Chamada de artigos: Pós-verdade, escrita e...
A Revista Observatório está recebendo artigos e resenhas para a dossiê temático a seguir até 30.11.2017:
Dossiê: PÓS-VERDADE, ESCRITA E...
Editores convidados:
Profa. Dra. Amanda M. P. Leite, Universidade Federal do Tocantins (UFT), Brasil
Profa. Dra. Leon Farhi Neto, Universidade Federal do Tocantins (UFT), Brasil
Profa. Dra. Renata Ferreira da Silva, Universidade Federal do Tocantins (UFT), Brasil
Ementa:
“Pós-verdade” foi eleita a palavra do ano 2016 pelos responsáveis pela elaboração de dicionários da Universidade de Oxford. A definição refere-se a circunstâncias nas quais os fatos objetivos têm menos influência sobre a formação das opiniões públicas do que o apego a emoções ou a crenças pessoais. Estaríamos numa era de verdades irrelevantes, como aludiu Steve Tesich, dramaturgo que usou a expressão pela primeira vez? As pessoas tendem a confiar mais nos “amigos” das redes sociais do que na imprensa ou nos órgãos de informação tradicionais. Boatos compartilhados se espalham numa velocidade incrível, e assumem o aspecto e o efeito de verdade. Por outro lado, os meios de comunicação que alertam sobre o risco das “falsas notícias” são os mesmos veículos que as difundem.
Estamos cercados pelo excesso de informações e opiniões. Todo mundo tem algo a dizer, mas, no que acreditar? Tanto a política quanto a mídia parecem ter perdido a sua credibilidade. Tudo isto pode ser o sintoma da crise do fato, do objetivo, da verdade e, é claro, das escritas. Embora o termo “pós-verdade” refira-se, em geral, a esse contexto midiático, em que as mentiras, os rumores e a proliferação de boatos na Internet têm se tornado uma ferramenta política, desejamos, com a proposta deste dossiê, problematizar a pós-verdade também em outros lugares, meios e relações, enfim, em outros modos de escrita, nos quais e pelos quais também comunicamos e nos tornamos o que somos.