Bromatologia de macrófitas aquáticas em potencial na dieta de peixes-bois na baía do Marajó, Norte do Brasil

Resumo

Na Ilha de Marajó, Brasil, se encontram duas espécies simpátricas de peixe-boi, que são considerados vulneráveis à extinção. Estes animais, casualmente são encontrados encalhados vivos nas partes mais rasas das margens, se preciso, são mantidos em cativeiro e alimentados até a sua soltura. Por isso, este estudo investigou a composição nutricional e energética de espécies de macrófitas aquáticas que são potenciais itens alimentares da dieta dos peixes-bois de vida livre na baía do Marajó. As espécies vegetais selecionadas foram Blutaparon portulacoides (A.St.-Hil.) Mears, Crenea maritima Aubl., Eleocharis geniculata (L.) Roem. & Schult., Fimbristylis sp. e Spartina alterniflora Loisel., que foram submetidas a análises bromatológicas, obtendo-se os valores de matéria seca (MS), matéria mineral (MM), extrato etéreo (EE), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), carboidratos não fibrosos (CNF) e energia bruta (EB). Foi observado que E. geniculata, além do maior teor proteico, também obteve o maior valor médio de EE, indicando ter a maior fonte de lipídios dentre as espécies vegetais estudadas. B. portulacoides e C. maritima tiveram os maiores valores de CNF podendo ser fontes de carboidratos de rápida digestão. S. alterniflora obteve o maior teor de FDN e FDA, indicando ter menor digestibilidade que as outras espécies, uma vez que quanto maior for o teor de FDA no alimento menor será a sua digestibilidade. Os resultados obtidos neste estudo poderão contribuir para o cálculo de uma dieta balanceada para animais em reabilitação, principalmente para filhotes em fase de crescimento.