A Arte De Desaparecer De Enrique Vila-Matas
O Suicida Exemplar No Labirinto Intertextual De Borges
DOI:
https://doi.org/10.20873.24211Resumen
O escritor catalão Enrique Vila-Matas é autor de uma obra ficcional, em que sua literatura teoriza, no discurso literário, entre outras clivagens, sobre a condição do autor. Nele, a memória de literatura se assume como inerente condição, um tipo de ethos que lhe “permite articular corpo e discurso” (MAINGUENEAU, 2016, p. 271), com que emoldura e transfigura a sua diegese. Nele, a arte de desaparecer coincide com a morte do autor, ligação que corrobora o seu desejo suicida de consagração desenhado através de mortes imaginárias (SCHNEIDER, 2005). Assim, para atingir o mapa secreto da hipertextualidade de sua obra nos valemos, na investigação, do método proposto por Borges “para localizar o livro A, consultar previamente um livro B, que indique o lugar de A; para localizar o livro B, consultar previamente um livro C, e assim até ao infinito...” (BORGES, 1976, p. 67). O intuito desse procedimento teórico, literariamente descrito, é refletir sobre a obsessão com que o escritor catalão se enferma com “o mal de Montano”, convalescendo no labirinto exemplar de Borges, “mal” que persegue todos aqueles que sofrem da doença do palimpsesto. O artigo propõe uma reflexão teórico-literária sobre uma poética do desaparecimento com que o escritor alicerçou a diegese de sua ironia intertextual ao vampirizar a memória de literatura, desembocando, depois da morte, no retorno do autor sob o artifício da autoficção.
Citas
Doutor em Literatura pela Universidade de Brasília (PÓSLIT/UnB). Pesquisador da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF). Professor efetivo da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. E-mail: disallesart@hotmail.com.
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