De Genesi ad litteram 4: Os dias da criação e o descanso de Deus
DOI:
https://doi.org/10.20873/rpv7n1-28Resumo
O início do Gênesis é uma mise en intrigue, pois revela uma configuração da criação por um ato narrativo. Em De genesi ad litteram, Agostinho se esforça para fornecer uma interpretação literal desse texto e alcançar uma compreensão filosófica da própria criação. O livro 4 concentra-se em Gn 2, 1-3, que menciona a conclusão da criação no sexto dia e o descanso divino no dia seguinte, explicando textual e filosoficamente a primeira narrativa da criação (Gn 1, 1-2, 4). Agostinho se concentra na noção-chave de “dia”: o significado literal dos “dias” da criação move o Livro 4 em três partes principais. Primeiro, retoma a hipótese de que eles se referem à constituição ontológica das criaturas e tenta explicar por que eram seis. Depois, pergunta-se sobre o descanso de Deus, no sétimo dia, que lhe permite explicar sua metafísica da relação da criatura com Deus e sua concepção do próprio Deus. Além disso, lida com duas peculiaridades do sétimo dia: não tem tarde e nele Deus não fez nada. A segunda peculiaridade o obriga a reformular sua explicação da natureza de todos os dias da criação. Agostinho explica esses dias referindo-os à criatura espiritual, o anjo, em cujo conhecimento todos os tipos de criaturas são criados por turnos, mesmo antes de existirem em si mesmas. Quanto ao dia, à tarde e à manhã, simbolizam as diversas modalidades deste conhecimento. No entanto, podemos conceder esta interpretação se admitirmos que a criatura espiritual sabe tudo simultaneamente e que Deus criou tudo simultaneamente?
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