A NOVA PERSPECTIVA SOBRE A INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ À LUZ DO FUNCIONALISMO PENAL

Authors

  • Renan Azevedo Leonessa Ferreira PUC-SP

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2359-0106.2021.v8n2.p388-407

Keywords:

aborto, funcionalismo penal, política criminal

Abstract

Nowadays there is an intense debate concerning the criminalization of abortion, fact that has reverberated into the Supreme Court in the Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 442. In this resarch, one aims at bringing a new perspectiva to cases of voluntary interruption of pregnancy, beyond the usual ponderation between the woman’s autonomy and the life of the embryo/phoetus. From a standpoint of the criminal funcionalism, one seeks medical-scientific foundations in order to obtain a dynamic and nortmative delimitation of the protected legal interest. Furthermore, through a criminal policy alignment, considering subsidiarity and the preventive goals of criminal law, it is suggested the non criminalization of voluntary interruption of pregnancy in the first twelve weeks of pregnancy, provided that there is a thorough statal analysis, in the same direction of international community.

Author Biography

Renan Azevedo Leonessa Ferreira, PUC-SP

Mestrando em Direito Penal (PUC-SP). Especialista em Direito Penal e Criminologia (PUC-RS). Especialista em Direito Médico (Uniamérica). Graduado em Direito (USP). 

References

ACABAYA, Cíntia; FIGUEIREDO, Patrícia. SUS fez 80,9 mil procedimentos após abortos malsucedidos e 1.024 interrupções de gravidez previstas em lei no 1º semestre de 2020. G1. 20 de agosto de 2020. Disponível em <https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/08/20/sus-fez-809-mil-procedimentos-apos-abortos-malsucedidos-e-1024-interrupcoes-de-gravidez-previstas-em-lei-no-1o-semestre-de-2020.ghtml>. Acesso em: 16 out. 2020.

ADESSE, Leila et al. Complicações do abortamento e assistência em maternidade pública integrada ao Programa Nacional Rede Cegonha. Saúde em Debate, v. 39, p. 694-706, 2015.

ALEMANHA. Código Penal Aleman. República Federal da Alemanha. Trad. Claudia Lopez Dias. Bogotá: Universidad Externado de Colombia, 1999. Disponível em <http://perso.unifr.ch/derechopenal/assets/files/legislacion/l_20160708_03.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2021.

BRASIL. Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 31 de dezembro de 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em: 16 fev. 2021.

_______. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 11 de janeiro de 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm>. Acesso em: 16 fev. 2021.

________. Lei n.º 11.105, de 24 de março de 2005. Lei de Biossegurança. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 28 de março de 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11105.htm#:~:text=1%C2%BA%20Esta%20Lei%20estabelece%20normas,o%20descarte%20de%20organismos%20geneticamente>. Acesso em: 16 fev. 2021.

______. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Anencefalia. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 54 ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde. Plenário. Relator: Min. Marco Aurélio Mello. Brasília-DF, j.12/04/2012c. Informativo do STF n. 661. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=204878>. Acesso em 16 fev. 2021.

______. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Aborto. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 442 ajuizada pelo Partido Socialismo e Liberdade. 2017. Plenário. Relatora: Min. Rosa Weber. Disponível em: <http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5144865>. Acesso em 16 fev. 2021.

BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. Trad. Sebastião Nascimento. São Paulo: 34, 2010.

BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. v. 1.

¬¬_________________________. Tratado de direito penal: parte especial. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. v. 2.

BOITEUX, Luciana. A ADPF 442, dignidade das mulheres, democracia e o STF. Boletim IBCCRIM, São Paulo, v. 25, n. 294, p. 5-7, mai. 2017. Disponível em: <http://200.205.38.50/biblioteca/index.asp?codigo_sophia=134804>. Acesso em: 15 fev. 2021.

DE GRAAF-PETERS, Victorine B.; HADDERS-ALGRA, Mijna. Ontogeny of the human central nervous system: what is happening when?. Early human development, v. 82, n. 4, p. 257-266, 2006.

DERBYSHIRE, Stuart WG; BOCKMANN, John C. Reconsidering fetal pain. Journal of Medical Ethics, v. 46, n. 1, p. 3-6, 2020.

DIAS, Jorge de Figueiredo. A interrupção voluntária da gravidez: uma consideração jurídico-penal. Revista Brasileira de Ciências Criminais, São Paulo, v. 18, n. 86, p. 148-169, set./out.. 2010. Disponível em: <http://200.205.38.50/biblioteca/index.asp?codigo_sophia=81874>. Acesso em: 15 fev. 2021.

DINIZ, Debora; MEDEIROS, Marcelo e MADEIRO, Alberto. Pesquisa Nacional de Aborto 2016. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2017, vol.22, n.2, pp.653-660. ISSN 1678-4561. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/csc/v22n2/1413-8123-csc-22-02-0653.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2021.

FAGUNDES, Maria. Uma mulher morre a cada 2 dias por aborto inseguro, diz Ministério da Saúde. Conselho Federal de Enfermagem. COFEN, 03 de agosto de 2018. Disponível em: <http://www.cofen.gov.br/uma-mulher-morre-a-cada-2-dias-por-causa-do-aborto-inseguro-diz-ministerio-da-saude_64714.html>. Acesso em: 16 fev. 2021.

HASSEMER, Winfried. Introdução aos fundamentos do direito penal. Trad. Pablo Rodrigo Alflen da Silva. 2ª Ed. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2005.

KASSEMBAUM, Nicholas J. ET AL. Global, regional, and national level and causes of maternal mortality during 1990-2013 : a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013. The Lancet, v. 384, n. 9947, 2014, p. 980-1004. Disponível em: <https://www.thelancet.com/action/showPdf?pii=S0140-6736%2814%2960696-6>. Acesso em: 16 fev. 2021.

KOSTOVIĆ, Ivica; JUDAŠ, Miloš. The development of the subplate and thalamocortical connections in the human foetal brain. Acta paediatrica, v. 99, n. 8, p. 1119-1127, 2010.

LAGERCRANTZ, Hugo; CHANGEUX, Jean-Pierre. The emergence of human consciousness: from fetal to neonatal life. Pediatric research, v. 65, n. 3, p. 255-260, 2009.

NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de direito penal: parte geral. Rio de Janeiro: Forense, 2019, v. 1.

RAMPAZZO, Adriane. A (in)constitucionalidade da interrupção voluntária da gravidez no Brasil: um estudo de direito comparado. Revista da EMERJ, Rio de Janeiro, v. 20, n. 78, p. 09-38, 2017. Disponível em: <http://200.205.38.50/biblioteca/index.asp?codigo_sophia=150259>. Acesso em: 15 fev. 2021.

ROXIN, Claus. Política criminal e sistema de direito penal. Trad. Luís Greco. Rio de Janeiro, Renovar, 2002.

____________. Derecho Penal: parte general. Madrid: Marcial Pons, 1997.

SAY, Lale ET AL. Global causes of maternal death: a WHO systematic analysis. The Lancet Global Health, v. 2, n. 6, 2014. Disponível em: <https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(14)60696-6/fulltext?utm_content=bufferdd265&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer>. Acesso em 16 fev. 2021.

SILVA SÁNCHEZ, Jesus María. Aproximación al derecho penal contemporáneo. Barcelona: Bosch, 2002.

SOUZA, Luciano Anderson de. Direito penal: parte geral. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2019, v. 1.

Published

2021-11-25

How to Cite

Ferreira, R. A. L. (2021). A NOVA PERSPECTIVA SOBRE A INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ À LUZ DO FUNCIONALISMO PENAL. Vertentes Do Direito, 8(2), 388–407. https://doi.org/10.20873/uft.2359-0106.2021.v8n2.p388-407