MIGRAÇÃO, SUJEITO E ESPAÇO DIGITAL
MARCAS DE (RE)EXISTÊNCIA NA LÍNGUA DO OUTRO
Resumo
A partir da crise humanitária envolvendo refugiados, pretendemos dedicar nosso olhar neste artigo para a constituição de subjetividades de estrangeiros que se alocaram no Brasil e tornaram-se “empreendedores” por precisarem encontrar formas de sobreviver num cenário socioeconômico neoliberal. A partir de três recortes extraídos de dois perfis no Instagram de empresas lideradas por refugiados, pretendemos problematizar de que forma os sujeitos migrantes se (ins)escrevem na sociedade brasileira a partir das materialidades discursivas encontradas nos perfis e como esses sujeitos se constituem no espaço digital através da língua (portuguesa). As páginas foram retiradas do site “Refugiados Empreendedores”, criado por iniciativa governamental durante a pandemia da Covid-19. Articulamos os pressupostos teóricos discursivo-desconstrutivos (CORACINI, 2010), além de um breve retorno sobre os estudos da análise do discurso digital (DIAS, 2021), partindo, principalmente, das noções de língua, sujeito e espaço digital para constituir nosso dispositivo teórico-analítico. Concluímos que os sujeitos usam esse espaço como forma de (re)existência, deixando sua marca na língua do outro.
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