Um olhar decolonial para a psicologia do trabalho no Brasil: Epistemologias e imaginários para além da mercado-lógica do capital
DOI :
https://doi.org/10.20873/2526-1487e024028Mots-clés :
Psicologia do Trabalho, Decolonialidade, Bem viver, InterseccionalidadeRésumé
A intenção deste ensaio é formular proposições críticas ao campo da psicologia do trabalho no
Brasil a partir de contribuições epistemológicas decoloniais. Para tal, primeiramente foram
apresentados aspectos conceituais da filosofia do Bem Viver, proveniente dos povos
originários, andino e amazônico, e sua pertinência para a construção de uma descolonização
intelectual e das práticas em psicologia do trabalho com vistas a imaginar outras
possibilidades de pesquisa e intervenção que problematizam a realidade laboral e os modos de
produção e acumulação de capital. Em seguida, buscou-se demarcar a potência da noção de
interseccionalidade, proveniente do feminismo negro, como importante operador
ético-político para uma atuação crítica no campo da psicologia do trabalho no país, marcado
tradicionalmente pela hegemonia de saberes tecnicistas, disciplinares, adaptacionistas e
classificatórios pautados no paradigma euroamericano e na colonialidade do poder, do saber e
do trabalhar. Propõe-se, a partir deste exercício decolonial, tensionar saberes e práticas
instituídos e refundar as bases científicas da psicolologia do trabalho no Brasil visando
mobilizar uma atuação efetivamente crítica em prol dos mecanismos das lutas plurais por
direitos, pela proteção da saúde e pela afirmação da dignidade para que seja possível imaginar
outros modos de vida, trabalho e psicologia para além da mercado-lógica do capital.
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