ESTRESSE OCUPACIONAL, SÍNDROME DE BURNOUT E DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA
UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA PRODUÇÃO ACADÊMICO-CIENTÍFICA BRASILEIRA
DOI:
https://doi.org/10.20873/2526-1487e022007Resumen
O presente estudo teve como objetivo identificar os principais sintomas e/ou sinais de adoecimentos psíquicos/mental entre docentes de nível superior brasileiros, citados na produção acadêmico-científica dos últimos cinco anos (2013-2018) no Brasil. Realizou-se uma busca na base de dados ScIELO e LILACS utilizando os descritores em pares: “burnout AND docentes”, “burnout AND professores”, “estresse AND docentes” e “estresse AND professores”. A presente revisão sistemática (método PRISMA) possibilitou identificar que a sobrecarga laboral, a precarização das condições de trabalho e as relações socioprofissionais são os principais fatores geradores de adoecimento, estresse e esgotamento profissional no ambiente acadêmico. Consequentemente, esses fatores afetam as diferentes esferas da vida do trabalhador, os vínculos afetivos e sociais, limitando o tempo para o lazer e para o cuidado à saúde. Apesar do sofrimento presente no contexto de trabalho do docente universitário, viu-se que os profissionais conseguem vivenciar experiências de prazer e satisfação pelo trabalho. Ademais, espera-se que este estudo possa contribuir para o direcionamento de implementação de ações de prevenção e promoção saúde, e de estratégias de intervenção na saúde docente do ensino superior.
Citas
Araújo, L. M. N. de, Santos, V.E.P., Martins, C. C. F., Dantas, M. S. P., dos Santos, N. P., Alves, K. Y. A. (2016). Estresse no cotidiano universitário: estratégias de enfrentamento de docentes da saúde. Revista Online de Pesquisa Cuidado é Fundamental, 8(4), 4956-4964. https://doi.org/10.9789/2175-5361.2016.v8i4.4956-4964
Bosi, A. P. (2007). A precarização do trabalho docente nas instituições de ensino superior no Brasil nesses últimos 25 anos. Educação & Sociedade, 28(101), 1503-1523.
Camargo, E., Oliveira, M. P., Añez, C. R., Hino, A. & Reis, R. (2013). Estresse percebido, comportamentos relacionados à saúde e condições de trabalho de professores universitários. Psicologia Argumento, 31(75), 589-597.
Cardoso, H. F., Baptista, M. K., Sousa, D. F. A., & Júnior, E. G. (2017). Síndrome de burnout: análise da literatura nacional entre 2006 e 2015. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 17(2), 121-128.
Carlotto, M. S. (2002). A síndrome de Burnout e o trabalho docente. Psicologia em Estudo, 7(1), 21-29.
Carlotto, M. S., & Câmara, S. G. (2008). Análise de produção científica sobre a síndrome de burnout no Brasil. Psico, 39(2), 152-158.
Chauí, M. A. (2003). A universidade pública sob nova perspectiva. Revista Brasileira de Educação, 24, 5-15.
Codo, W., Soratto, L. & Vasques-Meneses, I. (2004). Saúde mental e trabalho. In J. C. Zanelli, Borges-Andrade, J. E., & A. V. B. Bastos (Eds.), Psicologia, organizações e trabalho no Brasil (Cap. 8, pp. 267-299). Artmed.
Codo, W., & Vasques-Meneses, I. (1999). O que é burnout? In: W. Codo. (Ed.). Educação, carinho e trabalho. Vozes.
Costa, L. S. T. C., Gil-Monte, P. R., Possobon, R. F., & Ambrosano, G. M. B. (2013). Prevalência da síndrome de burnout em uma amostra de professores universitários brasileiros. Psicologia: Reflexão e Crítica, 26(4), 636-642. https://doi.org/10.1590/S0102-79722013000400003
D’Oliveira, C. A. F. B., Almeida, C. M., Souza, N. V. D. O., Pires, A., Madriaga, L. C. V., & Varella, T. C. M. M. L. (2018). Trabalho docente de enfermagem e as repercussões no processo saúde-doença. Revista De Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, 10(1), 196–202. https://doi.org/10.9789/2175-5361.2018.v10i1.196-202
Dalagasperina, P., & Monteiro, J. K. (2016). Estresse e docência: um estudo no ensino superior privado. Revista Subjetividades, 16(1), 36-51.
Diehl, L., & Marin, A. H. (2016). Adoecimento mental em professores brasileiros: revisão sistemática da literatura. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, 7(2), 64-85.
Farber, B. A. (1991). Crisis in education. Stress and burnout in the american teacher. Jossey-Bass Inc.
Ferreira, R. C., Silveira, A. P., Sá, M. A., Lima, S. B., Souza, J. G. S., Martins, A. M. E. B. L. (2015). Transtorno mental e estressores no trabalho entre professores universitários da área da saúde. Trabalho, Educação e Saúde, 13(1), 135-155. https://doi.org/10.1590/1981-7746-sip00042
França, H.H (1987). A síndrome de "Burnout". Revista Brasileira de Medicina, 44, 197-199.
Freudenberger, H.J. (1974). Staff Burn-Out. Journal of Social Issues, 30, 159-165.
Garcia, L. P., & Benevides-Pereira, A. M. T. (2003). Investigando Burnout em professores universitários. Revista Eletrônica InterAção Psy, 1, 76-89.
Gil-Monte, P. R. (2011). CESQT. Cuestionario para la evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo. Manual. Madrid, España: TEA.
Gouveia, S. S. V., Alves, A. B., & Costa, T. A. S. (2013). Análise do nível de estresse e dos fatores de risco de doença cardiovascular em professores da Universidade Federal do Piauí – Campus Parnaíba. Revista Baiana de Saúde Pública, 37(4), 979-990.
Gradella Júnior, O. (2010). Sofrimento psíquico e trabalho intelectual. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 13(1), 133-148.
Hoffmann, C., Zanini, R. R., Moura, G. L., Costa, V. M. F., Comoretto, E. (2017). Psicodinâmica do trabalho e riscos de adoecimento no magistério Superior. Estudos Avançados, 31(91), 257-276. https://doi.org/10.1590/s0103-40142017.3191019
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. (2018). Resumo Técnico: Censo da Educação Superior 2015. 2. ed. https://www.gov.br/inep/pt-br/centrais-de-conteudo/acervo-linha-editorial/publicacoes-institucionais/estatisticas-e-indicadores-educacionais/resumo-tecnico-2013-censo-da-educacao-superior-2015-2013-2a-edicao
Jacques, M. G. C. (2003). Abordagens teóricos-metodológicas em saúde/doença mental & trabalho. Psicologia & Sociedade, 15(1), 97-116.
Lazarus, S. (1995). Psychological stress in the workplace. In R. Crandall, & P. L. Perrewé (Orgs.), Occupational stress: a handbook (pp. 3-14). Taylor & Francis.
Lazarus, S., & Folkman, S. (1984). Stress,appraisal, and coping. Springer.
Mancebo, D. (2007). Trabalho docente: subjetividade, sobre implicação e prazer. Psicologia: Reflexão e Crítica, 20(1), 74-80.
Martins, A. A. V., & Honório, L. C. (2014). Prazer e sofrimento docente em uma instituição de ensino superior privada em Minas Gerais. Organizações & Sociedade, 21(68), 835-851. https://doi.org/10.1590/S1984-92302014000100005
Maslach, C. & Jackson, S.E. (1981). The measurement of experienced burnout. Journal of Occupational Behavior, 2, 99-113.
Maslach, C., & Leiter, M.P. (1999). Take this job and ...love it. Psychology Today, 32, 50-57.
Moher, D., Liberati, A., Tetzlaff, J., Altman, D. G. (2009). Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses: The PRISMA Statement. PLoS Med 6(7): e1000097. https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1000097
Paschoal, T. & Tamayo, A. (2004). Validação da escala de estresse no trabalho. Estudos de Psicologia (Natal), 9(1), 45-52. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2004000100006
Prado, R. L. do, Bastianini, M. E., Cavalleri, M. Z., Ribeiro, S. F. R., Pizi, E. C. G., & Marsicano, J. A. (2017). Avaliação da síndrome de burnout em professores universitários. Revista da ABENO, 17(3), 21-29.
Reinhold, H. H. (2004). O sentido da vida: prevenção do stress e burnout em professores [Tese de doutorado não-publicada, Programa de Pós-Graduação em Psicologia]. Pontifícia Universidade Católica de Campinas, SP, Brasil.
Ruza, F. M. & Silva, E. P. (2016). As transformações produtivas na pós-graduação: o prazer no trabalho docente está suspenso? Revista Subjetividades, 16(1), 91-103. https://doi.org/10.5020/23590777.16.1.91-103
Sampaio, R. F., & Mancini, M. C. (2007). Estudos de Revisão Sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica. Revista brasileira de fisioterapia, 11, 83-89.
Sanches, E. N., & Santos, J. D. F. (2013). Estresse em docentes universitários da saúde: situações geradoras, sintomas e estratégias de enfrentamento. Psicologia Argumento,31 (75), 615-626.
Souza, R. K., Mendonça, A. L. O., Rodrigues, A. M. S., Felix, E. G., Teixeira, L. R., Santos, M. B. M., & Moura, M. (2017). A nova organização do trabalho na universidade pública: consequências coletivas da precarização na saúde dos docentes. Ciência & Saúde Coletiva, 22(11), 3667-3676. https://doi.org/10.1590/1413-812320172211.01192016
Vilela, E. F., Garcia, F. C., & Vieira, A. (2013). Vivências de prazer-sofrimento no trabalho do professor universitário: estudo de caso em uma instituição pública. REAd: Revista Eletrônica de Administração, 19(2), 517-540. https://doi.org/10.1590/S1413-23112013000200010
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Luciana Luiz de Souza, Aline Venceslau Vieira de Lima
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Os direitos autorais dos artigos publicados pela Revista Trabalho EnCena permanecem propriedade dos autores, que cedem o direito de primeira publicação à revista. Os autores devem reconhecer a revista em publicações posteriores do manuscrito. O conteúdo da Revista Trabalho EnCena está sob a Licença Creative Commons de publicação em Acesso Aberto. É de responsabilidade dos autores não ter a duplicação de publicação ou tradução de artigo já publicado em outro periódico ou como capítulo de livro. A Revista Trabalho EnCena não aceita submissões que estejam tramitando em outra Revista. A Revista Trabalho EnCena exige contribuições significativas na concepção e/ou desenvolvimento da pesquisa e/ou redação do manuscrito e obrigatoriamente na revisão e aprovação da versão final. Independente da contribuição, todos os autores são igualmente responsáveis pelo artigo.