Germinação da semente e desenvolvimento pós-seminal de Victoria amazonica (Poepp.) J. C. Sowerby (Nymphaeaceae) na Amazônia Central
DOI:
https://doi.org/10.20873/jbb.uft.cemaf.v10n4.rosaPalavras-chave:
caule rizomatoso, cotilédone acicular, eofilo, metafilo, várzeaResumo
As várzeas amazônicas são ecossistemas específicos de alta biodiversidade e endemismo, que consistem em várzeas, com águas transparentes e férteis em nutrientes, e Igapós com água pobre e ácida, escura ou clara, e águas mistas entre os dois tipos referidos. O principal objetivo dessa investigação foi caracterizar a germinação das sementes e o desenvolvimento pós-seminal de Victoria amazonica (Poepp.) J.C. Sowerby, que é considerada uma das poucas hidrófitas de várzea e águas mistas da região. Além disso, foi avaliada a influência das características ambientais no crescimento das plantas. A germinação foi monitorada em sementes com e sem escarificação, no controle e tratamentos com água de baixo teor de oxigênio e no escuro. O desenvolvimento da planta foi acompanhado no campo e laboratório; material de plantas juvenis e adultas foi coletado em seis amostras de locais próximos de Manaus. A germinação é favorecida no escuro, em condições hipóxicas, água e semente escarificada. A plântula tem dois cotilédones, um que permanece no interior da semente e outro acicular, eofilo deltoide-hastado, raiz primária abortiva e raízes adventícias. Novos eofilos e primeiro metafilo formam-se em plantas de vinte dias. O caule é rizomatoso. Ambiente de água mista não foi diferente da várzea, comprovado pela composição química similar das plantas de ambos sistemas. Os rizomas da várzea têm valores calóricos três vezes maior do que o de água mista. Esta condição e a presença de folhas maiores sugerem que a várzea é ambiente mais favorável para crescimento de Victoria amazonica.
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