DO CATIVEIRO À LUTA: HISTÓRIA PÓS-CONTATO E PROTAGONISMO DO POVO ÃWA
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.2763-9533/2021.2.6Palavras-chave:
Avá-Canoeiro, contato forçado, demarcação de terra.Resumo
RESUMO: Este artigo apresenta a história oral e bibliográfica a respeito do contato forçado do povo Ãwa, conhecido na literatura como Avá-Canoeiro e regionalmente como Cara-Preta, no ano de 1973. Tem como objetivo visibilizar a luta e o protagonismo das gerações que nasceram após o contato, mostrando os caminhos que traçam para alcançar o desejo de voltar para sua terra ancestral, após viver anos como cativos de guerra. A chegada das mulheres que carregavam o colar de dente de quati foi a porta para essa libertação e o início da retomada da terra usurpada por interesses privados no de 1973. Tendo como base a história oral passada pelo líder e pajé Tutawa Jamagaky Tuagaky Wapoxire Jãegana Ãwa às gerações que nasceram após o contato, assim também como base o relatório de identificação da T.I Taego Ãwa, realizado pela antropóloga Patrícia de Mendonça Rodrigues, que relata as atrocidades cometidas pelo do Estado Brasileiro ao povo Ãwa (Avá-Canoeiro) que é conhecido na literatura como o povo que mais resistiu ao colonizador e também o trabalho da historiadora Dulce Madalena Rios Pedroso “A Teia do Povo Invisível", que se desdobra desde da chegada dos invasores ao território dos Ãwa. Cabendo assim, a Justiça Brasileira garantir ao povo Ãwa o direito de regressar para sua terra ancestral conforme rege a constituição federal de 1988, pois a única reparação social é a devolução da T.I Taego Ãwa ao povo que viveu a mais de 40 anos de forma marginalizada por outro povo e abandonado pelo próprio Estado Brasileiro, tornando, assim, um povo esquecido no Estado do Tocantins.