“RIBEIRÃO DAS TREVAS”? O skate dando um ollie nos algoritmos dominantes sobre a cidade de Ribeirão das Neves - MG

Autores

  • Janaína Damaceno Gomes Universidade Estadual do Rio de Janeiro
  • Rafaela Goltara Souza Universidade Estadual do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2020v6n4a6pt

Palavras-chave:

skatistas; Ribeirão das Neves; cidade; movimento educador; algoritmos da opressão.

Resumo

Ribeirão das Neves é uma cidade mineira com cerca de 334 mil habitantes e 60% da população autodeclarada negra. Além do estigma “cidade das penitenciárias”, também ficou conhecida pelo trocadilho “Ribeirão das Trevas” publicado no Diário Oficial do Estado em 7 de setembro de 2013 e no site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais em 21 de agosto de 2018, e por milhares de publicações de violência e pobreza relacionadas pelos algoritmos de busca na internet. No entanto, a cidade destinada pelo poder público a ser sempre a mesma, abriga outras narrativas criadas por um coletivo de skatistas negros educadores: a Just Crew Skateboard. Este artigo é um desdobramento da dissertação de mestrado e apresenta os resultados da investigação, revelando à luz das leituras de Nilma Lino Gomes, como este grupo contesta o estigma da cidade mostrando novas possibilidades de engajamento e uma narrativa que valoriza a vida e as sociabilidades.

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Biografia do Autor

Janaína Damaceno Gomes, Universidade Estadual do Rio de Janeiro

Pós-Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia (UFSCar). Professora Adjunta da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/UERJ).

Rafaela Goltara Souza, Universidade Estadual do Rio de Janeiro

Mestre em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas (PPGECC/ UERJ). Professora tutora no curso de Pós-graduação em Produção Cultural, Arte e Entretenimento da Faculdade Unyleya

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Publicado

2020-07-01

Como Citar

GOMES, Janaína Damaceno; SOUZA, Rafaela Goltara. “RIBEIRÃO DAS TREVAS”? O skate dando um ollie nos algoritmos dominantes sobre a cidade de Ribeirão das Neves - MG. Revista Observatório , [S. l.], v. 6, n. 4, p. a6pt, 2020. DOI: 10.20873/uft.2447-4266.2020v6n4a6pt. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/11082. Acesso em: 3 maio. 2024.