A reinvenção da vida moderna na transição do Século XIX para o Século XX: de uma cultura de fundamentos ao relativismo contemporâneo
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.2359-3652.2016v2n2p13Resumo
A filosofia do Século XIX foi marcada pela substituição da ideia de um sujeito racional e autônomo por um sujeito social. Esta transição pode ser compreendida como a “crise dos fundamentos”, um conceito inspirado por pensadores como Dilthey, Nietzsche e Marx. Nos discursos de legitimação da ética e da justiça, esta mudança trouxe como consequência mais evidente a perspectiva relativista. O presente artigo examina como o pensamento contemporâneo assimilou este suposto fim do projeto do Esclarecimento e de uma moralidade de cunho universal, transformando os sujeitos universais em sujeitos históricos e sociais. Não se pretende aqui propor um novo modelo de fundamentação, mas apenas analisar quais as consequências mais dramáticas a serem extraídas da aceitação de um relativismo extremo, cuja prerrogativa é a da incomensurabilidade dos valores morais.
Palavras-chave: sujeitos, valores, filosofia
ABSTRACT
The philosophy of the 19th century marked the replacement of a rational and autonomous subject for a social one. This transition can be referred to as a “crises of foundations”, a term coined in the 20th century, and can be found in the works of thinkers like Dilthey, Nietzsche and Marx. In legitimizing discourses of ethics and justice, this change has highlighted a relativistic perspective. This article examines how contemporary thought has assimmilated concepts of the Universal Moral and the supposed end of the Enlightenment Project so that human subjets can be perceived nowadays as historical and social beings instead of universal ones. Therefore, our intention is not to propose a new reasoning model but analyze the most dramatic consequences of an extreme relativism whose prerrogative is the uncommensurability of moral values.
Keywords: subjects, values, philosophy
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