A REPRESENTAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DO QUÊNIA EM UM GRÃO DE TRIGO, DE NGŨGĨ WA THIONG’O
Palavras-chave:
Literatura e história, pós-colonialismo, memória e identidade, violência e traumaResumo
Esta pesquisa analisa a representação da independência do Quênia em Um grão de trigo, de Ngũgĩ wa Thiong’o. O objetivo deste estudo é investigar as articulações entre memória, violência e trauma no texto literário, à luz do que oportuniza a reflexão acerca das relações entre literatura e história (ARISTÓTELES, 2008; BORGES, 2010; CUTI, 2010; LAMMERT, 1994; PESAVENTO, 2003; WHITE, 1994; e outros). O trabalho resulta de uma pesquisa bibliográfica que evoluiu a partir da análise do texto literário, ressaltando as imbricações entre a memória, a violência e o trauma. A discussão destes conceitos se deu mediante um mapeamento de trechos do romance, com foco nas ações e linguagens dos personagens. Sendo assim, a memória é discutida a partir das contribuições de Candau (2019), Monte (2012) e outros. A reflexão sobre a violência colonial se deu a partir das leituras de Fanon (1968), Karari (2018), dentre outros. A análise do trauma refletido nos personagens da ficção é realizada em diálogo com Seligmann-Silva (2003; 2002). Ademais, o resultado desta pesquisa aponta que o autor se utiliza de episódios históricos, redesenha as cenas da catástrofe e engendra uma escrita que se apresenta como enunciadora das dores, cujo objetivo é anunciar um novo tempo, que se volta para o passado e nele busca as lições para reconstruir o presente - articulando no texto literário conceitos complexos e delicados para um país que se torna independente.
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