UM PASSADO QUE SE RECUSA A PASSAR: NOTAS SOBRE O ROMANCE TEMPOS EXTREMOS, DE MIRIAM LEITÃO

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.20873.24.4025

Mots-clés :

literatura brasileira contemporânea, ditadura, autoria feminina

Résumé

Tomando-se como corpus o romance Tempos extremos, de Miriam Leitão (2014), o que se busca neste artigo é examinar como a autora, embora não tenha escrito um livro autoficcional e tampouco um romance histórico, lança mão da sua história pessoal, bem como da história nacional e suas chagas, entrecruzando passado e presente, para tecer a narrativa. Procura-se analisar, sobretudo, os acontecimentos do período ditatorial revelados no romance, bem como a sua repercussão na vida das personagens. De tal modo, intenta-se verificar, entre outras questões, como o texto ficcional colabora para estancar o silenciamento e a manipulação dos fatos que, ao longo do tempo, têm sido operados por forças autoritárias e/ou negacionistas com o intuito de promover o apagamento do que se passou, ocultando a barbárie e a violação de direitos que ocorreram e seguem ocorrendo historicamente no país. Para dar suporte às análises, recorre-se às contribuições de Maria Rita Kehl (2010), Vladimir Safatle (2010), Janaína de Almeida Teles (2010), Jeanne Marie Gagnebin (2010/2006), Aleida Assmann (2011) e Eurídice Figueiredo (2017), entre outros.

Biographie de l'auteur-e

Cristiane da Silva Alves, UFRGS

Doutora em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Realizou estágio de Pós-Doutorado (PNPD-CAPES/MEC) junto ao Programa de Pós-graduação em Letras da UFRGS. É membro do Grupo de Pesquisa Poéticas e políticas da memória na literatura contemporânea (UFRGS/CNPq) e do Grupo de Pesquisa Língua, Literatura e Ensino (IFRS/CNPq).

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Publié-e

2024-12-22

Comment citer

da Silva Alves, C. (2024). UM PASSADO QUE SE RECUSA A PASSAR: NOTAS SOBRE O ROMANCE TEMPOS EXTREMOS, DE MIRIAM LEITÃO. Porto Das Letras, 10(3), 485–505. https://doi.org/10.20873.24.4025