PANDEMIA E TRABALHO
ENTRE A SOCIALIZAÇÃO E A PRECARIEDADE
DOI:
https://doi.org/10.20873/2526-1487e022026Palavras-chave:
Pandemia; Trabalho; Saúde mental; FamíliaResumo
O artigo objetiva explorar a relação entre a pandemia, o trabalho e a saúde mental a partir do contexto familiar de oito famílias moradoras de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul. A metodologia foi pautada na entrevista semiestruturada e na análise de conteúdo. Ao todo foram entrevistadas nove pessoas, um pai, seis mães e um casal. Os resultados apontaram para o aumento da precariedade e insegurança laboral e pessoal, e para a intensificação das perdas financeiras. O teletrabalho demonstrou a contradição entre os diferentes papéis desenvolvidos pelos responsáveis, a inadequação do espaço doméstico e a sobrecarga dos sujeitos, com as mulheres e as mães sendo as mais afetadas. Além disso, a concepção de entretenimento se modificou, com o trabalho ganhando novas nuances e destaque nesse âmbito, se tornando sinônimo de socialização, distração e normalidade. Quem conseguiu manter atividades laborais precisou se reinventar e, não obstante, manter a qualidade da performance, sustentar a renda e o bem-estar profissional e pessoal. Desse modo, os sentimentos de isolamento, exaustão, ansiedade, estresse e desgaste emocional aumentaram.
Referências
Araujo, I.C., Luquini, I.M.A.M. Castro, M.C.D, Maia, P.L.O., & Esteves, D.P. (2021). Teletrabalho: considerações e implicações das relações de trabalho para a saúde do trabalhador. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, 10 (1). https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/11995
Bahia, Secretaria da Saúde do Estado. Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde. Diretoria de Vigilância e Atenção à Saúde do Trabalhador. Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador. Protocolo de atenção à saúde mental e trabalho. (2014). Organizado por Suerda Fortaleza de Souza/SESAB/SUVISA/DIVAST/CESAT. DIVAST. https://central3.to.gov.br/arquivo/276627
Bardin, L. (2016). Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70.
BBC News Brasil. (março 2020) O que é pandemia e o que muda com declaração da OMS sobre o novo coronavírus. https://www.bbc.com/portuguese/geral-51363153
Camara, R.H. (2013). Análise de conteúdo: da teoria à prática em pesquisas sociais aplicadas às organizações. Gerais, Rev. Interinst. Psicol., Belo Horizonte, 6 (2), 179-191. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-82202013000200003&lng=pt&tlng=pt
Carter, B. & Mcgoldrick, M. (1995). As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar. In: Carter, B., Mcgoldrick, M. & colaboradores. As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar. (2a ed., pp 7-29). Artmed.
Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP). (2008). Saúde do Trabalhador no âmbito da Saúde Pública: referências para a atuação do(a) psicólogo(a). CFP. http://crepop.pol.org.br/wp-content/uploads/2010/11/saude_do_trabalhador_COMPLETO.pdf
Cerveny, C.M.O., Berthoud, C.M.E. & colaboradores. (2010). Família e ciclo vital: nossa realidade em pesquisa. Casa do Psicólogo (2a ed.).
Clemente, A. C. F. & Stoppa, E. A. (2020). Lazer Doméstico em Tempos de Pandemia da Covid-19. LICERE - Revista do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer, 23 (3), 460-484. https://periodicos.ufmg.br/index.php/licere/article/view/25524
Costa, L.F. (2010). A perspectiva sistêmica para a Clínica da Família. Psic.: Teor. e Pesq. 26 (nsp), 95-104. https://doi.org/10.1590/S0102-37722010000500008
Faro, A., Bahiano, M.A., Nakano, T.C., Reis, C. Silva, B, F,P, & Vitti, L.S. (2020). COVID-19 e saúde mental: a emergência do cuidado. Estud. psicol. (Campinas), 37. https://doi.org/10.1590/1982-0275202037e200074
Gomes, L.B., Bolze, S.D.A., Bueno, R.K., & Crepaldi, M.A. (2014). As origens do pensamento sistêmico: das partes para o todo. Pensando fam., 18 (2), 3-16. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2014000200002&lng=pt&tlng=pt.
Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm
Lima, R.C. (2020). Distanciamento e isolamento sociais pela Covid-19 no Brasil: impactos na saúde mental. Physis, 30 (2). https://doi.org/10.1590/S0103-73312020300214
Moraes, M.M. (Org.). (2020). Os impactos da pandemia para o trabalhador e suas relações com o trabalho (3ª ed.) (Coleção o trabalho e as medidas de contenção da COVID-19: contribuições da Psicologia Organizacional e do Trabalho). Artmed. https://www.sbpot.org.br/publicacoes
Nasciutti, J.R. (2020). Pandemia e perspectivas no mundo do trabalho. Caderno de Administração, 28, 82-88. https://doi.org/10.4025/cadadm.v28i0.53609
Neves, D.R., Nascimento, R.P., Felix Jr, M.S., Silva, F.A., & Andrade, R.O.B. (2018). Sentido e significado do trabalho: uma análise dos artigos publicados em periódicos associados à Scientific Periodicals Electronic Library. Cad. EBAPE.BR, 16 (2). http://dx.doi.org/10.1590/1679-395159388
Organização Mundial da Saúde (OMS). (2020). OMS afirma que COVID-19 é agora caracterizada como pandemia. Organização Pan-Americana da Saúde, 2020. https://www.paho.org/pt/news/11-3-2020-who-characterizes-covid-19-pandemic
Ornell, F., Schuch, J.B., Sordi, A.O., & Kessler, F.H.P. (2020). “Pandemic fear” and COVID-19: mental health burden and strategies. Braz. J. Psychiatry, 42 (3), 232-235. http://dx.doi.org/10.1590/1516-4446-2020-0008
Paranhos, M.E.; Werlang, B.S.G. (2015). Psicologia nas Emergências: uma Nova Prática a ser Discutida. Psicol. cienc. prof., 35.(2), 557-571. https://doi.org/10.1590/1982-370301202012
Pereira, M.D., Oliveira, L.C., Costa, C.F.T., Bezerra, C.M.O., Pereira, M.D., Santos, C.K.A., & Dantas, E.H.M. (2020). The COVID-19 pandemic, social isolation, consequences on mental health and coping strategies: an integrative review. Research, Society and Development, 9 (7), 1-14. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4548
Ribeiro, E.G.; Souza, E.R.; Nogueira, J.O., & Eler, R. (2020). Saúde Mental na Perspectiva do Enfrentamento à COVID -19: Manejo das Consequências Relacionadas ao Isolamento Social. Rev. Enfermagem e Saúde Coletiva, 4 (2), 47-57. https://www.revesc.org/index.php/revesc/article/view/59/68
Silva, H.G.N.; Santos, L.E.S.; Oliveira, A.K.S. (2020) Efeitos da pandemia no novo Coronavírus na saúde mental de indivíduos e coletividades. J. nurs. health, 10 (4), 1-10. HTTPS://DOI.ORG/10.15210/JONAH.V10I4.18677
Taquette, S.R. (2016). Análise de Dados de Pesquisa Qualitativa em Saúde. Atas - Investigação Qualitativa em Saúde, 2, 524-533. https://proceedings.ciaiq.org/index.php/ciaiq2016/article/view/790
Trindade, M.C. & Serpa, M.G. (2013). O papel dos psicólogos em situações de emergências e desastres. Estud. pesqui. psicol., 13 (1), 279-297. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812013000100017&lng=en&tlng=pt
Yin, R.K. (2016). Pesquisa qualitativa do início ao fim. Penso.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Sarah Fernanda Etges da Rosa, Teresinha Eduardes Klafke
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os direitos autorais dos artigos publicados pela Revista Trabalho EnCena permanecem propriedade dos autores, que cedem o direito de primeira publicação à revista. Os autores devem reconhecer a revista em publicações posteriores do manuscrito. O conteúdo da Revista Trabalho EnCena está sob a Licença Creative Commons de publicação em Acesso Aberto. É de responsabilidade dos autores não ter a duplicação de publicação ou tradução de artigo já publicado em outro periódico ou como capítulo de livro. A Revista Trabalho EnCena não aceita submissões que estejam tramitando em outra Revista. A Revista Trabalho EnCena exige contribuições significativas na concepção e/ou desenvolvimento da pesquisa e/ou redação do manuscrito e obrigatoriamente na revisão e aprovação da versão final. Independente da contribuição, todos os autores são igualmente responsáveis pelo artigo.