Português Tapuia: um signo de resistência indígena
Abstract
Neste artigo, discuto sobre o reconhecimento do Português Tapuia como língua, como língua indígena e como a língua dos Tapuias. Meu objetivo é problematizar a ideologia do monolinguismo e questionar as concepções de linguagem e de estudos linguísticos que excluem da descrição das línguas as atitudes sociolinguísticas dos falantes. A base empírica da análise são as narrativas recolhidas pela antropóloga Rita Heloísa de Almeida, em 1980 e 1983, junto aos anciãos da comunidade, e publicadas em 2003, cujos arquivos de áudio me foram cedidos por Almeida. Analiso também depoimentos e narrativas dos professores Tapuia produzidas nas práticas e ações pedagógicas da licenciatura em Educação Intercultural da Universidade Federal de Goiás. A interpretação dos resultados se apoia em teorias críticas sobre a linguagem e na intelectualidade indígena do Brasil Central (RODRIGUES, 2011; BRANDÃO, 2011; VIEIRA, 2012, dentre outros) e na historiografia produzida sobre o Carretão. Os resultados mostram que a afirmação do Português Tapuia é uma forma de resistência indígena do povo Tapuia e, assim, uma forma de manutenção de seus direitos, dentre eles, suas terras.
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Os autores concordam com os termos da Declaração de Direito Autoral, que se aplicará a esta submissão caso seja publicada nesta revista (comentários ao editor podem ser incluídos a seguir).