outcomes. The International Journal of Human Resource Management, 31(7), 886-907. doi: 10.1080/09585192.2017.1387865 https://doi.org/10.1080/09585192.2017.1387865
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Amanda Dias Dourado, Paulo César Zambroni-de-Souza, Ivan Bolis
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os direitos autorais dos artigos publicados pela Revista Trabalho EnCena permanecem propriedade dos autores, que cedem o direito de primeira publicação à revista. Os autores devem reconhecer a revista em publicações posteriores do manuscrito. O conteúdo da Revista Trabalho EnCena está sob a Licença Creative Commons de publicação em Acesso Aberto. É de responsabilidade dos autores não ter a duplicação de publicação ou tradução de artigo já publicado em outro periódico ou como capítulo de livro. A Revista Trabalho EnCena não aceita submissões que estejam tramitando em outra Revista. A Revista Trabalho EnCena exige contribuições significativas na concepção e/ou desenvolvimento da pesquisa e/ou redação do manuscrito e obrigatoriamente na revisão e aprovação da versão final. Independente da contribuição, todos os autores são igualmente responsáveis pelo artigo.