A INFÂNCIA E O IMAGINÁRIO EM CLARICE (2018), DE ROGER MELLO:
REPRESENTAÇÕES LITERÁRIAS DA OPRESSÃO, REPRESSÃO E CENSURA
DOI:
https://doi.org/10.20873.24.402Palavras-chave:
Representações da Ditadura civil-militar, Narrativas híbridas de história e ficção, Formação do leitor literário decolonial, DecolonialidadeResumo
Neste artigo analisamos as representações do período da Ditadura Civil-militar Brasileira (1964-1985) presentes na literatura juvenil brasileira. Isso se dá pelo viés dos estudos da aproximação entre as teorias que definem a modalidade do romance histórico contemporâneo de mediação (Fleck, 2017) e as especificidades das narrativas híbridas de história e ficção infantis e juvenis (Santos, 2023). Para isso, tomamos como corpus a obra Clarice (Mello, 2018), sobre a qual procedemos o estudo dos recursos narrativos nela empregados, segundo a teoria literária de Genette (1979; 1998, 2017), e das estratégias escriturais, ancorados em Bakhtin (2011), entre outros. Além disso, baseados nos preceitos de Mignolo (2007) e Castro-Gómez e Grosfoguel (2007) sobre a decolonialidade, tecemos uma reflexão sobre a potencialidade da obra, enquanto narrativa híbrida de história e ficção, que pode contribuir para a formação de leitores literários decoloniais (Fleck, 2023). Dessa forma, nosso estudo se constitui por meio de pesquisa qualitativa e se centraliza na revisão bibliográfica interpretativa sobre o tema. Destacamos, como resultado, a potencialidade e a relevância da leitura dessa obra no processo de formação de um leitor literário rumo ao pensamento decolonial e à descolonização das mentes, das identidades e do imaginário latino-americanas.
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