CULTURA E MEMÓRIA: Fases e Escalas dos Estudos de Memória e o Desafio do Antropoceno

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v5n4p749

Palavras-chave:

estudos de memória, memória coletiva, memória social, antropoceno, ecologia

Resumo

Este ensaio tem por objetivo estabelecer um breve recorrido cronológico e destacar uma divisão em fases dos Estudos de Memória, sugerindo-se que, presentemente, há algo de novo a ser confrontado no âmbito dessa área de pesquisa, exigindo uma inflexão no paradigma ora vigente, ou ao menos seu alargamento. Inicialmente traça-se um breve resumo das diferentes fases de constituição dos Estudos de Memória, enquanto um campo acadêmico específico e multidisciplinar, com ênfase em suas escalas de abrangência: local, nacional e global. Partindo-se de tal caracterização, uma quarta fase é sugerida, com a adoção de uma nova escala de construção da memória coletiva, com base no conceito de Antropoceno, cuja introdução traz consigo a necessidade de se ressituar os Estudos de Memória, agora em escala planetária. O texto está organizado em três partes: Antecedências, Incidências e Sequências.

Palavras-chave: Estudos de Memória; Memória Coletiva; Memória Social; Antropoceno; Ecologia.

 

 

ABSTRACT

This essay aims to establish a brief chronological overview and highlight distinctive phases of Memory Studies, suggesting that presently there is something new to be confronted within this field of research, requiring an inflection in the current paradigm or at least its enlargement. Initially, a brief summary of the different phases of constitution of Memory Studies as a specific and multidisciplinary academic field is presented, with emphasis on its scales of coverage: local, national and global. Starting from such a characterization, a fourth phase is suggested, with the adoption of a new scale of collective memory construction, based on the concept of Anthropocene, whose introduction brings with it the need to reposition Memory Studies, now on a planetary scale. The text is organized in three parts: antecedents, incidents and sequences.

 

KEYWORDS: Memory Studies; Collective Memory; Social Memory; Anthropocene; Ecology.

 

 

RESUMEN

Este ensayo tiene por objetivo establecer un breve recorrido cronológico y destacar una división en fases de los Estudios de Memoria, sugiriendo que, actualmente, hay algo nuevo que se enfrenta en el ámbito de esta área de investigación, exigiendo una inflexión en el paradigma actual, o al menos su ampliación. Inicialmente se traza un breve resumen de las diferentes fases de constitución de los Estudios de Memoria, como un campo académico específico y multidisciplinario, con énfasis en sus escalas de alcance: local, nacional y global. A partir de tal caracterización, una cuarta fase es sugerida, con la adopción de una nueva escala de construcción de la memoria colectiva, con base en el concepto de Antropoceno, cuya introducción trae consigo la necesidad de resituar los Estudios de Memoria, ahora a escala planetario. El texto está organizado en tres partes: Antecedentes, Incidencias y Secuencias.

 

PALABRAS CLAVE: Estudios de memoria; Memoria Colectiva; Memoria Social; Antropoceno; Ecología

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcos Palacios, Universidade da Beira Interior

É pesquisador/bolsista de Produtividade 1A do CNPq. Doutor em Sociologia pelo Center for Latin-American Studies do Departamento de Sociologiay da University of Liverpool e B.A. (First Class Honours) em Sociologia (1975) pela University of Liverpool. Criador e coordenador do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Online (GJOL) (UFBA). Professor Aposentado da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor e orientador do Doutorado em Comunicação da UFBA. Coordenou diversas pesquisas na área de formação em comunicação e jornalismo. É Professor Catedrático Visitante da Universidade da Beira Interior (Portugal).

Referências

ANDERSEN, B. Imagined communities: Reflections on the origin and Spread of Nationalism. New York: Verso, 1991 [1983].

BASTIDE, R. Les religions africaines au Brésil: Vers une sociologie des interpénétrations de civilisations. Paris: Presses Universitaires de France, 1960 (Edição brasileira pela Editora Pioneira, 1971).

BLANCHARD, P.; VEYRAT-MASSON, I. (Orgs). Les Guerres de mémoires. La France et son histoire. Paris: La Decouverte/Poche, 2008.

CARVAJAL, Y.. Antropoceno. Nuevos Folios de Bioética y Pensamiento Biomédico, 19: 23-30, Santiago, 2016.

COLEBROOK, C. The intensity of the archive, in: CRAPS, S. et al. Memory studies and the Anthropocene: A roundtable, Memory Studies, Vol. 11(4) 498 –515, 2018.

COHEN, T. Introduction: Murmurations – Climate Change and the Defacement of Theory, in Id. (ed.), Telemorphosis: Theory in the Era of Climate Change, vol. 1, Open Humanities Press, 13-42, 2012.

CRAPS, S. et al. Memory studies and the Anthropocene: A roundtable. Memory Studies, Vol. 11(4) 498 –515, 2018.

CROWNSHAW, R. Memory and the Anthropocene. Auschwitz Foundation International Quarterly, 119, 2014. Disponível em: <https://journals.openedition.org/temoigner/1492>. Acesso em: 15 oct. 2018.

CRUTZEN, P.J. Geology of mankind. Nature 415, 23, 2002.

ERLL, A. Travelling Memory. Parallax, v. 17, n. 4, p. 4–18, Nov. 2011. Disponível em: <http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/13534645.2011.605570>. Acesso em: 12 oct. 2018.

FRANCISCO (Papa). Encíclica Laudamis Si, Vaticano, 2015. Disponível em <http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.html > Acesso em 17 oct. 2018.

FROSH, P. & PINCHEVSKI, A. (Orgs). Media Witnessing: Testimony in the age of mass communication. . Basingstoke: Palgrave/Macmillan, 2009.

GRUSIN, R. (ed.) The Nonhuman Turn. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2015.

HAGUE, U. The age of the imbecile. The World is Turning Catastrophically Stupid. Here’s How Not to Join It. Eudaimonia, March 2018. Disponível em: https://eand.co/the-age-of-the-imbecile-c52ee205d94c. Acesso em 17 oct. 2018.

HALBWACHS, M. Les cadres sociaux de la mémoire, Walter de Gruyter, 1976 [1925].

HOBSBAWM, E. & RANGER, T. (ed.). The invention of tradition. Cambridge: University Press, 2012 [1983]

JACKSON, H. J. Marginalia. Readers writing in books. New Haven and London: Yale University Press, 2001.

KENNEDY. R (2018) Species extinction, multidirectional eco-memory, and advocacy, in: CRAPS, S. et al. Memory studies and the Anthropocene: A roundtable. Memory Studies , Vol. 11(4) 498 –515, 2018.

LEWIS, S. L.; MASLIN, M. A. Defining the Anthropocene. Nature, 519, 171, 2015.

MARTINS, A. V. Guerras de memórias e os 50 anos do golpe de 1964: midiatização do passado em especiais do jornalismo digital, Tese Doutoral, Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas, FACOM/UFBA, 2017. Disponível em https://goo.gl/Bv37KY. Acesso em 19 nov. 2018

MERZEAU, L. Guerre de mémories on line: un nouvel enjeu stratégique? In: BLANCHARD, Pascal; VEYRAT-MASSON, Isabelle (Orgs). Les Guerres de mémoires. La France et son histoire. Paris: La Decouverte/Poche, 2008. p. 287-298.

NEVES, M. S. Lugares de Memória da Medicina no Brasil, 2008. Disponível em < http://www.historiaecultura.pro.br/cienciaepreconceito/frame.htm.>. Acesso em 12 out. 2018.

NORA, P. Entre mémoire et histoire: la problématique des lieux. In NORA , P. (org). Les lieux de mémoire. Paris: Gallimard, Vol 1 La République. pp. VII a XLII. p. XXIV, [1984].

OLICK. J.;VINITZKY-SEROUSSI,V.;LEVY, D. The collective memory reader. Oxford: Oxford University Press on Demand, 2011.

ROBIN, R. La Mémoire Saturée. Paris: Editions Stock, 2003.

RODRIGUES, M. O Antropoceno em disputa. Cienc. Cult., São Paulo, v. 69, n. 1, p. 19-22, Mar. 2017 . Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252017000100010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 13 Oct. 2018.

SANTAELLA, Lucia. A grande aceleração & o campo comunicacional. Intexto, 34: 46-59, 2015.

SILVA, C. M. et al. A Nova Idade Meghalayan: O que isso Significa para a Época do Antropoceno? Rev. Virtual Quim. [S.l: s.n.], 2018. Disponível em: <http://rvq.sbq.org.br>. Acesso em 12 oct. 2018.

ZALASIEWICZ, J.et al. The Working Group on the Anthropocene: Summary of evidence and interim recommendations. . Anthropocene 19, 55–60, 2017

Publicado

2019-07-01

Como Citar

PALACIOS, Marcos. CULTURA E MEMÓRIA: Fases e Escalas dos Estudos de Memória e o Desafio do Antropoceno. Revista Observatório , [S. l.], v. 5, n. 4, p. 749–770, 2019. DOI: 10.20873/uft.2447-4266.2017v5n4p749. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/6244. Acesso em: 19 abr. 2024.