Ciência de dados aplicada à biotecnologia marinha: avaliação do potencial biotecnológico das espécies bentônicas de Arraial do Cabo (RJ, Brasil)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/jbb.uft.cemaf.v11n3.16861

Palavras-chave:

biotecnologia marinha, biologia marinha, biodiversidade

Resumo

Diversos seres vivos marinhos possuem substâncias desconhecidas que podem ser utilizadas em muitas áreas como da ciência. A biotecnologia, mais especificamente a biotecnologia marinha é um campo emergente e com realizações promissoras nas áreas de bioquímica, genética, genômica, aquicultura, bioenergia e em outros. Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo validar um algoritmo de busca do tipo Web Scraping desenvolvida por Menezes (2019) para buscar, com base na literatura, espécies dos costões rochosos de Arraial do Cabo relevantes em áreas de aplicação da biotecnologia marinha. De acordo com o algoritmo, das 922 espécies as mais bem classificadas por apresentarem maior número de trabalhos e que se destacaram em relação ao potencial biotecnológico foram: Rachycentron canadum (Peixe), Amphibalanus amphitrite (Crustáceo), Ulva fasciata (Macroalga), Asparagopsis taxiformis (Macroalga), Bugula neritina (Briozoário) e Palythoa caribaeorum (Cnidário). Dos trabalhos avaliados e selecionados (n=257), os grupos Macroalgas, Cnidários, Poríferos e Equinodermos, apresentaram maior variedade do potencial biotecnológico, respectivamente. Com relação à classificação do potencial biotecnológico, biogenética, produtos naturais para medicina e aquicultura foram as áreas da Biotecnologia Marinha mais estudadas. Os resultados mostraram que a metodologia utilizada reduziu o tempo da busca bibliográfica ligada a biotecnologia de cada espécie listada no catálogo, mostrando ser útil em dados oriundos de locais de grande biodiversidade e pouco conhecimento sobre as espécies.

Referências

Amaral ACZ, Jablonski S. Conservação da biodiversidade marinha e costeira no Brasil. Conservation Biology, v.19, n.3, p.625-631, 2005.

Batista D, Granthom-Costa LV, Coutinho R. Biodiversidade Marinha de Costões Rochosos de Arraial do Cabo: Históri-co, Ecologia, e Conservação. Arraial do Cabo. IEAPM: Rio de Janeiro/Arraial do Cabo, Brasil, 407 p. 2020.

Blicharska M, Smithers RJ, Mikusinski G, Rönnbäck P, Harrison PA, Nilsson M, Sutherland WJ. Biodiversity’s contributions to sustainable development. Nature Sustainabi-lity, v.2, p.1-11, 2019.

https://doi.org/10.1038/s41893-019-0417-9

Brasil (1997) Decreto s/nº, de 03 janeiro de 1997. Dispõe sobre a criação da Reserva Extrativista Marinha do Arraial do Cabo, no Município de Arraial do Cabo, Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências. p. 11.

Brasil (2010) Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde. Ministério da Ciência e Tecnologia. Caracterização do Estado da Arte em Biotecnologia Marinha no Brasil / Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, Ministério da Ciência e Tecnologia. – Brasília: Ministério da Saúde, p.134.

Burgess JG. New and emerging analytical techniques for marine biotechnology. Current Opinion in Biotechnology, v.23, n.1, p.29-33, 2012.

https://doi.org/10.1016/j.copbio.2011.12.007

Carvalho LG. Avaliação do potencial biotecnológico de micro e macroalgas da flora portuguesa. 2013. 114 p. Dissertação (Mestrado em Biodiversidade e Biotecnologia Vegetal) - Universidade de Coimbra, Portugal.

Codato GAS, Watanabe B, Calado L, Martins N, Ramos AEA. A influência da frente térmica da ressurgência costeira de cabo frio na perda do sinal acústico: um estudo numérico. X Encontro de Tecnologia Acústica Submarina–ETAS, 2011.

Cozzolino S. Nutracêuticos: o que significa. Associação Brasi-leira para Estudo da Obesidade, v.55, p.1-5, 2012.

Dobson ADW, Jackson SA, kennedy J, Margassery LM, Flemer B, OLeart N, Morrissey JP, OGara F. Marine Sponges – Molecular Biology and Biotechnology. In: Kim SK (Org.) Springer Handbook Marine Biotechnology. Springer: Berlin/Heidelberg, Germany, 2015. p. 219-254.

Farto R, Armada SP, Montes M, Guisande JA, Pérez MJ, Nieto TP. Vibrio lentus associated with diseased wild octo-pus (Octopus vulgaris). Journal of Invertebrate Pathology, v.83, n.2, p.149-156, 2003.

https://doi.org/10.1016/s0022-2011(03)00067-3

Ferreira CEL, Goncçalves JEA, Coutinho R. Community structure of fishes and habitat complexity on a tropical rocky shore. Environmental Biology of Fishes, v.61, n.4, p. 353-369, 2001.

Fonseca-kruel VS, Peixoto AL. Etnobotânica na reserva extra-tivista marinha de Arraial do Cabo, RJ, Brasil. Acta Botani-ca Brasilica, v.18, n.1, p.177-190, 2004.

Haldar S, Mody K. Genome Mining for Bioactive Com-pounds. In: Kim SK (Org) Springer Handbook Marine Bio-technology. Springer: Berlin/Heidelberg, Germany, 2015. p.531-539.

Kawakami N, Ueki T, Matsuo K, Gekko K, Michibata H. Selective metal binding by Vanabin2 from the vanadium-rich ascidian, Ascidia sydneiensissamea. Biochimica et Bi-ophysica Acta, v.1760, n.7, p.1096-1101, 2006.

http://dx.doi.org/10.1016/j.bbagen.2006.03.013

Kim SK, Venkatesan J. Introduction to Marine Biotechnology. In: Kim SK (Org.) Springer Handbook Marine Biotechno-logy. Springer: Berlin/Heidelberg, Germany, 2015. p.01-08.

Leary D, Vierros M, Hamon G, Arico S, Monagle C. Marine genetic resources: a review of scientific and commercial inte-rest. Marine Policy, v.33, n.2, p.183-194, 2009.

https://doi.org/10.1016/j.marpol.2008.05.010

Lima Junior DP, Magalhães ALB, Pelicice FM, Vitule JRS, Azevedo-Santos VM, Orsi ML, Simberloff D, Agostinho AA. Aquaculture expansion in Brazilian freshwaters against the Aichi Biodiversity Targets. Ambio, v.47, n.4, p.427-440, 2018.

http://dx.doi.org/10.1007/s13280-017-1001-z

Martínez-García M, Diaz-Valdés M, Ramos-Esplá A, Salva-dor N, Lopez P, Larriba E, Antón J. Cytotoxicity of the as-cidian Cystodytes dellechiajei against tumor cells and study of the involvement of associated microbiota in the produc-tion of cytotoxic compounds. Marine Drugs, v.5, n.3, p.52-70, 2007.

https://doi.org/10.3390/md503052

Meirelles PM, Amado-Filho GM, Pereira-Filho GH, Pinheiro HT, Moura RL, JC, Mazzei EF, Bastos AC, Edwards RA, Dinsdale E, Paranhos R, Santos EO, Iida T, Gotoh K, Na-kamura S, Sawabe T, Rezende CE, Gadelha LM Jr, Franci-ni-Filho RB, Thompson C, Thompson FL. Baseline Asses-sment of Mesophotic Reefs of the Vitória-Trindade Sea-mount Chain Based on Water Quality, Microbial Diversity, Benthic Cover and Fish Biomass Data. PLoS ONE, v.10, n.6, p.1-22, 2015.

Menezes RG. Ciência de dados aplicada a conservação e a bioprospecção marinha: síntese do banco de dados do SIS-BIO para Arraial do Cabo (RJ) e Fernando de Noronha (PE), Brasil. 2019. 136 p. Dissertação (Mestrado em Bio-tecnologia Marinha) - Instituto de Estudos do Mar Almiran-te Paulo Moreirauff/Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro.

Messano LVR, Reznik LY, Sathler L, Coutinho R. Evaluation of biocorrosion on stainless steels using laboratory-reared barnacle Amphibalanus amphitrite. Anti-Corrosion Me-thods and Materials, v.61, n.6, p.402-408, 2014.

Newman D, Cragg GM. Marine natural products and related compounds in clinical and advanced preclinical trials. Jour-nal of Natural Products, v.67, n.8, p.1216-1238, 2004.

Oosthuizen A, Jiwaji M, Shaw P. Genetic analysis of the Octopus vulgaris population on the coast of South Africa. South African Journal of Science, v.100, n.11-12, p.603-607, 2004.

Pimenta CS, Martins EO. Paradiplomacia e energias marinhas renováveis na perspectiva de um diálogo entre cidades. Re-vista de Estudos Jurídicos, v.20, n.31, 2017.

Prado MP. Estudo da ação antiproliferativa de extratos de organismos marinhos. 2002. 127p. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) – Universidade de São Paulo, São Paulo.

Rodrigues RR. Um Estudo numérico da ressurgência costeira de Cabo Frio (RJ). 1997. Dissertaçao (Mestrado em Ocea-nografia) - Universidade de São Paulo, São Paulo.

Sala E, Kowlton N. Global marine biodiversity trends. Annual Review of Environment and Resources, v.31, p.93-122, 2006.

Thompson CC, Kruger RH, Thompson FL. Unlocking marine biotechnology in the developing world. Trends in Bio-technology, v.35, n.12, p.1119-1121, 2017.

Thompson F, Krüger R, Thompson CC, Berlinck, et al. Mari-ne Biotechnology in Brazil: Recent Developments and Its Potential for Innovation. Frontiers in Marine Science, v.5, p.1, 2018.

United Nations. Report of the Ad Hoc Open-ended Informal Working Group to Study Issues Relating to the Conserva-tion and Sustainable Use of Marine Biological Diversity in Areas Beyond National Jurisdiction. UN Doc. A/61/65, p. 8, 2006.

Valentin JL. Ressurgência: fonte de vida dos oceanos. Ciência Hoje, v.18, n.102, p.9- 25. 1994.

Varela J, Pereira H, Santos E, Monteiro I, Tocha C, Custódio, L, Barreira L. Os oceanos e a biotecnologia marinha: um novo desafio para Portugal. Biotecnologia, v.2, n.5, p.8-10, 2014.

Yamaguchi N, Amakawa Y, Yamada H, Ueki T, Michibata H. Localization of vanabins, vanadium-binding proteins, in the blood cells of the vanadium-rich ascidian, Ascidia sydneien-sis samea. Zoological Science, v.23, n.10, p. 909-915, 2006.

https://doi.org/10.2108/zsj.23.909

Journal of Biotechnology and Biodiversity

Downloads

Publicado

01-09-2023

Como Citar

Lima da Cunha, M., Lima da Cunha, D., Gomes de Menezes, R., Fonseca, E. M. da, & Coutinho, R. (2023). Ciência de dados aplicada à biotecnologia marinha: avaliação do potencial biotecnológico das espécies bentônicas de Arraial do Cabo (RJ, Brasil). Journal of Biotechnology and Biodiversity, 11(3), 88–99. https://doi.org/10.20873/jbb.uft.cemaf.v11n3.16861