PERSPECTIVAS ECOFEMINISTAS DE TRANSFORM(AÇÃO) NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

Autores/as

  • Verônica Maria Bezerra Guimarães UFGD
  • Paula Cristina Santos Pireneus UFGD

Resumen

O ecofeminismo aborda o vínculo percebido entre a subjugação da natureza aos anseios humanos e a subalternidade da mulher ao homem. Para além de um feminismo que luta pela igualdade de gêneros, o ecofeminismo, configurado como não essencialista, combate os pressupostos insustentáveis do patriarcado capitalista. Baseia-se na união entre as agendas da ecologia e do feminismo, estabelecendo uma associação entre o empoderamento feminino e uma noção ecológica de vida. Perspectiva essa que se revela como alternativa viável ao panorama social permeado das referidas relações de poder - pautadas ora no gênero, ora na ciência ou na economia - que se verificam em âmbito mundial. O movimento ecofeminista, enquanto ação transformadora social verifica-se em diferentes partes do mundo e do Brasil. O objetivo deste trabalho foi analisar por meio de revisão bibliográfica e estudos realizados mediante entrevistas, as perspectivas desse movimento na esfera da Universidade Federal da Grande Dourados. A pesquisa destinou-se a contribuir para o estudo do movimento ecofeminista no âmbito universitário sul-mato-grossense, à medida que buscou identificar, a recorrência de movimentos que se enquadrem, ainda que assim não se autodenominem, como ecofeministas. A pesquisa abordou a relação do antropocentrismo e do androcentrismo com a visão da natureza como fonte de recursos à disposição do homem. Ademais, delineou um panorama histórico do ecofeminismo enquanto movimento de resistência que preza pela equidade de gênero e pela sustentabilidade. Por fim, restou demonstrada a relevância social desse movimento em face da marginalização das mulheres e da degradação da natureza pelo patriarcado capitalista.

Biografía del autor/a

Verônica Maria Bezerra Guimarães, UFGD

Professora adjunta nos cursos de graduação e no mestrado em Fronteiras e Direitos Humanos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Doutora em Desenvolvimento Sustentável pela Unb. Mestre em Direito Público pela UFPE. Graduada em Direito pela Unicap. Líder do Grupo de Pesquisa Ecofenomenologia, Ciência da Sustentabilidade e Direito

Paula Cristina Santos Pireneus , UFGD

Graduada em Direito da Universidade Federal da Grande Dourados/MS. Membro do Grupo de Pesquisa Ecofenomenologia, Ciência da Sustentabilidade e Direito.

Citas

ANGELIN, Rosângela. Mulheres, ecofeminismo e desenvolvimento sustentável diante das perspectivas de redistribuição e reconhecimento de gênero. Estamos Preparados? Revista Eletrônica Direito e Política, Programa de Pós Graduação Strictu Sensu em Ciência Jurídica da UNIVALI, Itajaí, v.9, n. 3, 2014.

ALVES, Branca Moreira, PITANGUY, Jaqueline. O que é feminismo. São Paulo: Brasiliense, 1981.

BDTD. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. Disponível em: http://bdtd.ibict.br/vufind/Search/Results?lookfor=ecofeminismo&type=AllFields. Acessível em: 09 ago. 2019.

BRAGA, Fabio Rezende. Os movimentos ecológico-sociais feminino e a luta pela conservação ambiental. Curitiba, 2015. Disponível em: https://www.acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/44087/R%20-%20E%20-%20FABIO%20REZENDE%20BRAGA.pdf?sequence=1. Acesso em: 16 jul. 2019.

CAPES. Catálogo de Teses. Disponível em: https://catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-teses/#!/. Acesso em: 09 ago. 2019.

CRUZ, Teresa Almeida. A caminhada de organização do movimento de mulheres camponesas no Brasil na luta em defesa da vida. Anais do Seminário Internacional Fazendo Gênero 10. Florianópolis: 2013.

DIAS, Tamaya Luna Publio. A defesa dos direitos dos animais sob uma ótica feminista. Revista Brasileira de Direito Animal. v. 3, n. 4, Salvador, 2008.

FINRRAGE. Declaration of Comilla. Disponível em: http://www.finrrage.org/wp-content/uploads/2016/03/FINRRAGE.pdf. Acesso em: 15 jul. 2019.

FRAINER, Marise Massen. Mulheres na Economia Solidária: como o design pode contribuir para o trabalho do “Grupo Arte e Vida”. Dissertação do Programa de Mestrado em Sociologia da UFGD. Dourados, 2019.

HIRATA, Helena; LABORIE, Françoise; LE DOARÉ, Hélène; SENOTIER, Danièle. Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: UNESP, 2009.

ITESS. Incubadora de Tecnologias Sociais e Solidárias. Disponível em: https://portal.ufgd.edu.br/secao/incubadora-de-tecnologias-sociais-e-solidarias/index. Acesso em: 05 ago. 2019.

KIRJNER, Daniel de Almeida Pinto. Entre gênero e espécie: à margem teóricas das Ciências Sociais e do feminismo. 2016. Tese de Doutorado em Sociologia da Universidade de Brasília, Brasília: 2016.

LEFF, Enrique. Aventuras da epistemologia ambiental: Da articulação das ciências ao diálogo dos saberes. São Paulo. Cortez 2012.

MMC. Cartilha Feminismo Camponês e Popular. 2018. Disponível em: http://www.mmcbrasil.com.br/site/materiais/download/Cartilha_feminismo_campones_popular-2018.pdf. Acesso em: 30 jul. 2019.

NASCIMENTO, Sandra. Colonialidade do poder no direito e povos indígenas na América Latina: as faces da subordinação/dominação jurídica frente ao direito de retorno às terras ancestrais dos povos indígenas Kaiowá do Tekohá Laranjeira Ñande‘Rú no Brasil e Mapuche do Lof Temucuicui no Chile. 2016. Tese de Doutorado em Ciências Sociais da Universidade de Brasília, Brasília, 2016. Disponível em: http://repositorio.unb.br/handle/10482/20866. Acesso em 06 ago. 2019.

NEVES, Vitor Carlos et al. Agroecologia e perseverança: determinação e protagonismo dos agricultores e agricultoras do Assentamento Itamarati, Ponta Porã, MS. Cadernos de Agroecologia, v. 7, n. 2, out. 2012. Disponível em: http://revistas.aba-agroecologia.org.br/index.php/cad/article/view/13175. Acesso em: 08 ago. 2019.

PACHECO, Maria Emilia Lisboa. Em defesa da agricultura familiar sustentável com igualdade de gênero. GT Gênero Plataforma de Contrapartes Novib/Sos Corpo. Pespectivas de Gênero: debates e questões para as ONGs. Recife: Gênero e Cidadania, 2002.

PENA-VEGA, Alfredo. O Despertar Ecológico: Edgar Morin e a ecologia complexa. Rio de Janeiro. Garamond. 2003.

PINTO, Valéria Peronde Souza. Trabalho e poder de decisão das mulheres camponesas nos assentamentos de Corumbá e Ladário/MS. Tese de Doutorado do Programa de Geografia da UFGD. Dourados: 2018.

SANTOS, Boaventura de Sousa, MENESES, Maria Paula. Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2013.

SCOTT, J. W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & realidade. Porto Alegre, v. 20, n. 2, jul./dez. 1995.

SHIVA, Vandana; MIES, Maria. Ecofeminismo. Lisboa: Instituto Piaget, 1997.

SILVA, Berenice Gomes da. A marcha das margaridas: resistências e permanências. 2008. 172 p. Dissertação de Mestrado em Sociologia da Universidade de Brasília, Brasília, 2008. Disponível em: http://repositorio.unb.br/handle/10482/949. Acesso em: 02 ago. 2019.

SILVA, Solange Teles. Estado de Direito Ambiental e ecofeminismo: desafios para a construção de uma sociedade igualitária. In: LEITE, José Rubens Morato; DINNEBIER, Flávia França. Estado de Direito Ecológico: Conceito, conteúdo e novas dimensões para a proteção da natureza. São Paulo: Instituto O Direito por um Planeta Verde, 2017.

TEDESCHI, Losandro Antonio; COLLING, Ana Maria. Dicionário crítico de gênero. Dourados: UFGD, 2015.

Publicado

2021-11-24

Cómo citar

Guimarães, V. M. B. ., & Pireneus , P. C. S. (2021). PERSPECTIVAS ECOFEMINISTAS DE TRANSFORM(AÇÃO) NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS. Vertentes Do Direito, 8(2), 56–85. Recuperado a partir de https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/direito/article/view/11718

Número

Sección

Artigo Científico