A presença indígena na cidade de Altamira (PA), no contexto da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte

Autores

  • José Carlos Matos Pereira Programa de Memória dos Movimentos Sociais | Universidade Federal do Rio de Janeiro (MEMOV/UFRJ) https://orcid.org/0000-0001-9009-268X

DOI:

https://doi.org/10.20873/nov2023_3%20

Palavras-chave:

indígenas em cidades, pertencimento étnico, políticas diferenciadas, campos de poder e hidrelétrica de Belo Monte.

Resumo

O artigo procura apresentar percepções de como o Neocolonial está presente no repertório
arquitetônico da cultura amazônica. Assim, o problema da pesquisa volta-se em aprimorar o
conhecimento sobre esta linguagem estética em Macapá, o seu reconhecimento como fonte
histórico-social-arquitetônica para a memória na/da cidade, assim como compreender sua
inserção ao espaço social e urbano atual, destacando não apenas como um testemunho
simbólico de um determinado período, assim como repositório de valor afetivo, mas também
um conjunto de elementos arquitetônicos constituintes de uma cultura. A partir da aplicação
do método etnográfico, atentou-se a como ela se apresenta e reflete na sua interação ao meio
circundante, a fim de detectar o seu eixo valorativo cultural, não só como estética na
compreensão da memória de moradores desta cidade, auxiliando na leitura das permanências
e apagamentos, mas também na apreensão e enquadramentos no presente, enquanto parte
da dinâmica cultural amazônica.

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Publicado

2023-11-13

Como Citar

José Carlos Matos Pereira. (2023). A presença indígena na cidade de Altamira (PA), no contexto da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte . Revista Amazônia Moderna, 3(1). https://doi.org/10.20873/nov2023_3