O TRABALHO COM CADÁVERES NO IML: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOB A ÓTICA DAS ABORDAGENS CLÍNICAS DO TRABALHO
DOI:
https://doi.org/10.20873/2526-1487e023009Palabras clave:
Psicologia do trabalho, Clínicas do trabalho, trabalho sujo, IMLResumen
Este artigo é uma revisão de literatura que procura ampliar o conhecimento sobre produções relativas a trabalhadores que lidam cadáveres dentro dos Institutos Médico Legais (IMLs). Esse tipo de atividade relaciona-se a temas bastante amplos, como: estigma, invisibilidade social, reconhecimento no trabalho e o conceito de “trabalho sujo”. Tais conceitos estabelecem interface com as Abordagens Clínicas do Trabalho (ACT). A pesquisa incluiu artigos e dissertações que exploram esta interface. Utilizamos bases de dados como Scielo, Google Acadêmico, Banco de Teses de Dissertações da CAPES, e Biblioteca Nacional de Teses e Dissertações, sendo selecionadas 12 publicações. Observamos no universo pesquisado uma aproximação da temática por áreas de conhecimento como Psicologia, Sociologia, Direito, Antropologia e Administração. Compreendemos por meio desta revisão que o cotidiano destes trabalhadores é repleto de dificuldades diante das condições precárias oferecidas pelas instituições em que laboram. Detalhamos esses fenômenos através da construção de quatro categorias: condições e organização do trabalho; morte como objeto de trabalho; estratégias de enfrentamento; reconhecimento e satisfação no trabalho. Concluímos que as ACTs oferecem arsenal significativo de intervenção e análise da temática, mas que as pesquisas têm abordado os trabalhadores predominantemente por uma perspectiva passiva que ignora sua potencialidade de transformação do trabalho.
Citas
Aldé, J. (2003). Ossos do ofício: Processo de trabalho e saúde sob a ótica dos funcionários do Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro. (Dissertação de Mestrado). Fundação Oswaldo Cruz. https://teses.icict.fiocruz.br/pdf/aldelm.pdf
Airès. P. (2003). História da Morte no Ocidente. (3ª. ed.). Ediouro;
Ashforth, B. E. & Kreiner, G. (1999). How Can you do it? Dirty Work and the Challenge of Consructing a Positive Identity. The Academy of Management Review, 24(3);
Barros, V. A. De., & Silva, L. R. DA. (2004). Trabalho e cotidiano no Instituto Médico Legal de Belo Horizonte. Psicologia em Revista, 10(16). http://periodicos.pucminas.br/index.php/psicologiaemrevista/article/view/24478
Batista, A. S.; & Codo, W. (2018). Trabalho sujo e estigma: Cuidadores da morte nos cemitérios. Revista de Estudios Sociales, 63(63), http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S0123885X2018000100072&script=sci_abstract&tlng=pt ;
Becker. E. (1991). A negação da morte. (16a. ed. ). Record;
Bellato R., & Carvalho, E. C. (2005). O jogo existencial e a ritualização da morte. Revista LatinoamericanaEnfermagem,13(1)https://www.revistas.usp.br/rlae/article/view/2000;
Bendassolli, P. F., & Falcão, J. T. DA R. (2013). Psicologia social do trabalho sujo : revendo conceitos e pensando em possibilidades teóricas para a agenda da psicologia nos contextos de trabalho. Univ. Psychol Bogotá, 12(4).http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S165792672013000400014&script=sci_abstract&tlng=pt
Bendassolli, P. F. & Soboll, L. A. P. (2014). Médodos de pesquisa e intervenção em psicologia do trabalho. Clinicas do Trabalho. (1ª. ed.). Atlas;
Bendassolli, P. F., & Soboll, L. A. P. (2011) Clínicas do trabalho: filiações, premissas e desafios. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 14(1). http://pepsic.bvsalud.org /pdf/cpst/v14n1/v14n1a06.pdf;
Campos, A. S. B. (2016). O “estado” da morte: Uma etnografia junto a trabalhadores da morte. (Trabalho de Conclusão de Curso). Universidade de Brasília, Biblioteca Digital UnB. https://bdm.unb.br/ handle/10483/14737
Cavedon, B. Z., & Amador, F. S. (2005). Quando a morte é o começo da atividade: análise do trabalho sob ponto de vista da clinica da atividade. Revista do Departamento de Ciências Humanas,1(37). https://doi.org/10.17058/barbaroi.v0i37.2459 ;
Cavedon, N. R.(2017). O departamento médico legal deveria ser bem tratado. O (não) reconhecimento na atividade dos servidores do DML. Economia e
Gestão,17(45).http://periodicos.pucminas.br/index.php/economiaegestao/article/view/P.1984-6606.2017v17n46p23;
Clot, Y. (2017) Clínica da Atividade. Revista Horizontes, 35(3). https://revistahorizontes.usf.edu.br/horizontes/article/view/526
Combinato, D. S., & Queiroz, M. S. (2017) Morte: uma visão psicossocial. Estudos de Psicologia, 11 (1). http://dx.doi.org/10.1590/s1413-294x2006000 2000010
Dejours, C. (1998). A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. (5ª. ed.). Cortez Editora
Dejours, C.(2011). Uma resposta durante o seminário “Sofrimento e prazer no trabalho” In: Lancman, S. & L. I. Sznelwar (Eds). Christophe Dejours: Da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho.
Elias, E. R. (2007). Grau de satisfação profissional dos auxiliares de necropsia do instituto médico legal do Paraná. Curitiba (Trabalho de Conclusão de Curso).UniversidadeFederaldoParaná.https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/62416
Goffman, E. (1988). Estigma – Notas sobre a manipulação de uma identidade deteriorada. (4ed.). LTC
Hugues, E. C (1962). Good Peaple and dirty work. Social problems, 10(1). https://www.jstor.org/stable/799402
Kovács, M. J. (2013). Morte e desenvolvimento humano. (1ª ed.). Casa do Psicólogo
Lopes, B. DE O & Santos, J. L (2013, junho). Cotidiano e sentimentos dos profissionais na área de medicina legal: Uma revisão bibliográfica. VII EPCC Encontro Internacional deProduçãoCientíficaUNICESUMAR.Maringá,Brasil.UNICESUMAR.http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/4334
Messias, J. DA S. (2017) Estudo clínico da atividade laboral dos técnicos em necropsia de um serviço de verificação de óbito do nordeste do Brasil. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. RepositórioUFRN.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25273
Monteiro, D. F. B., Pereira, V.F., Oliveira, L.L., Lima, O.P., & Carrieri, A.P. (2017). O Trabalho Sujo com a Morte, o Estigma e a Identidade no Ofício deCoveiro..RevistaInterdisciplinardeGestãoSocial,6(1).https://periodicos.ufba.br/index.php/rigs/article /view/21424
Oliveira, L. A., & Hoch, V. A. (2011). A saúde mental dos auxiliares médico-legais na atividade de serviços de necropsia no Instituto Médico Legal no extremooestecatarinense.Vittalle,23(1).https://periodicos.furg.br/vittalle/article/view/5108
Sampaio, J. R. (1998). A psicologia do trabalho em três faces. In I. B. Goulart & J. R. Sampaio (Orgs.), Psicologia do trabalho e gestão de recursos humanos: estudos contemporâneos. São Paulo: Casa do Psicólogo
Silva, F. L. DE L. (2015) Análise da Atividade de trabalho dos necrotomistas. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal da Paraíba. RepositórioUFPB.https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/tede/6972/1/arquivototal.pdf
Silva, F. L. DE L., Souza, P.C.Z., & Araújo, A.J.S. (2016). Estigmatização e riscos no trabalho dos necrotomistas. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 32(1). https://repositorio. ufpb.br/ jspui/bitstream/tede/6972/1/arquivototal.pdf
Silva, E. F., Lopes, H. L., & Silva, A. P. (2000). O trabalho vivo de profissionais que lidam com a morte. Cadernos de Psicologia Social, 18(1). http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37172015000100005
Vivian, C., & Angonese, A. S. (2015). Além do que Se vê : a Atuação dos Profissionais Do Instituto Médico-Legal (Iml ) Em um ambiente onde a vidacomeça,transcorreetermina.UnoesceCiência,6(1),https://periodicos.unoesc.edu.br/acbs/article/view/6509/pdf_74
Vivian, C., Mahl, A.C., Silva. J.C. & Oliveira, L.A. (2013). Profissionais de corpo e alma: aspectos psicológicos envolvidos no vital processo de reparação da justiça, o dia a dia dos auxiliares e médicos legistas. PsicologiaemFoco,5(6).http://revistas.fw.uri.br/index.php/psicologiaemfoco/article/view/1120
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Leanderson Luiz De Sá, José Newton Garcia de Araújo, João César de Freitas Fonseca
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Os direitos autorais dos artigos publicados pela Revista Trabalho EnCena permanecem propriedade dos autores, que cedem o direito de primeira publicação à revista. Os autores devem reconhecer a revista em publicações posteriores do manuscrito. O conteúdo da Revista Trabalho EnCena está sob a Licença Creative Commons de publicação em Acesso Aberto. É de responsabilidade dos autores não ter a duplicação de publicação ou tradução de artigo já publicado em outro periódico ou como capítulo de livro. A Revista Trabalho EnCena não aceita submissões que estejam tramitando em outra Revista. A Revista Trabalho EnCena exige contribuições significativas na concepção e/ou desenvolvimento da pesquisa e/ou redação do manuscrito e obrigatoriamente na revisão e aprovação da versão final. Independente da contribuição, todos os autores são igualmente responsáveis pelo artigo.