Para uma Interpretação Emergentista do Problema da Medição
Uma hipótese de trabalho
DOI:
https://doi.org/10.20873/rpv7n2-47Resumo
Como é bem sabido, o problema da medição é um problema antigo – talvez mesmo o único problema - da Mecânica Quântica ou, pelo menos, de sua interpretação. Grosso modo, o problema da medição surge da transição de um sistema em Mecânica Quântica de um estado de superposição para um estado bem definido. Ou seja, da transição de um sistema num estado “quântico” para um “estado clássico”. Como também é bem conhecido, várias são as tentativas de solução para o problema de medição. Apesar de existir uma vasta gama de opções, a maioria das soluções apresentadas assume o pressuposto que a Mecânica Quântica é aplicável, em princípio, universalmente; isto é, a todos sistemas físicos. No entanto, talvez possamos questionar essa suposição e talvez essa suposição seja o que torna o problema de medição problemático. Este artigo tem como objetivo i) analisar o pressuposto da universalidade da aplicabilidade da Mecânica Quântica e consequências para a formulação do problema da medição; ii) explorar a ideia de que as entidades clássicas não são ontologicamente redutíveis, mas emergentes de entidades quânticas.
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