CONSTRUÇÃO E EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DA ESCALA DE RASTREIO DA CARGA MENTAL DE TRABALHO

Autores

  • Karen Rayany Ródio-Trevisan Universidade Federal de Santa Catarina
  • Roberto Moraes Cruz Universidade Federal de Santa Catarina
  • Pedro Augusto Crocce-Carlotto Universidade Federal de Santa Catarina
  • Romilda Guilland Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.20873/2526-1487e023021

Palavras-chave:

Carga Mental de Trabalho, Instrumentos Psicológicos, Saúde Mental, Trabalho

Resumo

Esse estudo contempla as evidências de validade de conteúdo e de estrutura interna da Escala de Rastreio da Carga Mental de Trabalho (ERCMT). Participaram da etapa de identificação de evidências de validade de conteúdo 74 pessoas, entre elas 11 psicólogos atuantes como juízes em duas etapas distintas; 9 professores do ensino básico; e 54 trabalhadores com ensino médio incompleto. Para identificação das evidências de validade baseadas na estrutura interna participaram outros 709 trabalhadores. Os resultados indicam que a ERCMT composta por quatro fatores (cognitivo, psicossocial, afetivo e organizacional) possui boas evidências de validade de conteúdo: IVC (Índice de Validade de Conteúdo) 95,1; Kappa de Fleiss 0,65; CVC (Coeficiente de Validade de Conteúdo) 0,89 e boas evidências de validade baseadas na estrutura interna com índices de precisão para cada fator de 0,96; 0,94; 0,94; e 0,77 (TCT) e 0,96; 0,89; 0,96; e 0,97 (TRI). A versão inicial da escala construída com 171 itens foi reduzida para 116 itens por meio dos procedimentos para obtenção de evidências de validade de conteúdo e posteriormente reduzida para 74 itens com base nos resultados decorrentes das evidências de validade da estrutura interna.

Biografia do Autor

Roberto Moraes Cruz, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutor em Psicologia Professor no programa de pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis

Pedro Augusto Crocce-Carlotto, Universidade Federal de Santa Catarina

Mestre e doutorando em Psicologia - Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis

Romilda Guilland , Universidade Federal de Santa Catarina

Doutora em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina. 

Referências

Akbari, A., & Segers, W. (2017). Translation Difficulty: How to Measure and What to Measure. Lebende Sprachen, 62(1), 3-29. https://doi.org/10.1515/les-2017-0002

Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho [SBPOT]. (2020). Competências para a atuação em psicologia organizacional e do trabalho: um referencial para a formação e qualificação profissional no Brasil. UniCEUB. https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/prefix/14119

Azevedo, B. M., & Cruz, R. M. (2006). O processo de diagnóstico e de intervenção do psicólogo do trabalho. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 9(2), 89-98. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v9i2p89-98

Bedani, M. (2006). Clima organizacional: investigação e diagnóstico: estudo de caso em agência de viagens e turismo. Psicologia para América Latina, (7), 0-0. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870-350X2006000300011&lng=pt&tlng=pt

Byrne, B. (2001). Structural Equation Modeling With AMOS: Basic Concepts, Applications and Programming. Lawrence Erlbaum Associates. https://doi.org/10.4236/psych.2017.82017

Cardoso, M. D. S., & Gontijo, L. A. (2012). Evaluation of mental workload and performance measurement: NASA TLX and SWAT. Gestão & Produção, 19(4), 873-884. https://doi.org/10.1590/S0104-530X2012000400015

Cattell, R. B. (1966). The scree test for the number of factors. Multivariate Behavioral Research, 1, 140-161.http://doi.org/10.1207/s15327906mbr0102_10

Ceballos Vásquez, P., Paravic Klijn, T., Burgos Moreno, M., & Barriga, O. (2014). Validación de Escala Subjetiva de Carga Mental de Trabajo en funcionarios/as universitarios. Ciencia y enfermería, 20(2), 73-82. http://dx.doi.org/10.4067/S0717-95532014000200008

Coluci, M. Z. O., Alexandre, N. M. C., & Milani, D. (2015). Construção de instrumentos de medida na área da saúde. Ciência & Saúde Coletiva 20, 925-936. https://doi.org/10.1590/1413-81232015203.04332013

Field, A. (2013). Análise de fatores exploratória. In: Field, A. Descobrindo a estatística usando o SPSS. Penso.

Fleiss, J.L. (1981). Statistical Methods for Rates and Proportions. 2d ed. New York: John Wiley & Sons, Inc.

Frutuoso, J. T., & Cruz, R. M. (2005). Mensuração da carga de trabalho e sua relação com a saúde do trabalhador. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, 3(1), 29-36. http://www.rbmt.org.br/details/166/pt-BR/work-load-evaluation-and-its-relation-with-workers--health-conditions

Galy, E. (2017). Consideration of several mental workload categories: perspectives for elaboration of new ergonomic recommendations concerning shiftwork. Theoretical Issues in Ergonomics Science, 1-15. https://doi.org/10.1080/1463922X.2017.1381777

Galy, E. (2020). A multidimensional scale of mental workload evaluation based on Individual–Workload–Activity (IWA) model: validation and relationships with job satisfaction. Tutorials in Quantitative Methods for Psychology, 16, 240-252. https://doi.org/10.20982/tqmp.16.3.p240

Grant, J. S., & Davis, L. L. (1997). Selection and use of content experts for instrument development. Res Nurs Health; 20(3), 269-274. https://doi.org/10.1002/(sici)1098-240x(199706)20:3<269::aid-nur9>3.0.co;2-g

Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise Multivariada de Dados. Bookman.

Hernández-Nieto, R.A. (2002). Contributions to statis-tical analysis. Universidad de Los Andes. https://www.psicothema.com/pdf/3407.pdf

Jacques, M. D. G., & Jacques, C. C. (2009). Acidentes de trabalho e implicações psicossociais: uma discussão introdutória. Pesquisas e Práticas Psicossociais, 141-149.

Kaiser, H. F. (1960). The application of electronic computers to factor analysis. Educational and Psychological Measurement, 20, 141-151. https://doi.org/10.1177/001316446002000116

Lamprea, J. A., & Gómez-Restrepo, C. (2007). Validez en la evaluación de escalas. Revista Colombiana de psiquiatría, 36(2), 340-348. http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0034-74502007000200013

Nasirizad Moghadam, K., Chehrzad, M. M., Reza Masouleh, S., Maleki, M., Mardani, A., Atharyan, S., & Harding, C. (2021). Nursing physical workload and mental workload in intensive care units: Are they related?. Nursing Open, 8(4), 1625-1633. https://doi.org/10.1002/nop2.785

Pasquali, L. (2010). Testes referentes a construto: reoria e modelo de construção. In L. Pasquali et al. (Orgs.). Instrumentação Psicológica: fundamentos e práticas. (pp. 37-71). Artmed.

Pasquali, L. (2011). Psicometria: teoria dos testes na psicologia e na educação (4ª edição). Vozes.

Pasquali, L. (2015). Princípios de elaboração de escalas. In: Gorenstein, C., Wang, Y. P., & Hungerbühler, I. Instrumentos de avaliação em saúde mental. Artmed.

Pasquali, L. (2017). Validade dos testes. Examen: Política, Gestão e Avaliação da Educação, 1(1), 36-36. https://examen.emnuvens.com.br/rev/article/view/19

Peixoto, E. M., & Ferreira-Rodrigues, C. F. (2019). Propriedades psicométricas dos testes psicológicos. Em A. E. Villemor-Amaral & M. N. Baptista, Compêndio de Avaliação Psicológica (pp. 29-39). Vozes.

Perroca, M. G., & Gaidzinski, R. R. (2003). Avaliando a confiabilidade interavaliadores de um instrumento para classificação de pacientes: coeficiente Kappa. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 37(1), 72-80. https://doi.org/10.1590/S0080-62342003000100009

Peruzzini, M., Tonietti, M., & Iani, C. (2019). Transdisciplinary design approach based on driver's workload monitoring. Journal of Industrial Information Integration, 15, 91-102. https://doi.org/10.1016/j.jii.2019.04.001

Primi, R., Muniz, M., & Nunes, C. H. S. S. (2009). Definições Contemporâneas de Validade de Testes Psicológicos. In C. S. Hutz, C. S. (Org.), Avanços e polêmicas em avaliação psicológica (pp.243-265). Casa do psicólogo.

Ródio-Trevisan, K.R. (2020). Avaliação da associação entre carga mental de trabalho, fatores de risco psicossociais ocupacionais e agravos à saúde mental dos professores (Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina). https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/221998/PPSI0902-D.pdf?sequence=-1&isAllowed=y

Rosário, S., Fonseca, J. A., Nienhaus, A., & Costa, J. T. da. (2016). Standardized assessment of psychosocial factors and their influence on medically confirmed health outcomes in workers: a systematic review. Journal of Occupational Medicine and Toxicology, 11. https://doi.org/10.1186/s12995-016-0106-9

Rostami, F., Babaei-Pouya, A., Teimori-Boghsani, G., Jahangirimehr, A., Mehri, Z., & Feiz-Arefi, M. (2021). Mental Workload and Job Satisfaction in Healthcare Workers: The Moderating Role of Job Control. Frontiers in Public Health, 9. https://doi.org/10.3389/fpubh.2021.683388

Rouse, W. B., Edwards, S. L., & Hammer, J. M. (1993). Modeling the dynamics of mental workload and human-performance in complex-systems. Ieee Transactions on Systems Man and Cybernetics, 23(6), 1662-1671. https://doi.org/10.1109/21.257761

Rubio-Valdehita, S., López-Núñez, M. I., López-Higes, R., & Díaz-Ramiro, E. M. (2017). Development of the CarMen-Q Questionnaire for mental workload assessment. Psicothema, 29(4). https://doi.org/10.7334/psicothema2017.151

Russell, J. A. (2003). Core affect and the psychological construction of emotion. Psychological Review, 110(1), 145-172. https://doi.org/10.1037/0033-295X.110.1.145

Russell, J. A., & Barrett, L. F. (1999). Core affect, prototypical emotional episodes, and other things called emotion: dissecting the elephant. Journal of personality and social psychology, 76(5), 805–19. https://doi.org/10.1037/0022-3514.76.5.805

Shan, Y., Shang, J., Yan, Y., Lu, G., Hu, D., & Ye, X. (2021). Mental workload of frontline nurses aiding in the COVID‐19 pandemic: A latent profile analysis. Journal of Advanced Nursing, 77(5), 2374-2385. https://doi.org/10.1111/jan.14769

Sonmez, B., Oguz, Z., Kutlu, L., & Yildirim, A. (2017). Determination of nurses' mental workloads using subjective methods. J Clin Nurs, 26(3-4), 514-523. https://doi.org/10.1111/jocn.13476.

Tabachnick, B., & Fidell, L. (2007). Using multivariate analysis. Needham Heights: Allyn & Bacon.

Urbina, S. (2009). Fundamentos da testagem psicológica. Artmed.

Van Hoffen, M. F. A., Heymans, M. W., Twisk, J. W. R., van Rhenen, W., & Roelen, C. A. M. (2016). Can psychosocial working conditions identify workers at risk of mental sickness absence? European Journal of Public Health, 26. https://doi.org/10.1093/eurpub/ckw164.082

Welford, A.T. (1986). Mental workload as a function of demand, capacity, strategy and skill. Ergonomics. 21, 151–176. https://doi.org/10.1080/00140137808931710

Wickens, C. D. (2008). Multiple resources and mental workload. Human factors, 50(3), 449-455. https://doi.org/10.1518/001872008X288394

Wright, B. D., & Masters, G. N. (1982). Rating scale analysis. MESA.

Wright, B. D., & Stone, M. H. (2004). Making measures. Phaneron Press.

Zanon, C. & Hauck-Filho, N. (2015). Fidedignidade. Em C.S. Hutz, D. R. Bandeira, & C. M. Trentini (Orgs), Psicometria (pp. 85-96). Artmed.

Zavarizzi, C. D. P., Carvalho, R. M. M. D., & Alencar, M. D. C. B. D. (2019). Grupos de trabalhadores acometidos por LER/DORT: relato de experiência. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 27, 663-670. https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoRE1756

Downloads

Publicado

2023-11-19

Como Citar

Ródio-Trevisan, K. R., Cruz , R. M., Crocce-Carlotto, P. A., & Guilland , R. (2023). CONSTRUÇÃO E EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DA ESCALA DE RASTREIO DA CARGA MENTAL DE TRABALHO. Trabalho (En)Cena, 8(Contínuo), e023021. https://doi.org/10.20873/2526-1487e023021

Edição

Seção

Dossiê: Fatores Humanos: Saúde e Segurança no Trabalho

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.