REFERÊNCIAS À BIOLOGIA ENTRE OS PRIMEIROS PSICANALISTAS FRANCESES

MARIE BONAPARTE, CIRURGIA E TRANSEXUALIDADE.

Autores

Palavras-chave:

biologia; cirurgia; psicanálise, Marie Bonaparte; transexualidade.

Resumo

A pergunta que norteia essa pesquisa refere-se a uma afirmação feita pela historiadora da psicanálise na França, a senhora Roudinesco, que numa entrevista não hesitou em dizer: “Em nossos dias, Marie Bonaparte teria sido uma especialista em matéria de transexualidade”. Então, em que medida podemos considerar a princesa Marie uma perita no tema da transexualidade? No intuito de rastrear os possíveis fundamentos epistemológicos na obra bonaparteana que possam servir de batuta para uma afirmação dessa envergadura, fez-se necessário identificar o biologismo em psicanálise, além de apresentar alguns dos seus principais mentores cujos estudos estavam relacionados às pesquisas biológicas da sua época, dentre eles o próprio S. Freud, considerado por muitos como o biólogo da alma. Por fim, encontramos nas pesquisas de Bonaparte sobre a sexualidade da mulher a tese da causa anatômica da frigidez e a cirurgia Halban-Narjani, mas será na elaboração do conceito de falo passivo que descobrimos o aspecto da psicanálise bonpaparteana que mais aproxima a obra autora do tema da transexualidade. No entanto, concluímos afirmando que não podemos considerar Bonaparte uma especialista em matéria de transexualidade, uma vez que, somos nós, leitores do século XXI, que atribuímos a relevância desse conceito para esse campo de estudo e não uma intenção genuína da autora.

Biografia do Autor

Sarug Dagir Ribeiro, Universidade Federal do Tocantins

Doutora em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Mestra em Letras -Estudos Literáios / Pós-Lit-UFMG.

Psicóloga Clínica

Professora Adjunta do Curso de Psicologia da Universidade Federal do Tocantins - UFT

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Publicado

2021-12-21

Como Citar

Ribeiro, S. D. (2021). REFERÊNCIAS À BIOLOGIA ENTRE OS PRIMEIROS PSICANALISTAS FRANCESES: MARIE BONAPARTE, CIRURGIA E TRANSEXUALIDADE . REVISTA ANTÍGONA, 1(2), 58–78. Recuperado de https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/antigona/article/view/11736