REFLEXÕES SOBRE DESINFORMAÇÃO E FAKE NEWS A PARTIR DA HISTÓRIA DA CIÊNCIA: Lições de Arquimedes e Lavoisier
DOI :
https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2025v11n1a27ptMots-clés :
Desinformação, Fake News, História da Ciência, EpistemologiaRésumé
Este artigo tem como objetivo analisar o fenômeno contemporâneo da desinformação e das fake news a partir de lições extraídas da história da ciência, especificamente dos episódios dos "espelhos ardentes" de Arquimedes e da passagem da alquimia para a química moderna, com o trabalho liderado por Lavoisier. A metodologia consiste em uma análise histórica e epistemológica, utilizando a dialética como ferramenta para compreender a superação de paradigmas. O estudo do caso dos espelhos ardentes revela como narrativas podem perdurar independentemente de sua veracidade factual, funcionando como metáfora para as fake news que se alimentam de fragmentos de verdade. Já a análise da transição da alquimia para a química moderna demonstra como sistemas de crenças coesos podem resistir a anomalias por longos períodos, à semelhança do negacionismo científico atual. Conclui-se que o combate à desinformação não reside na mera correção de fatos, mas na promoção de uma educação crítica e de uma popularização da ciência comprometida “para quem te quero”. Com ambas enfatizando o processo dialético de construção do conhecimento – suas incertezas, contradições e capacidade de autocorreção. Dessa forma, defende-se que iniciativas como o "Programa Mais Ciência na Escola" e uma popularização da ciência comprometida com as causas populares, são fundamentais para formar uma sociedade capaz de pensar de forma histórica, sistêmica e crítica.
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