PANDEMIA E TRABALHO
ENTRE A SOCIALIZAÇÃO E A PRECARIEDADE
DOI :
https://doi.org/10.20873/2526-1487e022026Mots-clés :
Pandemia; Trabalho; Saúde mental; FamíliaRésumé
O artigo objetiva explorar a relação entre a pandemia, o trabalho e a saúde mental a partir do contexto familiar de oito famílias moradoras de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul. A metodologia foi pautada na entrevista semiestruturada e na análise de conteúdo. Ao todo foram entrevistadas nove pessoas, um pai, seis mães e um casal. Os resultados apontaram para o aumento da precariedade e insegurança laboral e pessoal, e para a intensificação das perdas financeiras. O teletrabalho demonstrou a contradição entre os diferentes papéis desenvolvidos pelos responsáveis, a inadequação do espaço doméstico e a sobrecarga dos sujeitos, com as mulheres e as mães sendo as mais afetadas. Além disso, a concepção de entretenimento se modificou, com o trabalho ganhando novas nuances e destaque nesse âmbito, se tornando sinônimo de socialização, distração e normalidade. Quem conseguiu manter atividades laborais precisou se reinventar e, não obstante, manter a qualidade da performance, sustentar a renda e o bem-estar profissional e pessoal. Desse modo, os sentimentos de isolamento, exaustão, ansiedade, estresse e desgaste emocional aumentaram.
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