Democracia liberal: crise ou ruptura/declínio?
DOI:
https://doi.org/10.20873.rpv8n2-76Palabras clave:
Democracia, Consenso, Desacordo, Crise, RupturaResumen
Crise ou ruptura/declínio? Para alguns pesquisadores, a democracia continua a ter grande apelo, mas o compromisso com ela nem sempre é muito profundo. Esse baixo nível de comprometimento pode criar um ambiente de relativa tolerância para ações que distorcem ou quebram as regras da democracia. Pode abrir a porta para restrições à liberdade de expressão, uso excessivo do poder executivo ou mesmo intervenção militar na política. À vista disso, o modelo de democracia de equilíbrio é capaz de impedir a corrosão interna descrita por Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, ou a falta de interesse em defendê-la em tempos de Amazon, internet e redes sociais, como parece sugerir David Runciman? Neste artigo, proponho uma abordagem da democracia liberal a partir da crítica de certa representação e ideia de democracia apresentada por pensadores críticos, em especial, o filósofo Jacques Rancière. Teóricos que enfatizaram a importância do desacordo e a natureza muitas vezes esporádica da política. Essas teorias se concentram em uma forte crítica das teorias e práticas democráticas minimalistas existentes. Rancière volta sua atenção crítica ao que ele chama de “democracia consensual”, tentativa de eliminar todas as formas de desacordo e, portanto, política, do corpo social. O desejo de democracia consensual é o desejo de uma política que eliminou a política democrática disruptiva, a ser substituída por administração apolítica e dominação privada, um desejo talvez sentido na tese do fim da história de Fukuyama e profundamente ligado à ideologia neoliberal.
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