O aparecer da liberdade no pensamento de Hannah Arendt
DOI:
https://doi.org/10.20873/rpv6n2-13Resumen
Este artigo tem como objetivo fazer uma leitura do conceito de liberdade no pensamento de Hannah Arendt a partir da noção de aparência. Para tanto, explico a distinção pela qual a autora entende a originariedade e especificidade da liberdade política frente à liberdade interior (do pensamento e/ou da vontade) e à libertação. Em seguida, desenvolvo o argumento de que o aparecer da liberdade pública possui uma relação de coorigenariedade à política. Nessa perspectiva, o que se destaca é a performatividade da liberdade humana, elemento que remete à virtù maquiaveliana e que confere à liberdade uma dimensão política própria. Se depreende, assim, que o sentido da ação política livre não está subjugado a finalidades ou a causas, mas, sim, à sua própria execução. A liberdade ganha uma dimensão de dignidade mundana e afirma a glória e beleza do agir: a pluralidade humana emerge como condição não apenas da política, mas da liberdade, haja vista sua realização estar intrinsecamente ligada à ação humana plural junto a um mundo comum.
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