"DE REPENTE OUVI OS GRITOS"

AUTORITARISMO, MEMÓRIA E TESTEMUNHO EM RECORDAÇÕES DO CASARÃO, DE BERNARDO KUCINSKI

Autores

  • Bruno Rodrigues Soares Santos Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2021v12n2p335-347

Palavras-chave:

autoritarismo, ditadura, trauma, literatura de testemunho

Resumo

Durante a década que vai de 1960 a 1980 o Brasil sofreu abusos com o autoritarismo e as duras regras do regime militar brasileiro, responsável por deixar grandes cicatrizes que permeiam as vítimas até os dias de hoje, e que surge na literatura, como uma crítica a censura e a repressão instaurada naquele período. O presente trabalho teve como objetivo geral uma análise do conto “Recordações do Casarão”, de Bernardo Kucinski, que traz em sua estrutura narrativa a memória e os traumas de alguns personagens acerca da ditadura militar. A utilização de uma linguagem subjetiva, a escolha de um tema descrito e exposto subliminarmente, ainda que não choque o leitor em uma primeira leitura considerada na época menos “engajada politicamente” do que narrativas que optem por uma visão mais realistas da violência do Estado, esta obra, possui um efeito surpreendente. Trata-se de uma abordagem que tenta explicitar eventos ocorridos na época. É fato que este momento dentro da história nacional, trouxe consigo diversos sentimentos e críticas sociais e é por isso que este tema se justifica.

Biografia do Autor

Bruno Rodrigues Soares Santos, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Bacharel e Mestrado em Letras pela Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul. ID Orcid: https://orcid.org/0000-0001-9746-0449

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Publicado

2021-11-22

Como Citar

Rodrigues Soares Santos, B. (2021). "DE REPENTE OUVI OS GRITOS": AUTORITARISMO, MEMÓRIA E TESTEMUNHO EM RECORDAÇÕES DO CASARÃO, DE BERNARDO KUCINSKI. EntreLetras, 12(2), 335–347. https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2021v12n2p335-347