MODOS DE MORAR DAS RURALIDADES DE RESISTÊNCIA NÃO CAPITALISTAS NO TOCANTINS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uftv9DAU-14818

Resumo

Este artigo apresenta algumas reflexões acerca das possibilidades de resistência não capitalistas a partir dos modos de morar do território rural no interior do Tocantins, mais especificamente, o território vivido da comunidade quilombola Barra da Aroeira. A partir de uma abordagem etnográfica e semiótica, sem perder a conexão com a análise geohistórica e política, da escala mais abstrata, para a qual utilizamos o Materialismo Histórico Dialético e o Pensamento Decolonial, adentramos este território de vasto conhecimento ancestral e resistência não capitalista, com o objetivo de pensarmos, junto com a comunidade, se seriam os quilombos capazes de fornecer elementos para um giro decolonial da categoria do comum. Mais do que um estudo de caso, a pesquisa que dá origem a este trabalho abre questões fundamentais, sem necessariamente resolvê-las. Para isso dividimos o texto em seis partes: 1. Pisando nesse chão devagarinho; 2. A lição das paisagens subalternas; 3. Ruralidade de resistência não-capitalista; 4. Território e arquitetura em Barra da Aroeira; 5. Ser mulher negra quilombola é ser mulher de coragem; 6. Encontro de Saberes. Entendemos que o debate eurocêntrico sobre o comum, a despeito de sua importância, apresenta alguns limites no que diz respeito ao processo histórico da violenta dominação colonial nas Américas, cuja resistência negra e indígena apontam para caminhos outros. Em adição, julgamos que esta resistência converge com a autonomia construtiva e com a liderança das mulheres na coesão social e na luta pela terra.

Biografia do Autor

Patricia Orfila Barros dos Reis, Universidade Federal do Tocantins

É arquiteta e feminista brasileira, doutora em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professora associada do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Tocantins desde 2005. Em 2015 foi organizadora da obra Palmas – um projeto e múltiplos olhares, publicado pela EDUFT e lançou pela editora Insular os livros Modernidades Tardias no Cerrado, Arquitetura e Urbanismo na Formação de Palmas (2018) e O Pessoal é Político. Crônicas Feministas (2021). Em 2019 realizou estágio de Pós-Doutorado em Portugal, no projeto W@ARCH.PT - Arquitectas em Portugal: construção da visibilidade, 1942-1986, vinculado ao Centro Interdisciplinar de Estudos de Gênero, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Atualmente coordena o Grupo de Pesquisa Mulheres na Arquitetura e no Urbanismo (GPMAU), com temas voltados para a perspectiva de gênero.

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Publicado

2022-12-21

Como Citar

Reis, P. O. B. dos, da Silva Moassab, A., Rezende Ribeiro , C., & Cruz Souza, G. (2022). MODOS DE MORAR DAS RURALIDADES DE RESISTÊNCIA NÃO CAPITALISTAS NO TOCANTINS. DESAFIOS - Revista Interdisciplinar Da Universidade Federal Do Tocantins, 9(Especial). https://doi.org/10.20873/uftv9DAU-14818