A Colocação Pronominal em Locuções Verbais: entre a Norma Predicada e a Praticada
Resumo
O objetivo geral deste texto é o de comparar regras predicadas sobre colocação pronominal em locuções verbais em gramáticas normativas com os usos efetivamente praticados em textos escritos cultos dos primeiros quinze anos do século XXI. No âmbito do predicado, compulsa-se as gramáticas normativas de Rocha Lima (2012 [1957]), Bechara (2009 [1961]), Cunha e Cintra (2008 [1985]), Luft (2002 [1976]), Melo (1978 [1967]) e Said Ali (1969 [1924]). No âmbito do praticado, trabalha-se com textos jornalísticos (editoriais da Folha de S. Paulo e do O Estado de S. Paulo), textos literários (contos e crônicas), textos científicos (capítulos de livros e artigos publicados em periódicos), textos religiosos (livros e artigos em meio digital ou em folhetos litúrgicos católicos) e textos jurídicos (códigos e leis), publicados nos quinze primeiros anos do século XXI. No cotejo entre o predicado e o praticado, de modo geral, há concordância entre as prescrições gramaticais e os usos dos brasileiros na escrita monitorada. Todavia, é notório comentar que os instrumentos linguísticos analisados, à exceção de Luft (2002 [1976]), podem repensar e trazer como regras básicas, e não como notas de rodapé ou observações ou em tópico à parte, as formas efetivamente realizadas pelos brasileiros, como é o caso da colocação intra-LVC sem hífen (V1clV2). Com a realização do presente artigo, verifica-se a necessidade de o assunto de colocação pronominal em locuções verbais ser repensado e atualizado nas gramáticas normativas, no sentido de abarcar como regras básicas as realizações efetivamente em uso pelos brasileiros, particularmente em contextos monitorados.
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