TENSÕES ENTRE O REGISTRO E A ENCENAÇÃO: a imagem de Aylan Kurdi e sua constituição em totem
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n1p327Palavras-chave:
Imagem, fotojornalismo, midiatização, circulaçãoResumo
As imagens há muito são consideradas formas de poder, no entanto, no cenário da midiatização, adquirem cada vez mais capilaridade quando produzidas para acionar a circulação, não apenas por instituições jornalísticas, mas principalmente por atores sociais midiatizados que se valem de seus dispositivos para cogerir os acontecimentos. Deste modo, adota-se como ponto de partida neste artigo a hipótese de que a circulação se constitui em um processo de valorização (ROSA, 2016), realizado tanto por instâncias de produção como de reconhecimento. Esta valorização implica em uma circularidade da imagem primeira, potencializando novos circuitos interacionais. Tendo o caso das fotografias de Aylan Kurdi como objeto empírico, questiona-se: como a imagem se consolida em totem a partir de sua inscrição na circulação? Há uma força espectral nas imagens que resultam em sua permanência? Para tentarmos responder a estas perguntas acionamos aqui, os conceitos de fagia social e midiática (ROSA, 2016), autorreferencialidade (BAITELLO JR, 2005), além dos aportes específicos da midiatização com Verón, Fausto Neto, Braga e Ferreira dentre outros.
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