Trabalho intensificado de professores da educação básica e superior: confluências e especificidades

Autores

Palavras-chave:

intensificação do trabalho docente, estratégias de mediação, sofrimento e prazer, Educação Básica e Superior

Resumo

O artigo aborda a intensificação do trabalho do professor sob a perspectiva da Psicodinâmica do Trabalho. Apresenta análises sobre sofrimento, prazer, reconhecimento e estratégias de mediação. Aponta-se para confluências e especificidades no trabalho dos professores da Educação Básica e Superior. O contexto comum é o das políticas orientadas pelo gerencialismo e inscritas em um processo de precarização social e do trabalho. Procura-se demonstrar similitudes e distinções da reconfiguração e intensificação do trabalho do professor. São relacionados os aspectos sócio-institucionais e psicodinâmicos. Aponta-se para a prevalência da dimensão patogênica das estratégias defensivas e malversação do reconhecimento. O espaço público da palavra é apontado como estratégia necessária para o enfrentamento do individualismo e da competitividade forjados pela sociabilidade produtivista e pragmática.

Biografia do Autor

Carla Vaz dos Santos Ribeiro, UFMA

Doutorado em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Professora adjunta da Graduação e do Mestrado em Psicologia da Universidade Federal do Maranhão.

Denise Bessa Léda, Universidade Federal do Maranhão

Doutorado em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Professora associada da Graduação e do Mestrado em Psicologia da Universidade Federal do Maranhão

Eduardo Pinto e Silva, Universidade Federal de São Carlos

Doutorado em Educação pela Unicamp. Pós-doutorado pelo Programa de Políticas Públicas e Formação Humana/ UERJ. Professor associado do Departamento de Educação e do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR)  

Lêda Gonçalves de Freitas, Universidade Católica de Brasília

 

Doutorado em Psicologia Social e do Trabalho pela UNB. Professora titular da Universidade Católica de Brasília 

Referências

Brasil (2013). Ministério da Educação – INEP. Resumo Técnico Censo da Educação Superior de 2013. Brasília, DF: MEC/INEP.

Castel, R. (2001). As metamorfoses da questão social. Petrópolis: Vozes.

Coriat, B. (1994). Pensar pelo avesso: o modelo japonês de trabalho e de organização. Rio de Janeiro: Revan.

Dal Rosso, S. (2008). Mais trabalho! A intensificação do labor na sociedade contemporânea. São Paulo: Boitempo.

Dejours, C. (2008). Avaliação do trabalho submetida à prova do real: crítica aos fundamentos da avaliação. In: L. I. Sznelwar & F. L. Mascia (Org.). Trabalho, tecnologia e organização (pp.31-125). São Paulo: Blucher, Cadernos TTO, n.2.

Dejours, C. (2004a). O trabalho como enigma. In: S. Lancman & L. I. Sznelwar (Org.). Christophe Dejours: da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho (pp.127-140). Rio de Janeiro: Fiocruz.

Dejours, C. (2004b). Sofrimento e prazer no trabalho: a abordagem pela psicopatologia do trabalho. In: S. Lancman & L. I. Sznelwar (Org.). Christophe Dejours: da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho (pp.141-156). Rio de Janeiro: Fiocruz.

Freitas, L. C. (2009). Políticas de avaliação no Estado de São Paulo: o controle do professor como ocultação do descaso. Educação e Cidadania, 8 (1), 59-66.

Freitas, L. G. de (2013). Docentes, seu trabalho e a dinâmica de prazer-sofrimento. In: Freitas, L.G. (Org.). Prazer e sofrimento no trabalho docente: pesquisas brasileiras (pp.35-47). Juruá Editora.

Freitas, L. G. de & Facas, E. P. (2013). Vivências de prazer-sofrimento no contexto de trabalho dos professores. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 13(1), 7-26. Acesso em 22 de junho de 2016, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812013000100002&lng=pt&tlng=pt

Gaulejac, V. de (2007). Gestão como doença social: ideologia, poder gerencialista e fragmentação social. Aparecida: Idéias & Letras.

Gregório, J. R. (2011). Política de pessoal docente do governo Lula: uma análise do REUNI e seus desdobramentos. Niterói, RJ: Universidade Federal Fluminense, Dissertação (Mestrado em Educação).

Lima, A. O. (2014). Trabalho docente em programas de pós-graduação de uma instituição federal de ensino superior e a saúde do professor pesquisador. São Luís, MA: Universidade Federal do Maranhão, Dissertação (Mestrado em Psicologia).

Lima, A. O. & Ribeiro, C. V. S. (2016). O professor pesquisador da UFMA frente ao processo de reconfiguração das IFES: entre vivências de prazer e sofrimento no trabalho. In: Bueno, M. & Macêdo, K. B. (Org.). Imersões em psicodinâmica do trabalho na arte, gestão e docência na modernidade (pp. 201-226.). 1ªed. Goiânia: Editora da PUC de Goiás.

Lima, J. P. A. (2011). Gestão democrática na escola: uma estratégia de prazer no trabalho: estudo exploratório com professores de escola pública do distrito federal. Brasília, DF: Universidade Católica de Brasília, Dissertação (Mestrado).

Mancebo, D. (2007). Trabalho docente: subjetividade, sobreimplicação e prazer. Psicologia: Reflexão e Crítica, 20 (1), 74-80.

Mendes, A. M. B. (Org.). (2007). Psicodinâmica do trabalho: teoria, método e pesquisas. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Oliveira, G. F. (2014). Prazer e sofrimento no trabalho de professores dos anos finais do ensino fundamental em uma escola pública do DF. Brasília, DF: Universidade Católica de Brasília, Dissertação (Mestrado).

Sguissardi, V. & Silva Júnior, J. dos R. (2009). Trabalho intensificado nas federais: pós-graduação e produtivismo acadêmico. São Paulo: Xamã.

Piolli, E.; Silva, E. P. & Heloani, J. R. M. (2015). Plano Nacional de Educação, autonomia controlada e adoecimento do professor. Campinas, SP, Cadernos CEDES, 35 (97), 589-607, set. dez.

Piolli, E.; Silva, E. P. & Heloani, J. R. M. (2013). Sofrimento e heteronomia: reflexões críticas sobre as políticas de (pseudo)valorização do trabalho do diretor de escola. Comunicações (UNIMEP), 20 (2), 117-132.

Ribeiro, V. O. (2013). Estratégias de mediação do sofrimento: estudo exploratório com professores em contexto escolar inclusivo. Brasília, DF: Universidade Católica de Brasília, Dissertação (Mestrado).

Ribeiro, C. & Léda, D. (2015). O trabalho docente em uma universidade federal frente à interiorização da educação superior. In: SOUSA, José Vieira. (Org.). Expansão e avaliação da educação superior brasileira: formatos, desafios e novas configurações (pp. 239-254). 1.ed. Belo Horizonte: Fino Traço.

Ribeiro, C. & Léda, D. (2014). Trabalho docente na expansão da educação superior: as repercussões do REUNI no trabalho docente e na cultura das IFES. Relatório de Pesquisa, Departamento de Psicologia (UFMA)/Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPPSI-UFMA).

Silva, E. P. e (2015). Adoecimento e sofrimento de professores universitários: dimensões afetivas e ético-políticas. Revista de Psicologia: Teoria e Prática (Online), São Paulo, 17 (1), 61-71.

Silva, E. P. e (2013). Trabalho, saúde e subjetividade do professor na universidade pública em expansão: estranhamento, sofrimento e prazer. São Carlos/Rio de Janeiro: Relatório de Pesquisa de Pós-Doutorado, Departamento de Educação (UFSCar)/Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana (PPFH-UERJ).

Silva, E. P. e & Mancebo, D. (2014). Subjetividade docente na expansão da UFF: criação, refração e adoecimento. Fractal, Rio de Janeiro, 26 (2), 479-492, maio/ago.

Downloads

Publicado

2016-11-01

Como Citar

Ribeiro, C. V. dos S., Léda, D. B., Silva, E. P. e, & Freitas, L. G. de. (2016). Trabalho intensificado de professores da educação básica e superior: confluências e especificidades. Trabalho (En)Cena, 1(1), 50–68. Recuperado de https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/encena/article/view/2398

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa