Perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos no Brasil no período de 2018 a 2022.

Resumo

Introdução: No Brasil, os acidentes por animais peçonhentos representam um desafio significativo para a saúde pública, sendo uma preocupação constante em diversas regiões do país. A variedade de climas e biomas do país proporciona uma grande diversidade biológica, caracterizada por uma ampla variedade de insetos, serpentes, aracnídeos e outros animais peçonhentos. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e com abordagem quantitativa, realizado mediante coleta de dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação – Sinan Net vinculado ao DataSUS referentes à incidência dos acidentes por animais peçonhentos no Brasil no período de 2018 a 2022, segundo as variáveis de sexo, faixa etária e tipo de acidente, bem como a variável dos tipos de acidente segundo a região brasileira. Resultados: No período de 2018 a 2022, registrou-se um total de1.344.927 casos de acidentes por animais peçonhentos (média anual de 268.985 casos), sendo distribuídos da seguinte forma ao longo das regiões brasileiras: Região Sudeste com 521.506 casos (39%), Nordeste, 478.240 (36%), Sul, 153.819 (11%), Norte, 106.020 (8%) e Centro-Oeste, 85.342 (6%). Discussão: A incidência de acidentes com animais peçonhentos no Brasil apresenta variações significativas entre as diferentes regiões do país. Diversos fatores complexos contribuem para essa elevada incidência na região Sudeste. Primeiramente, a intensa atividade rural na região, marcada por trabalhos agrícolas e pecuários, expõe a população a um contato mais frequente com animais peçonhentos. Paralelamente, a Região Nordeste destaca-se como uma área expressivamente impactada pela incidência de acidentes com animais peçonhentos no Brasil, apresentando o segundo maior número de casos em que também se observa uma intricada interação entre fatores ambientais e socioeconômicos. Conclusão: Foram registrados um aumento do número de acidentes por animais peçonhentos, os quais possuem diferentes proporções entre os tipos de acidentes em cada região brasileira.