A ESCRITA DE SI EM A CHAVE DE CASA E A RESISTÊNCIA: UMA POSSIBILIDADE DE REELABORAÇÃO DO PRESENTE

Autores

  • Renata Servato Gomes Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2021v12n2p167-177

Palavras-chave:

escrita de si; literatura e ditadura; romance contemporâneo; pós-memória.

Resumo

Este trabalho visa analisar as formas pela qual a escrita de si opera na restituição do “eu” nos romances A chave de casa, de Tatiana Salem Levy e A resistência, de Julián Fuks, sob a perspectiva do trauma herdado dos regimes ditatoriais no Brasil e Argentina. As obras são narradas por indivíduos cujos pais foram vítimas de regimes ditatoriais, implicando marcas distintas na vida de cada um deles. Contudo, em ambos os casos, é evidente que a escrita de si opera na reconstituição do passado e possibilidade de ressignificação do presente. Narrar é, portanto, ato de resistência e de ressignificação.

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Publicado

2021-11-21

Como Citar

Servato Gomes, R. (2021). A ESCRITA DE SI EM A CHAVE DE CASA E A RESISTÊNCIA: UMA POSSIBILIDADE DE REELABORAÇÃO DO PRESENTE. EntreLetras, 12(2), 167–177. https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2021v12n2p167-177