APAGAMENTO DO DISCURSO SOBRE A TRANSGENERIDADE DE RENÉE EM ELAS POR ELAS

Autores

Palavras-chave:

Discurso, Gênero, Transgeneridade, Telenovela, Elas por Elas

Resumo

Em 2023, a Rede Globo anunciou a primeira telenovela com uma protagonista transgênera. Em Elas por Elas, Renée e outras seis amigas se reencontram depois de 25 anos sem contato. Este artigo analisa o discurso da novela em torno da transgeneridade da personagem. Para isso, os capítulos foram acompanhados em diários de observação com transcrição das cenas em que o assunto foi discutido. Depois, foram identificadas as principais recorrências enunciativas na abordagem do tema. Por fim, apesar de se propor a dar protagonismo a uma personagem transgênera, constatou-se um apagamento sobre a discussão de gênero na trama, inviabilizando o estabelecimento de novas formas de compreender a temática.

Downloads

Biografia do Autor

Diego Gouveia Moreira, Universidade Federal de Pernambuco

Professor do Núcleo de Design e Comunicação do Centro Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco. Coordenador do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Inovação Social e docente do cursos de Comunicação Social da UFPE.

Johany Harihadny Cristovam Medeiros, Universidade Federal de Pernambuco

Estudante do curso de Comunicação Social do Centro Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco e bolsista Pibic 2023-2024.

Cesar Melo de Freitas Filho, Universidade Federal de Pernambuco

Estudante do curso de Comunicação Social do Centro Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco e bolsista Pibic CNPq Pró-Humanidades 2023-2024.

Referências

Andrade, N., & Ribeiro, L. (2023, maio 11). Globo explica edição de beijo entre Clara e Helena em Vai na fé. Extra. https://extra.globo.com/entretenimento/tv/noticia/2023/05/globo-explica-edicao-de-beijo-entre-clara-e-helena-em-vai-na-fe.ghtml

Barbosa, B. C. (2010). Nomes e diferenças: uma etnografia dos usos das categorias travesti e transexual (Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo). https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-09032010-115929/pt-br.php

Bentes, I. (2017). Biopolítica feminista e estéticas subversivas. Matrizes, 11(2), 93–109. https://www.revistas.usp.br/matrizes/article/view/133380

Brasil. (2025). Constituição Federal. Edipro.

Bravo, Z. (2023, outubro 15). Maria Clara Spinelli, de Elas por elas, faz história ao ser a primeira atriz trans protagonista de novela. Extra. https://extra.globo.com/blogs/telinha/post/2023/10/maria-clara-spinelli-de-elas-por-elas-faz-historia-ao-ser-a-primeira-atriz-trans-protagonista-de-novela.ghtml

Butler, J. (2016). Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade (10ª ed.). Civilização Brasileira.

Chefão da Globo nega veto a beijo gay e explica retomada do humor após Melhem. (2023, junho 30). Notícias da TV. https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/chefao-da-globo-nega-veto-a-beijo-gay-e-explica-retomada-do-humor-apos-melhem-104842?cpid=txt

Fischer, R. M. B. (2002). O dispositivo pedagógico da mídia: modos de educar na (e pela) TV. Educação e Pesquisa, 28(1). https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/27882

Foucault, M. (2007). A arqueologia do saber. Forense Universitária.

Foucault, M. (2009). História da sexualidade I: a vontade de saber. Paz & Terra.

Glaad. (n.d.). Media reference guide – Transgender. https://www.glaad.org/reference/transgender

Gregori, J. de, Vaccari, J. M., & Nepomuceno, M. A. (2022). Transfobia e necropolítica: encruzilhadas do contexto brasileiro contemporâneo. Revista Extraprensa, 15(Especial), 739-754. https://doi.org/10.11606/extraprensa2022.195362

Hartmann, J. M. (2014). Identidades trans em pauta: representações sociais de transexuais e travestis no telejornalismo policial brasileiro contemporâneo (Monografia de graduação, Universidade Federal de Santa Catarina). https://core.ac.uk/download/pdf/30402937.pdf

Jesus, C. G. de. (2021). Saúde mental da população trans: apontar a cisnormatividade para interseccionalizar os corpos. In N. Cunha et al. (Orgs.), Enfrentamento dos efeitos do racismo, cissexismo e transfobia na saúde mental (pp. 21-29). São Paulo: Dandara.

Kantar Ibope Media. (2023). https://kantaribopemedia.com/brazil/

Kogut, P. (2023, maio 17). Maria Clara Spinelli fará primeira protagonista trans das novelas. O Globo. https://oglobo.globo.com/kogut/novelas/noticia/2023/05/maria-clara-spinelli-fara-primeira-protagonista-trans-das-novelas-saiba-mais.ghtml

Lauretis, T. de. (1994). A tecnologia do gênero (S. Funck, Trad.). In H. B. Hollanda (Org.), Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura (pp. 206–242). Rocco.

Lopes, M. I. V. de. (2009). A telenovela como recurso comunicativo. Matrizes, 3(1), 21–47. https://bdpi.usp.br/bitstream/handle/BDPI/32406/art_LOPES_Telenovela_2009.pdf

Louro, G. L. (2020). Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Autêntica.

Magalhães, N., & Assumpção, G. (2023, setembro 23). Maria Clara Spinelli: quem é a atriz que fará a primeira protagonista trans da Globo? Contigo. https://contigo.com.br/noticias/novelas/maria-clara-spinelli-quem-e-atriz-que-fara-primeira-protagonista-trans.phtml

Maranhão Filho, E. M. de A. (2012). ’Inclusão’ de travestis e transexuais através do nome social e mudança de pronome: diálogos iniciais com Karen Schwach e outras fontes. Oralidades, 6(11). https://www.periodicos.capes.gov.br/index.php/acervo/buscador.html?task=detalhes&source=all&id=W2523543298

Mídia Dados Brasil. (2024). https://midiadados2020.com.br/midia-dados-2020.pdf

Moreira, D. G. (2023). Constituição de novos processos de subjetivação ligados à transgeneridade a partir de Todxs Nós da HBO. Ação Midiática – Estudos Em Comunicação, Sociedade E Cultura., 25(1). https://doi.org/10.5380/am.v25i1.87602

Moreira, D. G., & Nascimento, D. M. do. (2023). Contraconduta de gênero e o estabelecimento de novas subjetivações em "Paloma". Esferas, 1(27), 1-20. https://doi.org/10.31501/esf.v1i27.14297

Narcisa, T., & Bonets, V. (2025, 27 de janeiro). Brasil é o país que mais mata pessoas trans e travestis, aponta dossiê. CNN Brasil. https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/brasil-e-o-pais-que-mais-mata-pessoas-trans-e-travestis-aponta-dossie/

Oliveira, A. B. C. (2018). Viver e morrer travesti no jornalismo policial: uma análise da desconstrução da identidade trans em portais paraibanos (Dissertação de mestrado, Universidade Federal da Paraíba). https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/15012/1/Arquivototal.pdf

Orlandi, E. (2007). As formas do silêncio: no movimento dos sentidos (6ª ed.). Editora da Unicamp.

Preciado, B. (2014). Manifesto contrassexual. n-1 edições.

Preciado, P. B. (2020). Um apartamento em Urano. Zahar.

Ribeiro, I. R. (2010). A TV no armário: A identidade gay nos programas e telejornais brasileiros. GLS.

Tiburi, M. (2016, janeiro). Judith Butler: Feminismo como provocação. Cult, 19, 8–11.

Xavier, N. (2012, janeiro 22). Relembre os travestis e transexuais das novelas. Blog do Nilson Xavier. https://tvefamosos.uol.com.br/blog/nilsonxavier/2012/02/22/relembre-os-travestis-e-transexuais-das-novelas/?cmpid=copiaecola

Publicado

2025-07-17

Como Citar

MOREIRA, Diego Gouveia; MEDEIROS, Johany Harihadny Cristovam; FREITAS FILHO, Cesar Melo de. APAGAMENTO DO DISCURSO SOBRE A TRANSGENERIDADE DE RENÉE EM ELAS POR ELAS. Revista Observatório , [S. l.], v. 11, n. 1, p. a19, 2025. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/20233. Acesso em: 21 ago. 2025.