O Ribeirinho, de Elizabeth Bishop: um relato de viagem sem viagem
Abstract
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo esboçar considerações sobre a literatura de viagem e o retrato das crenças amazônicas descrito no poema The Riverman, escrito por Elizabeth Bishop, uma mulher-poeta-viajante norte-americana que morou no Brasil por quinze anos. Tendo em vista a imagem de poeta-viajante de Bishop, a análise considera os sucessores do peregrino de Sigmund Bauman (2011), em Vidas despedaçadas, estratégias partidas: o andarilho, o turista, o jogador e o errante. Considerando o papel ativo da poeta para escrever O ribeirinho, quatro dimensões de análises criadas pelo teórico Otmar Ette (2008) serão revisadas: o imaginário e ficção, o espaço literário, noções específicas do gênero e, espaço cultural. Percebeu-se que os elementos fulcrais na construção do poema de Bishop são os mitos do Boto e da Boiúna, os quais ela teve contato, primeiramente, a partir do livro Uma comunidade amazônica: Estudo do homem nos trópicos, de Charles Wagley (1957). Nessa perspectiva, o poema O ribeirinho pode ser entendido como um relato de viagem sem viagem.
Palavras-chaves: Relato de viagem; Poesia; O ribeirinho; Elizabeth Bishop; Amazônia.
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