Revisão narrativa: mulheres, trabalho e desenvolvimento de jogos
DOI:
https://doi.org/10.20873/2526-1487e024009Keywords:
Mulheres trabalhadoras, Videojogos, GêneroAbstract
Se as mulheres fossem personagens de um jogo chamado vida, arrisca-se dizer que a missão principal nesse jogo seria derrotar o patriarcado. Este trabalho é uma revisão narrativa de literatura sobre mulheres e desenvolvimento de jogos. A fundamentação teórica se deu de modo não sistematizado, baseou-se em textos nacionais e internacionais (artigos completos publicados em revista e anais, livros, dissertações e matérias jornalísticas). A literatura apontou que as mulheres tiveram papel muito importante para o desenvolvimento dos jogos, dos arcades e consoles aos jogos de computador, mas a participação foi marcada pelo sexismo e estereótipos de gênero. Pode-se dizer que o perfil de profissionais do desenvolvimento ainda é, majoritariamente, de homens brancos e as mulheres estão sub-representadas em áreas mais técnicas do desenvolvimento. Por isso, uma discussão crítico-social que inclua os diversos eixos de opressão é indispensável quando se discute a presença feminina nos jogos, seja como personagens, jogadoras ou desenvolvedoras. Espera-se que este artigo contribua para debates e pesquisas futuras que busquem explorar questões interseccionais ainda pouco discutidas dentro dessa área, como quem são essas mulheres, como elas participam, resistem, modificam e acrescentam nesse meio pouco diverso.
References
Arruzza, C., Bhattacharya, T. & Fraser, N. (2019). Feminismo para os 99%: um manifesto. Boitempo.
Batistoti, V. (2018). 9 mulheres que são destaques na indústria dos games. Revista Galileu. https://n9.cl/isvo7
Beauvoir, S. (1970). O segundo sexo: Fatos e mitos (4a ed.). Difusão Européia do livro.
Bento, M. A. S. (1995). A mulher negra no mercado de trabalho. Estudos feministas, 3(2), 479-488, 1995. https://n9.cl/yaal9h
Berimbau, M. M. R., Baumgartner, L. P., & Matijewitsch, F. (2020). Do casual ao hardcore: os perfis dos gamers brasileiros. Câmara Brasileira do Livro.
Bristot, P. C., Pozzebon, E., & Frigo, L. B. (2017). A representatividade das mulheres nos games. Anais do XVII Simpósio Brasileiro de Games e Entretenimento Digital, Curitiba, PR, Brasil. https://n9.cl/9ofrh
Butler, J. P. (2018). Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade (16a ed.). Civilização Brasileira.
Cardoso, C. P. (2014). Amefricanizando o feminismo: o pensamento de Lélia Gonzalez. Estudos Feministas, 22(3), 965-986. https://n9.cl/l2h2t
Cardoso, K. K. G. & Silva, F. L. M. (2018). Uma análise histórica introdutória das três ondas do pensamento feminista. Anais do Simpósio de Iniciação Científica, Didática e de Ações Sociais da FEI, São Bernardo do Campo, SP, Brasil. https://n9.cl/r8096
Carneiro, S. (2019). Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na américa latina a partir de uma perspectiva de gênero. In E. B. Hollanda (Org.). Pensamento feminista: Conceitos fundamentais. Bazar tempo.
Cassell, J. & Jenkins, H. (1998). Chess for girls? Feminism and computer games. In J. Cassell & H. Jenkins (Eds.), From Barbie to Mortal Kombat (pp. 2-45). The MIT Press.
Chagas, L. & Chagas, A. T. (2017). A posição da mulher em diferentes épocas e a herança social do machismo no Brasil. Psicologia.pt. https://n9.cl/e3yskb
Chandler, H. M. (2012). Manual de produção de jogos digitais. Bookman.
Connell, R. W. & Messerschmidt, J. W. (2013). Masculinidade hegemônica: repensando o conceito. Estudos Feministas, 21(1), 241-282.
Davis, A. (2016). Mulheres, raça e classe. Boitempo.
Delgado, A. (2020, julho 31). As minas nos games [Vídeo]. Youtube. https://n9.cl/hzvch
Edwards, B. (2011). VC&G interview: Carol Shaw, Atari’s first female video game developer. Vintage Computing and Gaming. https://n9.cl/oe8es
Fortim, I. (2008). Mulheres e Games: uma revisão do tema. Anais do VII Simpósio Brasileiro de Games e entretenimento Digital (SbGames), Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fortim, I. (Org.). (2022). Pesquisa da indústria brasileira de games 2022. Abragames.
Fortim, I. & Grando, C. M. (2012) Attention whore! A percepção de jogadoras que se identificam como mulheres nas comunidades de MMOs. Anais do XI Simpósio Brasileiro de Games e Entretenimento Digital (SBGames), Brasília, DF, Brasil. https://n9.cl/mfdeh
G1. (2021, 28 de julho). Funcionários da Activision Blizzard fazem greve e protestam contra empresa após processo por assédio sexual. G1. https://n9.cl/8sd1w
Garcia, C. C. (2011). Uma breve história do feminismo. Claridade.
Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social (6a ed.). Atlas.
Gonzalez, L. (1984). Racismo e sexismo na cultura brasileira. In L. A. Silva et al., Movimentos sociais urbanos, minorias e outros estudos (No. 2, pp. 223-244). ANPOCS.
Heeter, C., Egidio, R., Mishra, P., Winn, B. & Winn, J. (2008). Alien Games: do girls prefer games designed by girls? Games and culture - SAGE, 4(1), 74-100.
Hepler, J, B. (2017). Women in game development: breaking the glass level-cap. CRC Press.
Hirata, H. S. (2010). Novas Configurações da Divisão Sexual do Trabalho. Revista Tecnologia e Sociedade, 6(11), 1-7. https://n9.cl/ctpw8
Hirata, H. S. (2018). Gênero, patriarcado, trabalho e classe. Revista Trabalho Necessário, 16(29), 14-27, 2018. https://n9.cl/w2y6z
Hirata, H. & Zarifian, P. (2003). O conceito de trabalho. In M. Emílio, M. Teixeira, M. Nobre, & T. Godinho. (Orgs.), Trabalho e cidadania ativa para as mulheres: desafios para as políticas públicas (pp. 65-70). Coordenadoria Especial da Mulher.
Hooks, B. (2020). O feminismo é para todo mundo (13a ed.). Rosa dos tempos.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2021). Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil (No. 38, 2a ed.). https://n9.cl/m0tux
Johnson, R. (2018). Technomasculinity and its influence in video game production. In N. Taylor & G. Voorhees. (Eds.), Masculinities in play (Cap. 14, pp. 249-262). Palgrave MacMillan.
Le Ngoc, M. T. (2022, 07 de setembro). Shining the Spotlight on Female Gamers. Newzoo. https://n9.cl/7sq57
Lerner, G. (2019). A criação do patriarcado: História da opressão das mulheres pelos homens. Cultrix.
Lugones, M. (2008). Colonialidade e gênero. Tabula Rasa, 9, 73-101. https://n9.cl/77mbj
Mélou, A. C. S. A. (2022). “A gente ainda sofre o peso de ser mãe”: narrativas de discentes-mães na pós-graduação [Tese de doutorado do Programa de Pós-graduação em Psicologia – PPGP]. Universidade Federal do Pará, Belém, Pará, Brasil.
Moita, F. (2007). Game on: jogos eletrônicos na escola da vida da geração @. Alínea.
Moura, N. A. (2018). A Primeira Onda feminista no Brasil: uma análise a partir do jornal “A Família” do século XIX (1888-1894). Praça: Revista Discente da Pós-Graduação em Sociologia da UFPE, 2(2), 62-86. https://n9.cl/vl38oa
Motta, R., Silva, M., & Wilson, J. (2020). Sue the real. Sue the real. https://n9.cl/87hld
Newzoo. (2021). Global games market report: the VR & metaverse edition. https://n9.cl/bq6u0
Newzoo. (2022). Global games market report (pp. 7-18). https://n9.cl/j6pz4
Nickel, T. (2006). Interview with Rieko Kodama. G wie gorilla. https://n9.cl/c2b43
Nooney, L. (2013). A Pedestal, A Table, A Love Letter: Archaeologies of Gender in Videogame History. Game studies, 13(2). https://n9.cl/r5zsvs
Osterne, M. S. F. (2011). A violência contra a mulher na dimensão cultural da prevalência do masculino. O público e o privado, 9(18), 129-145. https://n9.cl/9iie3
Pesquisa Game Brasil. (2023). Pesquisa Game Brasil: Edição gratuita 2023. (10a ed.). https://n9.cl/wayot
Pinheiro, V. & Vaeza, M. N. (2020, 18 de setembro). Um novo normal com igualdade salarial entre homens e mulheres. OIT – Organização Internacional do Trabalho. https://n9.cl/1cgp6
Pinto, C. R. J. (2010). Feminismo, história e poder. Revista de Sociologia e Política, 18(36), 15-23. https://n9.cl/mh5ek9
Porto, V. H. (2019, 06 de maio). LoL: Funcionários da Riot Games realizam passeata contra empresa. Maisesports. https://n9.cl/h8jdk
Quijano, A. (2005). Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América latina. In A. Quijano, A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais, perspectivas latino-americanas (pp. 117-142). CLACSO. https://n9.cl/qffbyi
Rey, F. L. G. (2005). Pesquisa qualitativa em psicologia: caminhos e desafios. Cengage Learning.
Ribeiro, G. F. (2019, 20 de junho). Start explica: o que é "crunch"? Start uol. https://n9.cl/rf8j7
Rother, E. T. (2007). Revisão Sistemática x Revisão narrativa. Acta Paulista de Enfermagem, 20(2). https://n9.cl/5hv31
Saffioti, H. I. B. (1976). A mulher na sociedade de classes: Mito e realidade. Vozes.
Saláfia, J. S., Ferreira, N. B., & Nesteriuk, S. (2018). Os estereótipos em jogos de luta: da indumentária à hipersexualização de personagens femininas. Anais do XVII Simpósio Brasileiro de Games e Entretenimento Digital (SBGames), Foz do Iguaçu, PR, Brasil. https://n9.cl/4rkmw
Salvador, P. (2018). Muriel Tramis speaks about her career and the memory of Martinique. The obscuritory. https://n9.cl/bz11d
Santos Filho, E. F. & Silva, B. R. (2021). Invisibilidade do protagonismo negro feminino e o design de games: mercado, desenvolvimento e produção. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), 13(38), 119-138. https://n9.cl/efspu
Scott, J. W. (1995). Gender: a useful category of historical analyses. Educação & realidade, 20(2), 72-99. https://n9.cl/q21nt
Segato, R. L. (2012). Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário estratégico descolonial. e-cadernos CES, 18, 106-131. https://n9.cl/2y6hw
Soares, A. (2019). Quando menina veste azul e menino veste rosa: questões de gênero no trabalho. Revista USP, 122, 27-40. https://n9.cl/np7m3z
Sommadossi, G. & Penilhas, B. (2021). Unsighted: conheça a alma do indie brasileiro. CanalTech. https://n9.cl/01b1q
The Strong Nacional Museum of Play. (2019). A brief history of women in gaming: the 1980s. https://n9.cl/09yen
Thornham. H. (2008). “It's a boy thing”. Feminist Media Studies, 8(2), 127-142.
Weststar, J., Kumar, S., Coppins, T., Kwan, E., & Inceefe, E. (2021). Developer satisfaction survey 2021 summary report. International Game Developers Association – IGDA. https://n9.cl/pyg49a
Women Gam Jam. (2020). Women Gam Jam. https://n9.cl/43srg
Zirbel, I. (2021). Ondas do feminismo. Blogs de ciência da Universidade Estadual de Campinas: Mulheres na filosofia, 7(2), 10-31. https://n9.cl/twqrq
Zucchetti, D. T. (2016). O trabalho como conceito, valor e formação. Revista Prâksis, 2(1), 9–14. https://n9.cl/wxf0a
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2024 Renata Christine da Silva Melo, Eric Campos Alvarenga
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os direitos autorais dos artigos publicados pela Revista Trabalho EnCena permanecem propriedade dos autores, que cedem o direito de primeira publicação à revista. Os autores devem reconhecer a revista em publicações posteriores do manuscrito. O conteúdo da Revista Trabalho EnCena está sob a Licença Creative Commons de publicação em Acesso Aberto. É de responsabilidade dos autores não ter a duplicação de publicação ou tradução de artigo já publicado em outro periódico ou como capítulo de livro. A Revista Trabalho EnCena não aceita submissões que estejam tramitando em outra Revista. A Revista Trabalho EnCena exige contribuições significativas na concepção e/ou desenvolvimento da pesquisa e/ou redação do manuscrito e obrigatoriamente na revisão e aprovação da versão final. Independente da contribuição, todos os autores são igualmente responsáveis pelo artigo.
