LÍNGUA-FRANCA OU “INGLÊS-BRASILEIRO”?
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.2359-3652.2017v4n3p31Palavras-chave:
Língua inglesa, Variação Linguística, EnsinoResumo
O objetivo desse artigo é refletir acerca do ensino e da aprendizagem de língua inglesa no Brasil partindo de uma perspectiva que contemple os fatores socioculturais e, também, os fatores linguísticos que podem influenciar o aprendizado de uma língua estrangeira. Weinreich, Labov e Herzog (2006 [1968]) veem quaisquer mudanças linguísticas como fruto de um processo de encaixamento linguístico entre variáveis internas ao sistema linguístico e aquelas externas a ele (i.e. fatores socioeconômicos). Questões como o sistema de ensino básico brasileiro, avaliação de proficiência, uso do inglês com outros falantes e questões de alfabetização e letramento podem ser considerados como fatores extralinguísticos (externos à língua, mas que nela exercem influência) que junto a fatores do sistema linguístico, como a questão da Interlíngua, podem levar os falantes brasileiros a desenvolver um "inglês brasileiro" (cotejando termos conhecidos como "inglês britânico" ou "inglês americano"), ou ao uso desse idioma como "língua franca", de forma a garantir que o propósito de qualquer mensagem seja passado adiante.
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