ESVAZIAMENTO DO SUJEITO PELO DISCURSO: mídia e a prática do esquecimento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2018v4n5p434

Palavras-chave:

Afrodescendente, discurso de mídia, invisibilização, memória, ações afirmativas

Resumo

Esse trabalho pretende compreender como a mídia esvazia de sentido determinado segmento da sociedade, a exemplo do afrodescendente, historicamente subalternizado e esquecido já no próprio ato da abolição, que foi feita em dois parágrafos. Livre, o ex­­-escravizado não adquiriu cidadania de fato, saindo da condição de mercadoria para o nada de condição. Parafraseando Rancière, o homem foi substituído pelo discurso sobre o homem, este sendo esvaziado midiaticamente em sua subjetividade. Pretendo trabalhar com o conceito de memória, de Pollack e Pierre Nora. A base teórica desse trabalho também se apoia em Jacques Rancière em Frantz Fanon e Muniz Sodré.

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Biografia do Autor

Zilda Martins Barbosa, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutora em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação da UFRJ – ECO. Mestre em Comunicação pela mesma universidade e jornalista pela Facha. Professora voluntária da Escola de Comunicação da UFRJ, coordenadora do Grupo de Estudos sobre Relações Raciais no Brasil do LECC – Laboratório de Estudos em Comunicação Comunitária da ECO/UFRJ. Contato: zildamarti@yahoo.com.br.

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Publicado

2018-08-01

Como Citar

BARBOSA, Zilda Martins. ESVAZIAMENTO DO SUJEITO PELO DISCURSO: mídia e a prática do esquecimento. Revista Observatório , [S. l.], v. 4, n. 5, p. 434–460, 2018. DOI: 10.20873/uft.2447-4266.2018v4n5p434. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/5687. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático II / Thematic dossier II / Dossier temático II