MATERNIDADE E TRABALHO: REVISÃO INTEGRATIVA DA PRODUÇÃO NACIONAL ENTRE 2010 E 2020
DOI :
https://doi.org/10.20873/2526-1487e023005Mots-clés :
Maternidade; Trabalho Feminino; Igualdade de Gênero.Résumé
A relação entre maternidade e trabalho representa ponto central nos estudos sobre desigualdade entre gêneros no mercado de trabalho. A compreensão desta relação é fundamental para o desenvolvimento de ações que minimizem as dificuldades das mulheres no mercado de trabalho. Assim, o objetivo deste estudo é analisar a produção científica nacional dos últimos 10 anos em relação à maternidade e trabalho, bem como identificar as mudanças da última década no escopo e achados dos estudos, comparativamente a levantamentos anteriores. A amostra final composta de 21 artigos, que em termos metodológicos são em maiorias qualitativos, transversais e exploratórios. A análise da produção indica aumento da produção brasileira, mas também a concentração da produção em um pequeno grupo de autoras e autores. A lista de tópicos analisados nas pesquisas, em comparação com estudos anteriores sofreu algumas alterações que refletem mudanças sociais, como a inserção do tema do adiamento da gravidez. No entanto, os problemas enfrentados pelas mulheres permanecem os mesmos indicando um possível baixo impacto das mudanças sociais e normativas sobre o mercado de trabalho. Os resultados indicam ainda a licença-maternidade como direito trabalhista crucial para as trabalhadoras.
Références
Almeida, V. C. de, & Mota-Santos, C. M. (2018). Trabalho, Carreira e Maternidade: Perspectivas e Dilemas de Mulheres Profissionais Contemporâneas. Administração: Ensino e Pesquisa, 19(3), 583–605. https://doi.org/10.13058/raep.2018.v19n3.1119
Alvarado, R. U. (2002). A Lei de Lotka na bibliometria brasileira. Ciência da Informação, 31(2), 14-20. https://doi.org/1010.1590/S0100-19652002000200002
Andrade, C. de J., Praun, L. D., & Avoglia, H. R. C. (2018). O sentido do trabalho para mulheres após a licença maternidade: um estudo com profissionais de educação. Semina: Ciências Sociais e Humanas, 39(2), 147. https://doi.org/10.5433/1679-0383.2018v39n2p147
Andrade, C. de J., Praun, L., & Avoglia, H. R. C. (2020a). Estratégias defensivas utilizadas frente à conciliação maternidade e trabalho: um olhar para as profissionais da educação. Brazilian Journal of Development, 6(6), 35436–35452. https://doi.org/10.34117/bjdv6n6-181
Andrade, C. de J., Praun, L., & Avoglia, H. R. C. (2020b). O trabalho para mulheres egressas da licença maternidade: (re)pensando as transformações profissionais no contexto de educação. Semina: Ciências Sociais e Humanas, 41(2), 249. https://doi.org/10.5433/1679-0383.2020v41n2p249
Andrade, R. N., & Iwamoto, H. M. (2019). Conciliação maternidade e trabalho: um estudo com alunas e servidoras da Universidade Federal do Tocantins. Revista Gênero, 20(1), 212. https://doi.org/10.22409/rg.v20i1.38499
Barbosa, A. L. N. de H., & Costa, J. S. D. M. (2017). Oferta de creche e participação das mulheres no mercado de trabalho no Brasil 1. Mercado de Trabalho: Conjuntura e Análise, 62, 23–35. http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/7805/1/bmt_62_oferta.pdf
Barboza, E. L. G., Dantas, E. L. B., & Santos, M. A. (2019). Adoecimento mental no trabalho: uma realidade dos dias atuais. Trabalho (En) Cena, 4(2), 506-518. https://doi.org/10.20873/2526-1487V4N2P506
Boas, L. M. V., Braga, M. C. da C., & Chatelard, D. S. (2013). Escuta Psicanalítica de Gestantes no Contexto Ambulatorial: Uma Experiência em Grupos de Fala. Psico, 44(1), 8–15. https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/view/8623
Botton, A., Cúnico, S., Barcinski, M. (2015). Os Papéis Parentais nas Famílias: Analisando Aspectos Transgeracionais e de Gênero. Pensando Famílias, 19(2), 43-56. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2015000200005
Brasil (1943). Decreto-lei Nº 5.452, de 1º de maio de 1943: Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Brasil. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm
Brasil (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Senado.
Brasil (2008). Lei nº 11.770 de 2008: Cria o Programa Empresa Cidadã, destinado à prorrogação da licença-maternidade mediante concessão de incentivo fiscal, e altera a Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. Brasil. https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=11770&ano=2008&ato=2daATVE5UNRpWTe7f
Cabello-Hutt, T. (2020). Changes in work and care trajectories during the transition to motherhood. Social Science Research, 90, 102439. https://doi.org/10.1016/j.ssresearch.2020.102439
Camargo, A. B. C. & Montibeler, D. P. S. (2018). Carreira versus Maternidade - Regulando a desigualdade no mercado de trabalho. PMKT – Revista Brasileira de Pesquisas de Marketing, Opinião e Mídia, 11(3), 261-271. http://www.revistapmkt.com.br/pt-br/anteriores/anteriores_v11n3.html
Caroliny, S. (2016). Maternidade: Uma Construção Social Além do Desejo. Revista de Iniciação Científica da Universidade Vale do Rio Verde, 6 (1), 42-47. http://periodicos.unincor.br/index.php/iniciacaocientifica/article/view/2654
Cavalcanti, N. C. S. B., & Baía, D. C. P. Ser mãe no mundo do trabalho: notas sobre os desafios da reinserção de mulheres no mercado de trabalho após a experiência de maternidade. Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress, Florianópolis.
Corrêa, D. P., & Aquino, G. B. De. (2014). Inserção da mulher de classe média no mercado de trabalho e sua conciliação com a maternidade sob a ótica de professoras do ensino superior. Revista Científica da FAMINAS, 11(1), http://periodicos.faminas.edu.br/index.php/RCFaminas/article/view/12
Cunha, A. C., dos Santos Eroles, N. M., & de Mello Resende, L. (2020). “Tornar-se mãe”: Alto nível de estresse na gravidez e maternidade após o nascimento. Interação em Psicologia, 24(3). http://dx.doi.org/10.5380/riep.v24i3.62768
Cunha, M. S., & Vasconcelos, M. R. (2015). Fecundidade e participação no mercado de trabalho brasileiro. Nova Economia, 26(1), 179–206. https://doi.org/10.1590/0103-6351/2390
Dias Junior., C. S., & Verona, A. P. (2016). Maternidade e trabalho: algumas reflexões sobre mulheres em ocupações de nível superior. Revista Brasileira de Sociologia - RBS, 4(7), 111. https://doi.org/10.20336/rbs.152
Fabbro, M. R. C., & Heloani, J. R. M. (2010). Mulher, maternidade e trabalho acadêmico. Mulher, Maternidade e Trabalho Acadê Mujer, Maternidad y Trabajo Académico Women, Maternity and Academic Work, 28(2), 176–186. http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0120-53072010000200004
Fernandes, M. N. de F., & Brito, E. S. de. (2019). Assédio, sexismo e desigualdade de gênero no ambiente de trabalho. Revista Eletrônica da Faculdade de Direito de Franca, 14(2), 237–253. https://doi.org/10.21207/1983.4225.615
Fiorin, P. C., De Oliveira, C. T., & Dias, A. C. G. (2014). Percepções de mulheres sobre a relação entre trabalho e maternidade. Revista Brasileira de Orientação Profissional, 15(1), 25–35. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbop/v15n1/05.pdf
Garcia, C. F., & Viecili, J. (2018). Implicações do retorno ao trabalho após licença-maternidade na rotina e no trabalho da mulher. Fractal: Revista de Psicologia, 30(2), 271–280. https://doi.org/10.22409/1984-0292/v30i2/5541
Guiginski, J., & Wajnman, S. (2019). A penalidade pela maternidade: participação e qualidade da inserção no mercado de trabalho das mulheres com filhos. Revista Brasileira de Estudos de População, 36, 1–26. https://doi.org/10.20947/s0102-3098a0090
Harzing, A. W. (2010). The publish or perish book. Tarma Software Research Pty Limited.
Hicks, D., Woutersb, P., Walmantb, L., Rijcke, S., & Rafolsc, I. (2015). The Leiden Manifesto for research metrics.
Nature, 520(429), 429-431. https://doi.org/1010.1038/520429a
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2019). Mulheres dedicam mais horas aos afazeres domésticos e cuidado de pessoas, mesmo em situações ocupacionais iguais a dos homens. IBGE. https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/24266-mulheres-dedicam-mais-horas-aos-afazeres-domesticos-e-cuidado-de-pessoas-mesmo-em-situacoes-ocupacionais-iguais-a-dos-homens
Julião, J. R. S., Souza, A. B. do N. S., Nascimento, T. T. da S., Medeiros, S. D. R. de, André, A. D., Oliveira, S. E. M. de, Nascimento, D. B. do, Sousa, R. L. A. da S., Araújo, M. I. B. G. de, & Brito, M. L. de A. (2019). The relationship between maternity and the labor market: A study from the perspective of a working mother. Research, Society and Development, 8(4), e1584956. https://doi.org/10.33448/rsd-v8i4.956
Lima, I. B. (2010). Prorrogação da licença maternidade: razões legislativas. Cadernos de Ciências Sociais Aplicadas, 9, 43–60. https://periodicos2.uesb.br/index.php/ccsa/article/view/1960
Lotka, A. J. (1962). The frequency distribution of scientific productivity. Journal of the Washington Academy of Sciences, 16(12), 317-323. http://www.jstor.org/stable/24529203
Maluf, V. M. D., & Kahhale, E. M. S. P. (2010). Mulher, trabalho e maternidade: uma visão contemporânea. Polêm!ica, 9(3), 143-160. https://doi.org/10.12957/polemica.2010.2803
Manente, M. V., Piazentin, O. M., & Rodrigues, R. (2016). Maternidade e Trabalho: Associação entre Depressão Pós-parto, Apoio Social e Satisfação Conjugal. Pensando Famílias, 20(1), 99–111. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/penf/v20n1/v20n1a08.pdf
Martín-Martín, A., Orduna-Maleab. E., Thelwall, M., López-Cózara, E. D. (2018). Google Scholar, Web of Science, and Scopus: a systematic comparison of citations in 252 subject categories. Journal of Informetrics 12(4), 1160-1177 https://doi.org/10.1016/j.joi.2018.09.002
Miranda, C. R. (2020). A (des)romantização da maternidade: considerações argumentativas em torno da construção do feminino. Caminhos em Linguística Aplicada, 23(2), 100-123.
Menezes, R. D. S., Santos, M. S., Santos, T. S. dos, Veloso, N. de O., Freitas, V. N., & Rahim, M. A. A. (2012). Maternidade, trabalho e formação: lidando com a necessidade de deixar os filhos. Construção psicopedagógica, 20(21), 23-47. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/cp/v20n21/03.pdf
Moreira, J. R., Perrini, P., & Ribeiro, J. B. P. (2016). Mães trabalhadoras do sol nascente: impressões sobre a relação entre maternidade, trabalho e políticas públicas. Projeção, Direito & Sociedade, 7(2), 26-52. http://revista.faculdadeprojecao.edu.br/index.php/Projecao2/article/view/729
Oliveira, M. C., & Marcondes, G. S. (2004). Contabilizando perdas e ganhos: maternidade, trabalho e conjugalidade no pós feminino. XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais ABEP, Caxambú, 1–22. http://www.abep.org.br/publicacoes/index.php/anais/article/view/1313
Oliveira, S. C., de Faria, E. R., Sarriera, J. C., Piccinini, C. A., & Trentini, C. M. (2011). Maternidade e trabalho: Uma revisão da literatura. Interamerican Journal of Psychology, 45(2), 271–280. https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=28422741018
Organização Internacional do Trabalho (2015). Progress on gender equality at work remains inadequate. OIT. https://www.ilo.org/global/about-the-ilo/newsroom/news/WCMS_348035/lang--en/index.htm
Pinheiro, L., Galiza, M., & Fontoura, N. (2009). Velhas convenções sociais de gênero : a licença-parental como política pública para lidar. Estudos Feministas, 17(3), 851–859. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-026X2009000300013
Prins, A. A., Costas, R., van Leeuwen, T. N., & Wouters, P. F. (2016). Using Google Scholar in research evaluation of humanities and social science programs: A comparison with Web of Science data. Research Evaluation, 25(3), 264-270. https://doi.org/10.1093/reseval/rvv049
Santos, J. C. F. (2016). Ampliação da Licença Paternidade: um direito tardio. (Monografia) Universidade Federal de Grande Dourados. http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1908
Schober, P. S., & Zoch, G. (2019). Change in the gender division of domestic work after mothers or fathers took leave: exploring alternative explanations. European Societies, 21(1), 158–180. https://doi.org/10.1080/14616696.2018.1465989
Seggiaro, F. B. (2017). Mulheres no mercado de trabalho: análise das dificuldades de gênero enfrentadas pelas mulheres do Século XXI Administração Do Sul, 2(2), 83-107. https://doi.org/10.15602/2525-9040/remas.v2n2p83-107
Silveira, N. S. P., & Hanashiro, D. M. M. (2011). Mulheres gerentes: a centralidade da maternidade na construção da identidade de gênero no trabalho. XXXIV Encontro da ANPAD , 1–16. http://www.anpad.org.br/diversos/down_zips/58/EOR1987.pdf
Simas, F. B., & Scorsolini-comin, F. (2013). Significados da gravidez e da maternidade: discursos de primíparas e multíparas. Psicologia : Teoria e Prática, 15(1), 19–34. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ptp/v15n1/02.pdf
Siqueira, D. P., & Samparo, A. J. F. (2017). Os direitos da mulher no mercado de trabalho: da discriminação de gênero à luta pela igualdade. Revista Direito em Debate, 26(8). 287-235. https://doi.org/10.21527/2176-6622.2017.48.287-325
Soares, L. M., Maria, K., Teixeira, D., & Saraiva, D. (2011). maternidade e trabalho: percepções de bancárias. Oikos: Família e Sociedade em Debate, 22(1), 210-229. https://periodicos.ufv.br/oikos/article/view/3608
Sousa, Í. F., Teixeira, K. M. D, Loreto, M. D. D. S. (2011).. “... Não tem jeito de eu acordar hoje e dizer: hoje eu não vou ser mãe!": trabalho, maternidade e redes de apoio. Oikos: Revista Brasileira de Economia Doméstica, 22(1), 46–63. http://www.seer.ufv.br/seer/oikos/index.php/httpwwwseerufvbrseeroikos/article/view/21
Uhr, D., Peres, R., Colussi,P., Uhr, J. (2018). Uma análise do efeito da adesão à lei de prorrogação da licença-maternidade sobre os salários das trabalhadoras paulistas. Economic Analysis of Law Review. 9(2), 372-388. https://portalrevistas.ucb.br/index.php/EALR/article/view/9389
Velosa, R. L. (2018). Psicologia da gravidez e maternidade em mulheres adultas e adolescentes. (Mestrado) Universidade Autónoma de Lisboa. https://repositorio.ual.pt/handle/11144/3845
Zanatta, E., & Pereira, C. R. R. (2015). Ela Enxerga em Ti o Mundo: A Experiência da Maternidade pela Primeira Vez. Temas Em Psicologia, 23(4), 959–972. https://doi.org/10.9788/TP2015.4-12
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Stefany Arruda Aguiar, Polyanna Peres Andrade, Carlos Manoel Lopes Rodrigues 2023
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale 4.0 International.
Os direitos autorais dos artigos publicados pela Revista Trabalho EnCena permanecem propriedade dos autores, que cedem o direito de primeira publicação à revista. Os autores devem reconhecer a revista em publicações posteriores do manuscrito. O conteúdo da Revista Trabalho EnCena está sob a Licença Creative Commons de publicação em Acesso Aberto. É de responsabilidade dos autores não ter a duplicação de publicação ou tradução de artigo já publicado em outro periódico ou como capítulo de livro. A Revista Trabalho EnCena não aceita submissões que estejam tramitando em outra Revista. A Revista Trabalho EnCena exige contribuições significativas na concepção e/ou desenvolvimento da pesquisa e/ou redação do manuscrito e obrigatoriamente na revisão e aprovação da versão final. Independente da contribuição, todos os autores são igualmente responsáveis pelo artigo.
